DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1443 *in: (nãtan)
é o de “derram ar”, “ser derram ado”, sendo que existe um sentido específico de “derreter”
na força transitiva do grau hifil, onde o contexto requer tal sentido. (Duas vezes, em Ez
22.21 e 24.11, também por exigências do contexto, o passivo nifal é assim traduzido.)
Coisas com o água (veja acima), lamentos (Jó 3.24), ira divina (2 Cr 12.7; 34.25, etc.)
e m aldições (Dn 9.11) são derramadas, e, numa figura interessante acerca da morte, Jó
indaga a Deus: “não me vazaste com o leite?” (Jó 10.10).
h ittü k . F u n d iç ã o . Palavra que ocorre uma única vez (Ez 22.22), este substantivo é
traduzido por “ [comol se funde [a prata]”.
A escolha de palavras por Ezequiel no versículo acima citado dá ensejo a um belo jogo
com sons e significados. A repetição de palavras e idéias em “com o se funde (...) no meio
(...) sereis fundidos no m eio” é ainda mais marcante devido à sem elhança sonora das
palavras hebraicas traduzidas por “se funde/fundidos” e “no m eio”, em bora
etim ologicam ente não tenham relação entre si. Contudo, quando o texto diz “eu, o
SENHOR, derramei o meu furor sobre vós”, parece que o objetivo seja o de cham ar a
atenção do ouvinte por não em pregar o verbo cognato nãtak (em outras passagens m uitas
vezes usa-se o verbo para designar o derramamento de furor, ira ou maldição), usando,
em vez disso, o sinônim o shãpak.
M.C.F.
1443 *]ra (nãtan) dar.
Term os Derivados
1443a to-rra (nctinim ) N etin in s, s erv id o r es d o tem p lo.
1443b t]FlÇ (mattãn) d á d iv a , p resen te.
1443c tnjnJD (m attãnâ) d á d iva , p r esen te.
1443d tn n o (m attat) d á d iva , p r e s e n te , reco m p en sa .
Considerando-se o amplo em prego deste verbo, cerca de 2 000 vezes (a m aioria delas
no grau qal), não é de surpreender que se encontre nas traduções um a grande variedade
de sentidos. Além de seu sentido básico e mais freqüente de “dar”, podem -se citar
“presentear”, “perm itir”, “oferecer”, “em pregar”, “transm itir”, “pôr”, “estabelecer”, “tom ar”.
Foneticamente falando, este verbo é irregular ou fraco, no sentido de que
freqüentem ente sofre a perda de um ou ambos os nuns, por meio de simples elim inação
ou de assim ilação por uma consoante adjacente. Por exemplo, uma forma no infinitivo é
têt, enquanto o cognato ugarítico é ytn. Isso significa que apenas o taw é constante, e
m esmo essa consoante é substituída pela sua equivalente sonora no cognato acadiano
nadânu. Este d (cf o egípcio [r]di, “dar”?) sugere um possível elo entre este verbo e o
substantivo yãd, “m ão”, com o qual se pode com parar o etiópico ’id, o árabe ya d e talvez
o egípcio djrt (língua em que o conhecido sím bolo hieroglífico de um a mão em forma de
luva representa a letra d). Cada sentido atribuído a este verbo pode, na verdade, ser
entendido como uma ação literal ou figurada da mão.
Os três amplos campos semânticos do verbo nãtan são: 1) “dar”; 2) “pôr” ou “colocar” ;
é 3) “fazer” ou “constituir” . As dem ais palavras empregadas nas traduções são extensões
1017