DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1593 ^mri? Cãzazèl)
tem consciência do envolvimento de Satanás), mas, visto que está convicto de sua
inocência, conclui que Deus perverteu os seus direitos (Jó 19.6). Simplesmente não existe
justiça alguma (Jó 19.7), ele declara.
f O pessimismo de Eclesiastes se destaca com o uso que o escritor faz dessa palavra.
Mão se pode endireitar aquilo que está entortado nem aquilo que Deus entortou (Ec 1.15;
7.13). O que está torto não pode ser endireitado como também não se pode contar o que
está faltando. Os homens são incapazes de alterar a ordem divina do mundo.
Reconhecendo que Deus se opõe à perversão da justiça (Lm 3.36), o salmista apela
a Deus porque seus direitos foram subvertidos pelos ímpios (Sl 119.78). Enquanto o
Senhor cuida dos oprimidos, ele entorta os caminhos dos perversos, de modo que isso os
conduza à ruína.
C.S.
1592 rfli? Cóí). Ocorre somente em Isaías 50.4, na expressão lãda‘at lã‘üt, em que a
palavra talvez signifique “ajudar”, ou “fortalecer”.
nniSÍ Vawwãtâ). Veja o n? 1 591a.
Ty ('az). Tí? (‘õz). Veja os n“ 1 596a, b.
ÍI? Cêz). Veja o n? 1 654a.
1593 (‘ãzã’zêl) A za z el, b o d e em issá rio.
Essa palavra aparece quatro vezes no AT, todas em Levítico 16 (8, 10, 26), em que
se descreve o ritual do Dia da Expiação. Depois de o sacerdote ter feito expiação em favor
de si mesmo e de sua família, ele deve apanhar dois bodes para representar Israel. Um
Ideve ser sacrificado ao Senhor, o outro será o “bode emissário” (ARA) ou “bode expiatório”,
ou seja, o bode para Azazel. Em todas as quatro ocorrências da palavra, ela é prefixada
pela preposição “para”.
A palavra tem sido entendida e traduzida de diversas maneiras. As versões antigas
(LXX, Símaco, Teodócio e Vulgata) entenderam que a palavra indica o “bode que se vai”,
considerando-a como derivada de duas palavras hebraicas: ‘éz, “bode*, e ‘ãzal, “virar-se”.
■ Mediante associação com o árabe ‘azãla, “banir”, “tirar”, ela tem sido traduzida como
' *para remoção total” (IDB, loc. c it).
A interpretação rabínica em geral tem considerado que essa palavra designa o local
aonde o bode era enviado: um deserto, um local abandonado ou um ponto elevado de onde
o animal era atirado (c f Lv 16.22).
Uma possibilidade final é considerar o vocábulo como a designação de um ser pessoal
de modo a contrapor-se à palavra “SENHOR” . Nesse sentido Azazel poderia ser um espírito
aligno (Enoque 8.1; 10.4; cf. 2 Cr 11.15; Is 34.14; Ap 18.2) ou até mesmo o próprio
mônio (KD, loc. cit.), numa posição de antítese ao Senhor. No entanto, as referências de
noque a Azazel como um demônio dependem, sem dúvida alguma, da interpretação que
o próprio autor desse livro faz de Levítico 16 e Gênesis 6.4. Alguns autores que aceitam
Azazel, em Levítico 16, como uma referência ao demônio, também consideram que a
passagem foi escrita num período bem posterior (documento P).
1099