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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1879 Usádèq)<br />

divina, que lhe é essencial. Por essa razão a retidão e o ju ízo são a habitação (ARA, “base”)<br />

do trono divino, i.e., eles sem pre caracterizam suas ações (Sl 97.2).<br />

O corolário do aspecto forense da retidão divina é o conceito de salvação com o<br />

vindicação (cf. Is 1.27; 46.13, em que t*sh.u‘â, “salvação”, ocorre em paralelo com ts'dãqâ).<br />

A salvação de Deus aparece nessa retidão, pois Deus liberta o seu povo (Is 51.1 e ss.).<br />

Deus é caracterizado com o justo ao livrar o seu povo (Sl 85.9-11 [10-111; 97.2). Ciro é<br />

convocado a livrar o povo de Deus e, por isso, é cham ado de ju sto (Is 42.6; 45.13). Pelo<br />

fato de Deus sem pre ser justo, sua ação salvadora é devidam ente indicada por sua destra<br />

ju sta (Is 41.10). Sua retidão salvífica expressa-se m ediante juízo, fidelidade e am or (Sl<br />

36.6-7 [7-8]) e com poder (Sl 71.19). A queles que experim entam esse livram ento celebram -<br />

no com m úsica (Sl 40; 10 [111; 71.15-16).<br />

O aspecto pactuai ou teocrático envolve a nação de Israel. A aliança exige que a<br />

nação obedeça a Deus, sendo ela m esm a o cam inho do seu povo (Sl 1.1-6; Dt 6.25), um<br />

cam inho de retidão. Deus é justo, quando, devido à aliança, livra seu povo de dificuldades<br />

(Sl 31.1 [2]), de inim igos (Sl 5.8 [9]), dos ím pios (Sl 37.6), e quando, devido a essa m esm a<br />

aliança, vindica Israel diante dos adversários de seu povo ou executa vingança sobre eles<br />

(Jr 11.20). E apropriado que Israel tenha certeza da vitória final sobre seus adversários<br />

(Is 54.14-17). Nesse último evento o Senhor é, ao m esm o tem po, ju sto e salvador (Is<br />

45.21).<br />

M esm o assim Deus é justo ao entregar o santuário nacional à espada dos inim igos<br />

de Israel por causa dos pecados deste. O ju ízo divino é justo, e a má conduta de Israel não<br />

pode de form a algum a ser justificada, i.e., ser considerada justa. Mas os justos se<br />

lem bram da aliança para cumpri-la, e a prom essa divina a eles é de sua restauração (Is<br />

51.1-8). O lhar para seu Criador significava, para Israel, arrependim ento e m udança. Com<br />

base nesta nova retidão veio o livram ento. Israel no exílio estava m uito longe da retidão<br />

(Is 46.12), m as Deus traria o povo de volta de acordo com sua própria retidão (Is 46.13).<br />

Em vez de, com o alguns fazem, ver aqui um significado de livram ento, salvação ou triunfo<br />

na palavra ts*dãqâ, é m elhor encontrar a solução divina para o problem a da justificação<br />

do pecador no ensino de Isaías 53, em que o servo sofredor justifica pecadores ao levar<br />

sobre si o pecado de cada um. Esse m esm o sentido forense de justificação dos ím pios é um<br />

verdadeiro precursor de Rom anos 3.26. De sorte que a restauração de Israel à terra da<br />

prom essa é retidão (Is 46.12-13), e é com retidão que o Senhor suscita Ciro para restaurar<br />

Israel à sua terra (45.13). Tal retidão será exposta diante de todo o m undo, pois Deus<br />

ajudará Israel. Nesse cum prim ento da aliança Deus é declarado ju sto (Is 54.14), e a<br />

condição de Israel é a de ser justo, tsaddtq.<br />

A raiz apresenta um a progressão ou uma variedade de sentidos no seu em prego. 1)<br />

O sentido abstrato de conform idade a algum padrão (Gn 15.6; Abraão satisfazendo a<br />

exigência de confiança). 2) Uma característica descritiva de Deus (Dt 32.4; alguém ju sto<br />

e reto, em que o padrão é sua própria vontade e natureza com o ser suprem o). A ilustração<br />

do barro e do oleiro (ls 45.9-12) aponta para o acerto da decisão divina. 3) Quando<br />

aplicados a Deus, ts*dáqâ ou tsedeq tem o sentido de retidão, sendo que as características<br />

divinas se tornam entáo o padrão definitivo da conduta hum ana. 4) A visita de castigo<br />

contra infrações m orais é um exem plo de retidão, assim com o o foram os juízos de Deus<br />

contra Faraó por recusar-se a deixar os israelitas sair (Êx 9.27). Pode-se dizer que julgar<br />

o pecado é um a necessidade divina para um Deus justo. 5) Deus m ostra sua retidão ao<br />

vindicar aqueles do seu povo que o merecem (Gn 18.25). Em bora essa retidão possa exigir<br />

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