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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1997 CDip (qôt)<br />

diz que reage dessa maneira com relação ao pérfido (Sl 119.158) e aos inimigos de Deus<br />

(Sl 139.21). Essa confissão é interessante, visto que cronologicamente ela se situa entre,<br />

de um lado, a descrição da irritação semelhante e profunda de Deus com os cananeus<br />

pecadores (Lv 20.23, qüts) e, de outro, a descrição da contrição de coração, por parte de<br />

Israel, durante o exílio (Ez 6.9; cf. Dt 30.1 e ss.), de sua restauração à terra (Ez 20.43) e<br />

do eschaton (Ez 36.31). E claro que esta última referência é relevante para a restauração,<br />

mas especialmente significativa na era do cumprimento (cf. Hb 8.8 e ss.). O verdadeiro<br />

arrependimento e a contrição são frutos da obra de Deus no coração, conforme Paulo<br />

revela em Romanos 7— 8.<br />

L.J.C.<br />

1997 CDip (qôt) d esfa zer-se, rom per-se (Jó 8.14). Derivação incerta.<br />

1998 ^Ip (qwl). A ceita com o raiz de:<br />

1998a 7 Íp (qôl) voz, som , ru íd o .<br />

qôl tem basicamente o sentido de som produzido pelas cordas vocais (reais ou<br />

figuradas). Na maioria das passagens poéticas a denotação abrange muitos tipos de sons.<br />

Umas poucas vezes qôl denota a coisa dita, de modo falado (Gn 3.17) escrito (2 Rs 10.6).<br />

A palavra também tem função exclamativa, com o sentido de “ouvi!” (cf. GKC, §146ò; Is<br />

13.4; 66.6; etc.). Deve-se fazer distinção e comparação entre, de um lado, qôl e, de outro<br />

hegeh, higgãyôn, “ruído baixo”, “fala em voz baixa”, hãmôn, “ruído ou fala tumultuosos<br />

e agitados”, r&a, f r u ‘â, “grito de alarme ou de júbilo”. Vejam-se também s h ã ’ôn,<br />

“bramido”, tes h ü ’â, “ruído”. Essa palavra procede de uma raiz seinítica bastante comum<br />

(ugarítico ql, UT 19: n? 2213). No AT a palavra ocorre 506 vezes (com a possível exceção<br />

de Jr 3.9, que talvez reflita o ugarítico ql, “cair”, AisWUS n? 2408; veja-se KD, in. loc.).<br />

A expressão “levantar a voz e gritar” abrange uma ampla variedade de emoções e<br />

situações, por exemplo, gritar por socorro (Gn 39.15), lamentar uma tragédia real ou<br />

esperada (Gn 21.16), indicar uma situação de catástrofe (Nm 21.2) ou de júbilo (Gn 29.11).<br />

Deus, depois de dizer que a arca não devia ser vista como um talismã de proteção, ao<br />

falar com Moisés da montanha e, mais tarde, de cima do propiciatório (Êx 25.22; Nm 7.89;<br />

cf. Êx 20.22), confirmou essa verdade (1 Sm 4.6, 14). Mais tarde a voz de Deus dispersou<br />

os filisteus (1 Sm 7.10).<br />

A expressão “atender a voz de (alguém)” inclui os seguintes aspectos teológicos:<br />

prestar atenção e crer (Gn 4.23), acolher a sugestão (Gn 3.17), atender a um pedido (Gn<br />

21.12), obedecer a uma ordem (Gn 21.18), responder (Deus) a uma oração (2 Sm 22.7).<br />

Temas teológicos em que a palavra aparece com destaque são (à falta de melhores<br />

nomes): profecia, trovão, aliança, trombeta. Freqüentemente esses temas estão<br />

entrelaçados. Em Êxodo a voz de Deus e a de Moisés (mais tarde a dos profetas) são<br />

intercambiáveis (cf. Êx 3.18; 4.1; 7.1). Deus deu a Moisés certos sinais que, na realidade,<br />

falariam (Êx 4.8), confirmando milagrosamente a identidade desejada (mas veja-se 5.2;<br />

cf. qãshâ). Ao operar juízo e evocar temor e submissão, o trovão simbolizava a absoluta<br />

soberania de Deus (Êx 9.23, 29; cf. Sl 29). O qôl de Deus é o fragor de trovão, ao passo<br />

que o qôl do homem é o tinir de sinos (Êx 28.35). O tema da aliança se vê quando, por<br />

intermédio de Moisés, Deus em poucas palavras enunciou o princípio de que os<br />

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