DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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semelhança”, e também a Salmos 16.11, onde “o caminho da vida” e a vitória sobre a
morte predizem ressurreição de Jesus Cristo (At 2.24-29). Bultmann acrescenta: “Há em
Salmos 73.23 e ss. uma expressão notavelmente simples de que o relacionamento de graça
vai continuar, que a comunhão iniciada por Deus não pode ser destruída. Pode-se afirmar
que aqui a crença veterotestamentária no pós-vida encontra sua formulação mais pura.
Esta expectativa não é mágica, nem mítica, nem especulativa, nem mística. É uma certeza
produzida no justo pelo conceito da graça pura” (TDNT, v. 2, p. 848).
Um dos significados da palavra h a y y im , “vida sem fim”, foi geralmente reconhecido
no passado como um uso bastante recente da palavra. (Ver BDB sobre Dn 12.2, p. 313).
M. Dahood (P s a lm s , 1:16, 2:17 e 3:17a, AB) trouxe contribuições da literatura ugarítica
quanto ao uso antigo da palavra.
Embora Daniel 12.2 seja freqüentemente citado nos léxicos como o uso de h a y y ím
para vida eterna, Dahood o vê usado ali como nos salmos. Ele se refere ao precedente
ugarítico em 2 Aqht VI. 27— 29 (AB, p. 91, 170)
Pede v id a e te rn a (hym )
e eu ta darei,
im ortalid ad e (bl-m t)
e eu ta concederei.
F a rei teu s an os se ig u a la re m aos de B a a l
e COin Os d eu ses co n tará s te u s m eses.
Provérbios 12.28 usa 'a l-m ã w et (não há morte) como paralelo de h a y y ím (vida). A
expressão ugarítica b l-m t, traduzida acima por “imortalidade”, é equivalente. A RSV diz
que o hebraico é incerto, e dá uma tradução baseada num texto emendado. Entretanto,
Ewald, Bertheau, Franz Delitzsch e Saadia, o especialista medieval em hebraico e árabe,
afirmaram que 'a l-m ã w e t significa “imortalidade”. Suas afirmações foram confirmadas
pela expressão ugarítica b l-m t conforme usada na citação acima. Dahood traduz este
versículo:
N o cam in h o da virtu d e h á v id a e te rn a (h a yyim ),
em a n d a r p ela su a vered a e s tá a im ortalid ad e Cal-m âw et).
M. Pope (JBL, 85:455-66) faz objeção a essa tradução com base em que o paralelismo
sinônimo vai contra o contexto mais amplo, que consiste numa série de pares em
paralelismo antitético e, “portanto, morte e não imortalidade fornece a antítese
apropriada”. Mas será que existe aqui um contexto mais amplo? Não serão estes
provérbios apenas uma lista de pensamentos independentes? Não é incomum, na verdade,
que provérbios, mudem subitamente de uma para outra forma de paralelismo (cf. 17.21,
22; 19.4, 5; e tc .). Pope afirma que a tradução de h a yyím . como vida eterna não é justificada
pelo paralelismo entre h y m e b l-m t em ugarítico, porque a resposta do herói, Aqhat,
demonstra que ele não cria que um mortal pudesse desfrutar da imortalidade e, portanto,
acusava a deusa Anate de mentir para ele. A implicação é de que, se o herói ugarítico não
acreditasse que os mortais pudessem ter imortalidade, os escritores do A T compartilhariam
tal ceticismo. A questão, todavia, não é aquilo em que os habitantes de
Ugarite criam, mas o fato de que, usavam h y m para “vida eterna”, enquanto os léxicos
hebraicos geralmente listam apenas Daniel 12.2 como uso distinto de h a y y im para
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