DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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'ãrar (o estado a que se chegou). De modo que o vocábulo em questão representa o
estado descrito e possível (como em Dt 11.26; 30.19), em que Deus apresenta diante do
seu povo o resultado de quebrar a aliança. Deus não destrói a humanidade ao tratar com
o homem as suas questões (o homem é uma criatura que toma decisões). Nem Deus dá
ao homem a justa retribuição que ele merece por sua rejeição repetida e crucial da
aliança. De forma que com Josias, por exemplo, a graça de Deus está claramente em ação
(1 Rs 22.19; cf. Jr 26.6). A promessa da provisão divina de livramento eterno é, portanto,
vista nesse uso da palavra. Finalmente, umas poucas vezes esse substantivo descreve o
estado final. De acordo com Deuteronomio 21.23 o cadáver de uma pessoa crucificada (que
era impuro e contaminante) deve ser queimado antes do escurecer a fim de evitar a
contaminação da terra.
Os pagãos achavam que os homens eram capazes de manipular os deuses. E por isso
que Golias amaldiçoou Davi (1 Sm 17.43) e Balaão foi chamado a amaldiçoar Israel (Nm
22.6). Entretanto, a maldição infundada não possui efeito algum (Pv 26.2). Somente as
fórmulas divinas (de bênção e maldição) são eficazes (Sl 37.22). Conforme Deus disse a
Abraão, “os que te amaldiçoarem [qãlal]” (i.e., pronunciarem uma fórmula) “(eu osj
amaldiçoarei [ ’ãrar]n (i.e., eu os porei na condição de vergonha que te desejaram).
Amaldiçoar o profeta de Deus eqüivalia a atacar o próprio Deus e a trazer sobre si o juízo
divino, como foi o caso com os rapazes que difamaram (cf. qãlas) Eliseu e foram por este
amaldiçoados (qãlal, 2 Rs 2.24). Veja-se também Neemias 13.1-3, onde os descendentes
de Moabe e os de Amom são impedidos de adorar (uma forma de morte espiritual).
Pronunciar uma fórmula infundada é querer violar ou mesmo violar (ou reverter) a
estrutura da criação e querer infligir mal de verdade, como por meio de magia simpática.
É isso que filhos (ou servos) são proibidos de fazer com os pais (ou senhores, de quem lhes
vem a vida, Êx 21.17 e ss.). Isso é um ataque contra o próprio Deus e pode ser punido com
a morte (Lv 20.9). É um ato de profunda rebelião contra Deus amaldiçoar os pais e então
declarar a própria integridade ética (Pv 30.11; cf. Ez 22.7). O delito supremo é apoderar-se
da honra de Deus ao usar o nome divino para expressar ira ou frustração (Lv 24.11-23).
qal. L ig eiro . Esse adjetivo qualifica o seu objeto no que diz respeito à velocidade. Quando
o Senhor vem para julgar, ele vem sobre uma nuvem ligeira (Is 19.1). A retribuição divina
ocorre de forma rápida e ligeira no dia do juízo (J1 3.4 [4.4J).
qelãlâ. M a ld içã o . Aqui a ênfase básica é a ausência (ou a inversão) de um estado
abençoado ou justo e o rebaixamento a um estado inferior. O vocábulo q‘ lãlà também
ressalta a fórmula por meio da qual isso se expressa. Deve-se também distingui-lo de
'ãlâ, que tem a conotação de juramentos em geral e de maldições como parte dessa
categoria mais ampla, de 'ãrar, que descreve o estado de inexistência de vida (falta de
bênçãos, Dt 27.16), de hãram . que tem o sentido de devotar para destruição ou para o uso
sagrado, e de qãbab, que diz respeito à ação concreta de pronunciar a maldição sobre algo
(palavra usada principalmente na narrativa de Balaão e em Jó).
q*lõqèl. S em va lo r, viL O lamuriento povo de Israel assim descreveu a comida que o
Senhor providenciou (Nm 21.5). Essa palavra ocorre uma única vez.
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