30.03.2017 Views

DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

1787 n o s (pãsah)<br />

ligada à raiz pasah II, “mancar”, “coxear”, e nesse caso a páscoa indicaria uma dança<br />

religiosa especial. 2) Alguns relacionaram pesah com o verbo acadiano pasaKu, “aplacar”<br />

ou “abrandar” (uma divindade) com um ritual. 3) A interpretação de outros sugere que<br />

nos quatro trechos bíblicos acima pãsah não signifique em si mesmo “passar por cima”,<br />

“passar por alto”, mas “defender”, “proteger”. O SENHOR cobrirá protetoramente as casas<br />

dos israelitas e não permitirá que o destruidor entre (Êx 12.23b, e cf. 1 Co 10.10; Hb<br />

11.28). É o destruidor que procura entrar nas casas, e o Senhor o rechaça, montando<br />

guarda junto às casas do seu povo. O sangue é um sinal para o Senhor. “Quando eu vir<br />

o sangue [cf. Gn 9.16, ‘o arco estará na nuvem, e eu o verei para me lembrar...’, lit.], eu<br />

vos ‘protegerei’” (e não a idéia negativa de “passarei por cima de vós”, “omitir-vos-ei”<br />

[Glasson, Weiss]). 4) Uma última sugestão é relacionar pesah a uma palavra egípcia que<br />

significa “pancada”, “golpe”, e, dessa forma, a páscoa é o golpe da décima praga com que<br />

o Senhor feriu os primogênitos do Egito. A etimologia tradicional e a terceira opção<br />

parecem as mais plausíveis.<br />

De acordo com Êxodo 12, a páscoa devia ser comemorada na lua cheia do primeiro<br />

mês do ano (abibe = março/abril). No dia dez do mês cada família escolhia um cordeiro de<br />

um ano de idade, sem defeito. Esse cordeiro era sacrificado ao crepúsculo do dia 14, e o<br />

seu sangue era aspergido sobre os batentes e a verga da porta da casa onde era comido<br />

o cordeiro. No dia seguinte, o dia 15, começava a festa dos pães asmos. Observe-se que<br />

originariamente essa era uma cerimônia doméstica sem nenhuma referência a algum<br />

santuário central nem a um envolvimento sacerdotal. E interessante notar que foi muito<br />

vantajoso para os israelitas deixar o Egito numa noite de lua cheia.<br />

A teoria da alta crítica sobre a relação entre a Páscoa e os Pães Asmos é a seguinte.<br />

Originariamente, ambas foram festas distintas. A páscoa teria sido um ritual de pastores<br />

nômades, e os pães asmos, uma festa agrícola cananéia. Subseqüentemente as duas foram<br />

incorporadas à História (ao serem relacionadas ao êxodo) e fundiram-se, ou foram<br />

restabelecidas (Kraus), na época de Josias, como conseqüência da centralização da<br />

adoração. É claro que isso tudo é especulação. Ezequias celebrou uma grande páscoa (2<br />

Cr 30, em que também é chamada de festa dos pães asmos). Salomão celebrou as três<br />

festas anuais (Pães Asmos, Semanas e Tabernáculos, 2 Cr 8.13). O silêncio dos livros de<br />

Samuel e Reis não é um argumento válido contra uma data remota da páscoa. Nenhum<br />

dos profetas, à exceção de Ezequiel (somente Ez 45.21), menciona quer a páscoa quer a<br />

festa dos pães asmos. Até mesmo Jeremias, passando por alto da grande celebração de<br />

Josias, mantém silêncio a respeito, um silêncio que nada prova.<br />

Jesus comemorou essa festa (Mt 26.2, 18). Cristo é a ‘Páscoa’ para o cristão (1 Co 5.7,<br />

e também Jo 1.20, 1 Pe 1.19).<br />

B ibliogra fia : — D e V a u x , R., A I, p. 484-92. — G LASSON, T., The ‘passover,’ a<br />

. misnomer: the meaning of the verb PASACH, JT S 10:79-84. — H a r a n , Menahem, The<br />

passover sacrifice, Supp V T 23:86-116. — K RAUS, H . J., Worship in Israel, Richmond, John<br />

Knox, 1966, p. 45-55. — TW B, p. 163. — W E IS S , R., psh = hml, hws, Lesonénü 27:125-30.<br />

— JOCZ, J. Passover, In: ZPEB. v. 4, p. 605-11.<br />

V.P.H.<br />

1787 nOS (pãsah) II, m ancar.<br />

1224

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!