DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1782 HDS {pana)
1782c (penimâ) p a r a d en tro .
1782d (penimi) in terio r.
A elevada freqüência com que pãnâ e mais ainda seus derivados aparecem no AT é
atestada por KB (p. 76), que assinala que a raiz aparece 2 100 vezes no AT.
O sentido básico do verbo, que aparece com m aior freqüência no grau qal, é “virarse”,
m as pode assum ir inúm eras nuanças. Por exemplo, pãnâ pode ter o sentido de “virarse
p ara” um determ inado lado (Dt 2.3), um a pessoa (Jr 50.16), um a coisa (Êx 16.10). Pode
significar “virar-se para trá s” (Js 8.20), “voltar-se de [algum lugar]”, i.e., “partir de [algum
lugar]” (Gn 18.22), ‘Voltar-se para um lado e para outro” (Êx 2.12; AEA, “olhar de um a e
de outra banda”), “esperar”, “aguardar” (Ag 1.9), “prestar atenção em”, “considerar” (Jó
6.28; AEA, “olhar para”).
p ã n im . R o s to , sem b la n te. E ssa palavra sem pre ocorre no plural, talvez num a indicação
de que o rosto é composto por um a combinação de diversos aspectos. Conforme será visto
abaixo, o rosto identifica a pessoa e reflete a atitude e os sentim entos das pessoas. N esse
sentido pãnim pode referir-se à pessoa e aos sentim entos da pessoa.
N a B íblia o “rosto” (junto com as outras partes do corpo) é descrito não apenas como
um elem ento exterior do corpo humano; o rosto expressa tam bém algum a form a de padrão
com portam ental e, dessa forma, é caracterizado por qualidades pessoais. É n atu ral então
que o rosto fosse considerado como algo extraordinariam ente revelador no que diz respeito
às emoções, tem peram ento e inclinações do ser humano.
U m rosto “duro” (lit.) indica atitude de desafio (Jr 5.3), despudor (Pv 7.13), crueldade
(Dt 28.50). Um rosto “brilhante” (lit.) revela regozijo (Jó 29.24). Um rosto “envergonhado”
(lit.) dem onstra derrota, frustração, hum ilhação (2 Sm 19.5). O rosto “flam ejante” é aquele
tomado pelo terror (Is 13.8). Um rosto “m au” (lit.) é o rosto marcado por aflição e
ansiedade (Gn 40.7). U m rosto “decaído” é causado por ira ou insatisfação muito fortes
(Gn 4.5). Tornar “doce” (lit.) o rosto de alguém é reconciliar-se com ele ou buscar o seu
favor (com referência a Deus: 1 Rs 13.6; 2 Rs 13.4). A AEA traduz por “im plorar o favor
de”, m as, literalm ente, é “adoçar o rosto de”. Sem elhantem ente, essa expressão idiom ática
é em pregada em referência ao homem (Pv 19.6).
A expressão “esconder o rosto” significa dem onstrar aversão ou repulsa (Is 53.3), e
“desviar o rosto” é rejeitar (Sl 132.10; AEA, “desprezar o rosto”). Por outro lado, “erguer
o rosto” (lit.) de outrem é revelar favor, respeito, aceitação (1 Sm 25.35) ou dem onstrar
parcialidade e favoritism o (Lv 19.15).
A m aioria dessas expressões idiom áticas tam bém se aplica a Deus. O rosto de Deus
“brilh a” (lit., Sl 4.6 [7]) como sinal de favor e boa vontade. Seu rosto pode “cair” (lit.) de
indignação (Jr 3.12; ARA, “fazer cair a ‘ira’”). Deus pode “ocultar” o rosto (Sl 13 .1 [2]).
Cinco vezes ocorre a expressão ‘V er o rosto de D eus”, provavelm ente com o sentido
A
técnico de v isita r o santuário para adorar no culto público: Exodo 23.15; 34.20 (AEA,
“ninguém aparecerá diante de m im ”); Deuteronômio 3 1.11; Salm os 42.2 [3]; Isaías 1.12.
Em cada um desses casos o verbo rã’â, ‘V er”, é vocalizado como um nifal e é, então,
traduzido por “aparecer”, caso em que a idéia de “aparecer diante de (alguém )” suaviza
o conceito de ver o rosto de Deus. Em um único caso (1 Sm 1.22) o nifal é indicado pelo
texto consonantal. O pensam ento de lêrã’ôt pãnãy, em que o nifal aparece no infinitivo
construto, “aparecer diante de”, é aceitável, até mesmo obrigatório, mas a possibilidade
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