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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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867 T V (yálad)<br />

O mais provável é que formas diferentes signifiquem coisas diferentes. Era praticamente<br />

todos os casos indica-se a paternidade real com o hifil, e um relacionamento mais<br />

genérico, como o relacionamento entre povos (a Tabela das Nações, Gn 10), emprega o qal.<br />

Desse modo, Salmos 2.7 não emprega o grau causativo, mas o qal, pois refere-se a uma<br />

relação de amor. R.L.H.] No piei o verbo significa “exercer a função de parteira”. Com<br />

exceção de Êxodo 1.16, esse uso limita-se ao particípio do piei. Tanto o nifal quanto o pual<br />

são empregados como passivo do qal. Ocasionalmente utiliza-se o hofal com o mesmo<br />

significado (Gn 40.20, Ez 16.45). O hitpael é usado uma única vez, com o sentido de<br />

“anunciar sua linhagem” ou “registrar segundo os antepassados” (Nm 1.18).<br />

Com freqüência emprega-se a palavra num sentido figurado. Assim, o verbo pode<br />

referir-se a uma cidade ou nação como tendo dado à luz srus habitantes (e.g., Is 23.4;<br />

51.18; Ez 16.20). Pode referir-se aos ímpios como aqueles que deram à luz iniqüidade,<br />

mentiras ou palha (e.g., Jó 15.35; Sl 7.14 (15]; Is 33.11). “Dar à luz vento” é uma vivida<br />

figura da frustração (Is 26.18). Muitas vezes utiliza-se yálad como símile para a aflição<br />

(e.g., Is 42.14; Jr 30.6; Mq 4.10). Em uma oportunidade o vocábulo fala do dia como se<br />

desse à luz os eventos que ao longo dele ocorrerão (Pv 27.1). Fala-se de Deus como tendo<br />

dado à luz Israel (Dt 32.18). O verbo pode ser seguido de um acusativo, mas com<br />

freqüência é usado sem um objeto. Quando usado no passivo, o agente efetivo é<br />

geralmente introduzido pela preposição /.<br />

A palavra não remete necessariamente para uma geração que imediatamente se<br />

segue. No pensamento hebraico, um indivíduo, mediante o ato de gerar uma criança,<br />

toma-se pai ou ancestral de todos os que vierem a descender dessa criança. Assim como<br />

Cristo é chamado de filho de Davi e filho de Abraão, yãlad pode mostrar o início do<br />

relacionamento de um indivíduo com qualquer descendente.<br />

Os vários derivados indicam aspectos ou relacionamentos especiais que, de alguma<br />

maneira, estão ligadas com o nascimento, embora às vezes essa relação seja bem distante.<br />

Emprega-se a palavra em várias conexões teológicas importantes.<br />

Uma ameaça constante à promessa de que a semente dos patriarcas seria incontável<br />

e uma bênção a todas as famílias da terra era a esterilidade de suas esposas (Gn 16.1;<br />

17.17; 18.13; 25.21). Mas Deus cumpriu sua promessa, fazendo com que seus ventres<br />

estéreis concebessem. Então, também naqueles tempos de crise na vida de seu povo, o<br />

Senhor demonstrou que tinha um controle soberano e salvador de seus destinos ao<br />

prometer que mulheres escolhidas dariam à luz filhos que salvariam seu povo (Jz 13.3,<br />

5, 7; 1 Sm 1.2-10). A consumação desse tema é o nascimento de Jesus Cristo (Is 7.14; 9.5;<br />

Mt 1).<br />

O nascimento de um filho era acompanhado de grande alegria. Mas alguns<br />

experimentaram tantas atribulações em suas vidas que desejaram jamais ter nascido (Jó<br />

-3.3; Jr 15.10; 20.14). No entanto, o mais trágico é o caso de Judas Iscariotes, que, por ter<br />

traído Jesus, melhor seria jamais ter nascido (Mt 26.24).<br />

A apostasia de Israel toma-se mais dolorosa e trágica à luz da realidade de que o<br />

hor o “gerou”, uma metáfora que denota que ele Ilie deu vida e cuidou dele durante<br />

primeiros anos (Dt 32.18; cf. Ez 17.20; 23.4, 37). Veja 'ãb, “pai”, e ben, “filho”.<br />

Em Salmos 2.7 yãlad (observe-se que o grau não é hifil) é referência ao<br />

cionamento de amor entre o Pai e o Filho. O NT interpreta essa passagem como<br />

cativa da ressurreição de Cristo e do seu sentar-se à destra do Pai (At 13.33; Hb 1.3-5;<br />

cf. BUSWELL, J. O., Systematic theology ofthe Christian religion, Zondervan. 1962, v.<br />

pp. 107-12; v. 2, p. 18).<br />

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