DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

670 pbn (hálaq)
é [—1 a minha herança” (Sl 73.26), “o SENHOR é a sua herança’' (Dt 7.9), assim como é o
seu refúgio (Sl 142.5[61) e, conseqüentemente, sua suficiência. Os levitas e, por
desdobramento, aquele que teme a Deus, encontram aqui “uma expressão total e completa
de tudo o que seu relacionamento com Deus lhes garante” (Rad, G. von The problem o f
the Hexateuch, 1966, p. 263).
Em vista das implicações espirituais da palavra, não é de admirar que ela tenha
constituído um elemento popular na formação de antropônimos entre os israelitas, por
exemplo, Hilquias.
h e lq â . P a r te , p e d a ç o (d e te r r itó r io ), p o r ç ã o , g le b a o u lo te (d e terra ). Cf. o aramaico
hãlãq e o acadiano eqlu, “campo”.
A principal fração ou quinhão de terra no AT teve origem na distribuição de terra às
tribos (veja hêleq), de modo que o substantivo feminino helqâ na maioria das vezes
denota a porção ou divisão da terra outorgada às várias tribos de Israel após a conquista.
Assim, Deus é visto como alguém que, sendo comandante e tendo, portanto, o direito de
escolha, concedeu a melhor porção (Dt 33.21). A múltipla propriedade de terras já se vê
confirmada na necessidade que Jacó teve de comprar terra (“parte do campo”) de alguns
filhos da família de Siquém (Gn 33.19; Js 24.32). Mais tarde, parece que Boaz cultivava
apenas parte das terras de Elimeleque (Rt 2.3; 4.3). Na época da monarquia, o termo
passou a genericamente designar “campo” (2 Rs 3.19), mas freqüentemente com a
conotação de herança (2 Rs 9.21). Jeremias vê a terra de Israel como campo de Deus
(12.10; cf. 1 Co 3.9). A “porção” de Jó 24.18 pode muito bem ter o sentido de “campo”,
devido ao paralelismo com “vinhas”, e, neste caso, todos os usos deste substantivo podem
ser traduzidos por “campo” no sentido antigo. Apenas em 2 Crônicas 35.5 o substantivo
hãluqqâ designa “parte”, “porção”, ao passo que o aramaico hãlãq é usado com esse
sentido em Esdras 4.16 e Daniel 4.12, 20.
No antigo Oriente Médio não era incomum dar aos campos o nome de algum
acontecimento em vez do nome do proprietário. Helcate-Hazurim (2 Sm 2.16), próximo de
Gibeom, onde os homens de Isbosete foram mortos pelas tropas de Davi comandadas por
Joabe, era o “campo do gume das espadas” ou, possivelmente, lendo-se hatstsortm , o
“campo dos conspiradores”.
m a h ã lõ q e t. D is tr ib u iç ã o (tr ib a l d e terra s), d ivisã o. Este substantivo feminino, de
hãlaq I, é usado 32 vezes. É empregado em Josué (11.23; 12.7; 18.10) para designar
porções específicas de terra dadas por Josué a Israel, idéia reiterada em Ezequiel 48.29.
Nos períodos exílico e pós-exílico, o termo é freqüentemente empregado (26 vezes em
Crônicas) para indicar os grupos ou subdivisões tecnicamente estabelecidos dos sacerdotes
e levitas para o trabalho no templo de Jerusalém e, mais raramente, as divisões militares
dispostas por Davi (1 Cr 23.6, etc.), sendo que os dois usos [sic] originaram-se na
legislação mosaica (Ed 6.18).
B ib lio g ra fia : KAMHI, D. J., The Root HLQ in the Bible, VT, 23:236-39. — THAT, v. 1.
p. 576-8. D.J.W.
670 pbíl (hãlaq) II, s e r m a cio , e s c o r r e g a d io (ta m b ém fig u r a d a m e n te ),
liso n jea r. Cf. o ugarítico hlq e o árabe halaqa, “ser macio”. Incluindo os derivados,
ocorre 28 vezes.
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