DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

623 (hül)
hül; seu melhor apoio é a possibilidade de revocalização do texto para que se leia a
palavra hebraica hãlal, “perfurar” (wayyãhõl). Como a vocalização existe, todavia, é
preferível ler “ser angustiado” ou “ficar aterrorizado”. Duas passagens ordenam à terra
que “trema” (1 Cr 16.30; Sl 96.9). No entanto, em contraste com os contextos mencionados
acima, em que a terra tremeu, esses dois contextos estão completamente crivados de atos
positivos de adoração (1 Cr 16.28, 29, 31; Sl 96.7, 8, 10). Por esta razão, é melhor nestes
contextos interpretar hül como termo positivo, que expressa adoração, quer como “dança”
(i.e., a rríhôlâ como dança religiosa), quer como um alegre “tremor” em adoração. O uso
deste termo em Lamentações 4.6 (ARA, “subvertida”) permanece impreciso.
O hifil é causativo, “fazer tremer” ou “causar angústia” (BDB; Sl 29.8. Observe que
outros hifil são mais apropriadamente derivados de yahel: Gn 8.10; Jz 3.25; Lm 3.26). O
hofal é passivo, “ser gerado”, portanto “nascer”, que é intransitivo em português (Is 66.8).
A maioria dos polel é mais corretamente entendida como intensiva no seu sentido,
em lugar de causativa. Dar à luz (Jó 39.1), o contorcer-se dos “mortos” (ARA) ou das
“sombras” (BJ) e a dança (Jz 21.23) são todos expressos de forma intensiva. Nessa forma,
“dar à luz” é expandido em seu sentido, vindo a significar “formar” ou “criar” (Sl 90.2).
Numa expressão semelhante, o vento norte “traz” chuva (Pv 25.23). Apenas uma
ocorrência do polel parece ter sentido causativo; Salmos 29.9, onde o texto vocalizado se
traduz “faz dar cria as corças” (ARA) ou “faz parir as cervas” (ARC), pode,
alternativamente, com apenas ligeira modificação das vogais, ser traduzido “retorce os
carvalhos” (JB) ou “sacode os carvalhos” (BLH), que oferece melhor paralelismo poético.
O pulai é o passivo do polel, e novamente em português é traduzido pelo intransitivo
“nascer” (Jó 15.7; Sl 51.5[7]). Esta expressão pode ser usada como referência à criação ou
a origens em escala cósmica (Pv 8.24, 25).
O hitpolel ocorre duas vezes, descrevendo a tempestade que redemoinha (Jr 23.19)
e o tormento de um homem sofredor (Jó 15.20). Estas referências são mais facilmente
entendidas como intensivas, embora possam, com alguma engenhosidade, ser entendidas
como reflexivas. De igual modo, o hitpalpel é intensivo quando descreve a grande agitação
ou o desespero de Ester ao tomar conhecimento do decreto contra seu povo (Et 4.4).
hõl. A reia . Geralmente usado como símile para grande número ou vastidão em qualquer
outro respeito. O número de grãos de areia freqüentemente é a medida do número do povo
de Deus. A Abraão foi prometido que sua descendência seria comparada à areia em
número (Gn 22.17), e também assim a Jacó (Gn 32.13). A expressão descreve o número
do povo dc l3rael sob a autoridade de Salomão (1 Rs 4.20) e também durante oulrus
períodos de bênção especial (Is 48.19; Os 1.10 [2.11). A comparação do número de
israelitas à areia do mar é contrastada com o pequeno número que sobreviverá ao juízo
divino (Is 10.22).
A areia também ilustra a quantidade de cereal (Gn 41.19), de soldados (Jz 7.12) e de
codornizes enviados para alimentar os hebreus (Sl 78.27). A extensão do juízo divino é
demonstrada pela referência ao fato de o número de viúvas ser como o da areia (Jr 15.8).
Em duas passagens a areia ilustra o peso, em lugar da quantidade numérica (Jó 6.3; Pv
27.3). A areia ainda relembra a soberania de Deus em demarcar os limites dos mares (Jr
5.22). Não está claro se a frase “cativos como a areia” (Hc 1.9) refere-se ao número dos
cativos ou à sua pouca importância. A quantidade ilimitada pode ser o significado da areia
na expressão “os tesouros escondidos das areias” (Dt 33.19).
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