DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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de Am 4.4-5, BT, p. 286). O amor na prática importa na obediência (Dt 6.4-6; cf. qôl).
O grau piei (que ocorre somente depois do Pentateuco) pode também indicar o
ritualismo total da adoração (2 Cr 25.14). A ocorrência desse grau verbal ressalta a
história de degeneração progressiva entre os reis de Israel e Judá. Aparentemente aqueles
atos descritos com o emprego desse grau, quer conscientemente (por parte do ofertante)
quer judicialmente (por parte do narrador), eram reconhecidos como contrários à
verdadeira adoração. Isso certamente acentua a ironia da declaração de Amós (4.5). Essa
oferta falsa, que imitava a adoração cananéia (Al, p. 438), era blasfema (Is 65.7),
vergonhosa (Jr 11.17), dava mostras tanto de esquecer (Jr 18.15) quanto de abandonar
(Jr 19.4) a Deus, e não oferecia nenhuma esperança ou ajuda ao idólatra (Jr 11.12).
No eschaton Deus promete um sacerdócio eterno (Jr 33.18; Hb 7.23 e s.) e universal
(Ml 1.11; cf. 2 Pe 2.9).
O ritual do AT era permeado de queima de incenso (Is 6.4). Deus determina que um
altar especial revestido de ouro (o “altar de ouro”, Ex 39.38) seja colocado diante do véu
do santuário interior (veja-se Êx 30.10). Cada holocausto matutino e vespertino bem como
a grande oferta anual da expiação deviam ser acompanhados da queima de incenso (Êx
30). Misturas de incenso feitas não de acordo com a fórmula dada por Deus eram
inaceitáveis (Êx 30.34), ao mesmo tempo em que essa fórmula não devia ser usada para
fazer incenso para outras finalidades (Êx 30.37). Esse incenso sagrado devia ser ignificado
apenas com brasas tiradas do altar de incenso queimado (Is 6.6), o qual recebera sobre
si o sangue de sacrifício. O uso de outro fogo (“estranho”) era castigável com morte (Lv
10.1-2). A fumaça do incenso representa as orações (cf. Sl 141.2; OTOT, p. 273; cf. Lc 1.10;
Ap 5.8; 8.3 e s.). Até mesmo as orações do povo de Deus necessitam de expiação (Êx
30.10). Finalmente fazia-se expiação pelo pecado por ignorância besuntando-se os chifres
do altar de incenso (Lv 4.7).
Esses são os dois únicos casos nos rituais perpétuos de Israel em que se espalhava
sangue nos chifres do altar. Uma comparação da ordem em que ocorria o besuntamento
de sangue em cada um dos dois rituais revela que a aspersão e o besuntamento são
invertidos — no grande ritual da expiação (Lv 17.18) o besuntamento vinha primeiro.
Ademais, os dois rituais estabelecem procedimentos diferentes em relação ao altar em que
o sangue deve ser aplicado. O ritual para o pecado por ignorância (Lv 4.7) simbolicamente
fazia com que o culpado tivesse condições de novamente servir em sua respectiva função
na aliança. A aspersão no grande dia da expiação serve para purificação dos respectivos
altares e, por conseguinte, simbolicamente para a purificação daquilo que eles
representam. O fato de estarem contaminados não é resultado de nenhum ato da nação,
mas da natureza da nação em si, ou seja, do fato de ela consistir de um ajuntamento de
seres humanos. Portanto, esses rituais de besuntamento tenham talvez o propósito de
ensinar ao povo a íntima relação e ao mesmo tempo a clara diferença entre o pecado
original e o pecado por ignorância.
qetõret. Incenso, perfume. Esse substantivo denota aquilo que, ao ser queimado, produz
nm aroma suave (qetõret sammim): um perfume (Pv 27.9) ou, mais comumente, incenso
para uso no culto público. Compare-se com lebõnâ, uma especiaria que pode ser usada
como incenso, e rqh, “perfume”, “ungüento”. Compare-se com o fenício q‘rt (H. DONNER &
W. ROLLIG, KAI, v . 2, p. 21). O substantivo ocorre 60 vezes.
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