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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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350 n*p3 (gãlâ)<br />

gãlâ tem freqüentemente este sentido.<br />

Semelhantemente, no piei sempre denota “revelar” algo que, cie outra forma, está<br />

normalmente oculto. Assim, significa “abrir” os olhos — para ver uni anjo (Nm 22.31) ou<br />

coisas maravilhosas na lei (Sl 119.18); “tornar conhecido, revelado, manifesto”: referindose<br />

a Jeremias em sua queixa ao Senhor (Jr 11.20; 20.12), ao Senhor em sua revelação de<br />

paz e verdade a Israel (Jr 33.6) e de sua justiça a eles (Sl 98.2); “trair”, referindo-se a<br />

fugitivos (Is 16.3), segredos (Pv 11.13; 25.9); “revelar”, “expor”, referindo-se ao esconderijo<br />

de Esaú (Jr 49.10), aos mistérios das trevas (Jó 12.22), aos fundamentos (Mq 1.6), ao<br />

pecado (Jó 20.27; Lm 2.14; 4.22) e aos pés (Rt 3.4,7).<br />

E, contudo, usado um maior número de vezes neste grau para indicar atividade<br />

sexual proscrita. Ocorre 24 vezes em Levítico 18 e 20 na expressão “descobrir a nudez”,<br />

que indica relação sexual em condições proibidas, geralmente incesto; cf. também<br />

Deuteronomio 22.30 [23.1]; 27.20. Também é usado para indicar o descobrir ou remover<br />

daquilo que cobre: a saia da mulher (Is 47.3; Na 3.5), a proteção de Judá (Is 22.8) e a<br />

couraça do crocodilo (ARA) ou leviatã (ibb, Jó 41.13 [5]). Em muitas passagens têm,<br />

portanto, a conotação de “envergonhar".<br />

Lado a lado com Levítico 18 e 20, ocorre na queixa profética de que Israel “descobriu<br />

sua nudez”, metáfora que indica que atirou fora sua lealdade para com o Senhor. Em<br />

reação a isso, o Senhor ou os antigos amantes dela “descobrirão a nudez” da nação infiel,<br />

ou seja, envergonhá-la-ão (Os 2.12; Ez 16.36); cf. a ameaça contra Nínive (Na 3.5) e<br />

Babilônia (Is 47.3).<br />

Tirar, ir para o exílio. O sentido básico da forma intransitiva gãlâ aparece em<br />

Ezequiel 12.3, onde o profeta recebe a ordem de “sair” e no lamento da esposa de Finéias,<br />

a qual estava cm trabalho de parto: “Foi-se a glória de Israel”. Sentido semelhante se vê<br />

no lamento de Isaías, “já se foi o prazer da terra” (IBB, Is 24.11), e na descrição que Zofar<br />

apresenta do destino dos ímpios, “as rendas de sua casa ir-se-ão” (IBB, Jó 20.28). Também<br />

tem este sentido simples de “partir” em Provérbios 27.25 e Oséias 10.5.<br />

Nas 20 passagens restantes no qal o verbo tem o sentido mais preciso de “ser levado<br />

ao cativeiro”. Além disso, ocorre 39 vezes no hifil com o significado de “levar exilado” e<br />

sete vezes no hofal, com um sentido semelhante ao do qal. O verbo figura com destaque<br />

nos anúncios de juízo feitos por Amós (1.5; 5.5, 27; 6.7; 7.11, 17) e Jeremias (13.19; 20.4;<br />

22.12; 27.20; c f Lm 1.3; veja também Is 5.13).<br />

Em várias passagens o Senhor é designado como o sujeito que leva Israel para o<br />

cativeiro (Jr 29.4,7, 14; Ez 39.28; Am 5.27; Lm 4.22; 1 Cr 5.41 — o único lugar onde se<br />

menciona explicitamente o agente humano [Nabucodonosorl; cf acerca de outras pessoas<br />

em 2 Rs 17.11). Mas em geral Israel (Judá) ou sua glória é o sujeito do verbo.<br />

O juízo do Senhor em tirar Israel da terra e conduzi-la ao cativeiro contrasta<br />

apropriadamente com a ação divina de cumprir a promessa de dar-lhes a terra como<br />

dádiva ao início de sua história. Semelhantemente, as repetidas promessas aos pais de<br />

dar-lhes a terra contrastam fortemente com suas repetidas advertências, feitas pelos<br />

profetas, de tirá-los da terra. Em 2 Reis 17.11 a expulsão de Israel da terra é visivelmente<br />

comparada com o destino dos cananeus, a quem Deus expulsou em favor de Israel, quando<br />

entrou na terra.<br />

E instrutivo assinalar que o verbo jamais ocorre em Deuteronomio. Neste livro a<br />

ameaça de serem postos fora da terra expressa-se com outras expressões, tais como<br />

“perecer ('bd) depressa da terra” (ARC, Dt 4.26; 11.17) e “espalhar” (püts, hifil). Caso as<br />

supostas falas mosaicas de Deuteronomio sejam, na verdade e como geralmente se alega,<br />

de data posterior, parece estranho que não se use a palavra gãlâ, a qual é comumente<br />

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