DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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(possivelmente o “vale de Mispa”, Js 11.8). O Nahr Bareighit, um pequeno ribeiro, a oeste
do anterior, corre a partir de Meij ‘Ayun (cf Ijom, 1 Rs 15.20).
O Jordão flui por 11 quilômetros ao longo de uma região outrora pantanosa até
aquilo que era um pequeno lago, o lago Hula, drenado em 1955. Logo ao sul, onde fica a
ponte das Filhas de Jacó, situa-se o local em que a antiga estrada internacional para
Damasco pode ter sido atravessada a vau; a grande área de Hazor fica seis quilômetros
e meio a oeste. O Jordão corre então por 13 quilômetros em meio a um desfiladeiro em
basalto até o mar da Galiléia (o mar de Quinerete, Nm 34.11). Nesse percurso o rio já
desceu da altura de 69 metros acima do nível do mar, na região ao norte do Hula, para
209 metros abaixo desse nível no mar da Galiléia.
O rio volta a correr a partir do lado sul do mar da Galiléia e desce para o mar Morto,
395 metros abaixo do nível do mar, o local mais baixo da superfície da terra. Desse modo
o rio flui ao longo de um trecho da Grande Fossa Africana, que vai desde um ponto entre
as montanhas do Líbano e a Cordilheira do Antilíbano até os grandes lagos da África. A
distância em linha reta entre os dois lagos é de 104 quilômetros, mas em seu traçado
sinuoso o rio Jordão percorre quase 320 quilômetros. Exceto em épocas de inundação, a
profundidade do rio varia apenas entre noventa centímetros e três metros e sessenta
centímetros.
O Jordão pode ser atravessado a vau em cerca de 60 locais. Jacó atravessou o Jordão
para chegar a Arã e posteriormente tornou a atravessá-lo com a família que havia
formado (Gn 32.10 [111). Depois de Eúde matar Eglom, rei de Moabe, os israelitas
tomaram os vaus e mataram muitos dos moabitas que ficaram presos no lado ocidental
do Jordão (Jz 3.28-29). Depois de derrotar os midianitas em Moré, Gideão convocou os
efraimitas para tomarem os vaus (Jz 7.24-25).
Sob o comando de Josué os israelitas puderam atravessar o Jordão, perto de Jericó,
a seco, pois o Senhor represou as águas rio acima (Sl 114.3, 5; Js 3.16), desde Adã (25
quilômetros ao norte) até Zaretã (Tell es-Sa‘idiyeh, 16 quilômetros mais acima). Sabe-se
de deslizamentos de terra que represaram o Jordão: durante dez horas em 1267 e durante
21 horas em 1927. A conquista (Js 1— 11) começa com a travessia do Jordão e com a
captura de Jericó; a distribuição da terra (Js 13— 21) termina nesse rio. Esse
procedimento corresponde à orientação dada por Moisés (Nm 34.12).
A largura do vale do Jordão passa de seis quilômetros e meio logo abaixo do mar da
Galiléia para 22 quilômetros logo acima do mar Morto. O desfiladeiro Ghor, ou vale
superior, pode ser cultivado ao norte de Gileade. Nas áridas regiões meridionais ao sul
do Ghor encontram-se as estéreis colinas de calcário denominadas Qattara. A verde
planície inundável é conhecida como Zor, palavra árabe que significa “vegetação cerrada”.
Esta última área era conhecida como a gã’ôn do Jordão, sendo traduzida por
“floresta”. Essa região destacava-se como o hábitat de animais selvagens, tais como leões
(Jr 49.19; Zc 11.3). Indaga-se a Jeremias como se sairia num local perigoso como a
“floresta do Jordão”, se não se sente seguro numa terra de paz (Jr 12.5).
A natureza inóspita de Zor e Qattara tornava o rio Jordão uma barreira geográfica
eficaz. Moisés tentou evitar que as tribos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés, que
receberam territórios a leste do Jordão, não ajudassem seus irmãos que tinham de
conquistar a Cisjordânia, a oeste (Nm 32). Num período relativamente curto de tempo
surgiram diferenças dialetais. Os efraimitas do oeste traíram sua identidade quando,
passando pelos vaus, diziam “Sibolete” em vez de “Chibolete”, que era como pronunciavam
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