DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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de profundidade. O contexto de Amós 9.2 apresenta o contraste das alturas do Carmelo
com o fundo do mar. Tais figuras de linguagem para designar profundidade podem muito
bem ter surgido a partir do significado de “túmulo”.
Quanto ao uso em Números 16 e as expressões semelhantes em Salmos 55.15 [16],
a cena é de Coré, Datã e Abirão, junto com suas famílias e todos os seus bens, serem
enterrados vivos. É verdade, sem dúvida alguma, que foram para o inferno (pelo menos
os líderes da rebelião), mas tudo o que o texto menciona é a catástrofe natural com a qual
foram mortos.
Se está correta essa interpretação de she,ôl, então o emprego desse vocábulo não
apresenta uma descrição da situação dos mortos, não se podendo dizer, portanto, que
estão na penumbra, nas trevas, no caos, no silêncio, que não são lembrados, que são
incapazes de louvar a Deus, que nada sabem. Tal ponto de vista é quase sinônim o da
idéia não-bíblica do sono da alma. Pelo contrário, os textos estudados apresentam o
quadro de um túmulo típico na Palestina: escuro, cheio de pó, com ossos m isturados e
onde “esta pobre língua, de fala balbuciante e gaguejante, ja z silenciosa na sepultura”. As
almas de todos os homens não vão para um único lugar. Mas todas as pessoas vão para
a sepultura. Quanto ao destino das almas dos homens no estado intermediário, o AT não
diz praticamente nada. Na realidade o NT também não diz quase nada, mas aquilo que
diz é decisivo... Os salvos vão para o céu e para a bem-aventurança; os ím pios vão para
o inferno e o tormento. No AT a esperança do justo é a vida com Deus, ao passo que os
ímpios não possuem essa esperança. Cf. a interpretação que Dahood faz de Salmos 23.6;
17.15 e outras passagens (.Psalms I , em AB, in loc.), e também de Provérbios 23.18; 24.14,
20 (M. DAHOOD, Proverbs and northwest semitic philology, Pontificai Biblical Institute,
1963, p. 48, 51). Inúmeros outros versículos se referem à vida ressurreta que por fim
existirá num novo céu e numa nova terra, mas isso é assunto para outro estudo.
B ib lio g r a fia : — BUIS, H. Sheol. In: ZPEB. v. 5, p. 395. — DAHOOD, M. Psalms. In:
AB. v. 3, p. xli-lii. — David, John D. The fature life in Hebrew thought during the pre-
Persian period. PTR 5:631-41. — GORDIS, Robert. Studies in Hebrew roots o f contrasted
meanings. JQR 27:33-58. — H arris, R. L. The meaning o f the word sheol as shown by
parallels in poetic passages. JETS 4:129-35. — HEIDEL, A. Death and the afterlife. In: The
Gilgamesh epic. cap. 3. University o f Chicago, 1946. p. 137-223. — HOOKE, S. H. Life after
death: V. Israel and the after-life. exp T 76:236-9. — SUTCLIFFE, E. F. The O T and the
future life. 1947. — TDNT. v. 1, p. 146-8. — THAT. v. 2, p. 841-3.
R.L.H.
2304 ]$£? (shã an) d e s ca n s a r , e s ta r tra n q ü ilo , e s ta r à von ta d e.
Termo Derivado
2304a (shaanãn) so sseg a d o , tra n q ü ilo , seg u ro (adj); seg u ra n ça ,
o rg u lh o , a r r o g â n c ia (subst.).
O verbo shã'an indica a idéia de estar tranqüilo e sossegado. Em Jerem ias 48.11
Moabe é censurado por ter-se acomodado a seus caminhos pecaminosos, e por causa disso
o profeta de Deus anuncia o juízo que vem sobre aquele povo.
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