DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2460 ppO (shãqaq)
O verbo sháqats é usado tanto no sentido de “considerar repulsivo”, “considerar
detestável” (Lv 11.11, 13), quanto no sentido causativo de “tomar detestável”,
“contaminar” (Lv 11.43; 20.25). Nestas últimas passagens se afirma que a pessoa que
ingere alimentos abomináveis se torna, ela própria abominável aos olhos de Deus.
O objeto da repulsa podem ser os alimentos proibidos, como acima, ou “a abominação”
(tô‘êbâ), um ídolo. Num lindo cântico de louvor o salmista diz acerca de Deus que ele “não
desprezou [sftõçatel nem abominou a dor do aflito” (Sl 22.24 (251).
sheqets. Coisa abominável. Em contraste com shiqquts, sheqets não está
necessariamente associado com a idolatria; é, isso sim, usado principalmente para
designar alimentos impuros e proibidos. É assim que, em Levítico 11.10-12, se refere a
seres marinhos proibidos, cuja característica geral é a de não terem barbatanas nem
escamas. Em Levítico 11.13 se refere a vários tipos de aves imundas; em Levítico 11.20,
23, a insetos com asas (cf. sherets); e em Levítico 11.41-42, a animais que se rastejam
sobre o ventre (sherets).
Classificar certos animais na categoria de “imundos” ou “abomináveis” pode, em
certos casos, envolver considerações sanitárias. Entretanto, a principal consideração aqui
deve ser a de que, independentemente do motivo do grau de compreensão que os israelitas
tinham a respeito, certos alimentos eram proibidos e considerados abomináveis. Deviam
aceitar esse fato simplesmente com base na confiança em Deus e na obediência a ele.
shiqquts. Coisa abominável, ídolo. Esse substantivo sempre é empregado em contextos
de práticas idólatras, referindo-se tanto aos próprios ídolos como coisas abomináveis e
detestáveis aos olhos de Deus quanto a algo associado com o ritual idólatra. Em geral os
ídolos são chamados de abominação (Jr 16.18; Ez 5.11; 7.20; 2 Cr 15.8, etc.). Não apenas
os ídolos são uma abominação, mas também aqueles que os adoravam “se tornaram
abomináveis como aquilo que amaram” (Os 9.10), pois se identificaram com os ídolos.
Antíoco Epifanio, conforme profetizado em Daniel 11.31, e que é um tipo do
ânticristo, edificou no templo de Jerusalém um altar a Zeus junto com uma imagem desse
deus. Isso é chamado de “abominação desoladora”, ou seja, uma profanação do altar e que
destrói o seu verdadeiro propósito. De igual forma o Ânticristo estabelecerá uma
abominação no santuário, uma adoração demoníaca e falsificada (Dn 9.27; 12.11).
As “abominações” de Naum 3.6 são shiqquts. Parece provável que, visto que em todas
as demais passagens shiqquts está claramente associado à adoração idólatra, o mesmo
seja válido aqui.
É importante reconhecer que, por meio do uso de uma palavra muito pesada como
shiqquts, Deus quer que o seu povo reconheça a tremenda seriedade e impiedade desse
pecado, por mais atraente e popular que ele seja. O povo de Deus precisa encarar o pecado
a partir da perspectiva divina (Dt 7.26).
Bibliografia: — HARRIS, R. L. Man — God’s eternal creation. Moody, 1971. p. 139-
44.
H.J.A.
2460 ppÇ (shãqaq) correr, correr de um lado para outro, atacar (e.g., Is 33.4; Na
2.5).'
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