DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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a Semente como a descendência da linhagem prometida a Abraão, Isaque e Jacó, ou até
mesmo em outros grupos distintos do povo da promessa.
O sentido básico vem do mundo da agricultura. A semeadura ou o plantio, em
contraste com a colheita, ocorrerá seguidamente segundo um padrão prometido por Deus
a Noé depois do Dilúvio (Gn 8.22; cf. Lv 26.5). Esta semeadura ou plantio acontece nos
campos (Ez 17.5) e, portanto, ajusta-se bem ao significado do termo acadiano zèru, “terra
cultivada” . A própria semente que é plantada em tais campos tem o mesmo nome (Gn
47.19, 23; Lv 11.37-38; Nm 24.7; Dt 28.38; Is 55.10; Am 9.13). O produto da semente
plantada recebe a mesma designação (e.g., a semente das ervas e árvores em Gn 1.11, 12,
29 ou a semente (grãol recolhida ao celeiro em Jó 39.12; cf. Dt 14.22; Is 23.3). Assim, todo
o ciclo agrícola é praticamente resumido na palavra zera‘; do ato de sem ear à semente
plantada e à colheita realizada. zera‘ é usada figuradamente em relação à idolatria de Judá
(Is 17.11). O povo plantava árvores formosas e mudas estrangeiras. Isto se refere ao termo
ugarítico n‘m n, freqüente no culto a Tamuz-Adonis, ou talvez à insensatez de semear
espinhos e abrolhos e esperar uma colheita de flores e legumes.
zera‘ refere-se a sêmen em Números 5.28, “e conceberá (lit., ‘e será impregnada com
sem ente’ )”. Freqüentemente ocorre com a expressão “emissão do sêm en” (Lv 15.16, 32;
22.4). Também é usado como acusativo de modo e traduzido eufemisticamente como “com
quem homem se deitar com semente da cópula” (ARC, 15.18; 18.20; Nm 5.13). Note-se o
mesmo na promessa de Jeremias 31.27. O Senhor semeará as casas de Israel e Judá com
a semente do homem e a semente dos animais nos últimos dias.
O uso teológico mais importante encontra-se na quarta categoria. Começando com
Gênesis 3.15, a palavra “semente” é regularmente usada com sentido coletivo no singular
(nunca ocorre no plural). Este termo técnico é um aspecto importante da doutrina da
promessa, pois o hebraico jam ais se vale do plural desta palavra para referir-se a
“posteridade” ou “descendência”. Os Targumim aramaicos pluralizaram o termo vez por
outra, e.g., o targum de Gênesis 4.10, mas o aramaico também se limita ao singular nas
passagens que tratam da linhagem prometida. Assim a palavra designa toda a linhagem
de descendentes como unidade, sendo, no entanto, suficientemente flexível para denotar,
quer uma pessoa que seja a epítome de todo o grupo (e.g., o homem da promessa e, em
última análise, Cristo), quer as muitas pessoas em toda a linhagem de descendentes
naturais e espirituais ou um dos dois
Precisamente é isso que acontece em Gênesis 3.15. Uma dessas linhagens é a
linhagem da mulher, em contraste com a linhagem inimiga, os seguidores de Satanás.
Surpreendentemente o texto anuncia que um descendente macho obterá, por fim, uma
vitória esmagadora sobre o próprio Satanás.
Esta promessa feita a Eva foi ampliada e mais especificada na Aliança Abraâmica.
Deus concederia uma terra e uma descendência numerosa por intermédio do filho de
Abraão e seus descendentes; Gênesis 12.7; 13.15, 16; 15.13, 18; 16.10; 17.7-10, 12, 19;
22.17, 18; 24.7; 26.3, 4, 24; 28.4, 13, 14; 32.13; 35.12; 48.4. Esta linhagem cresce e a
promessa continua em Êx 32.13; 33.1; Dt 1.8; 11.9; 34.4; Js 24.3.
O mesmo se pode dizer a respeito de Davi e seus descendentes. A promessa é
continuada em 2 Samuel 7.12; aparece como paralelo do termo “Messias” em Salmos
18.50(511 (veja 2 Sm 22.51) e é repetida no comentário de Etã sobre a Aliança Davídica
de 2 Samuel 7, em Salmos 89.4, 29, 36(5, 30, 37J.
Esta identificação coletiva encontrada na semente de Eva, de Abraão e de Davi recebe
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