DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2548 KHChn (ti rs hãtã 0
2 5 4 7 (tarshish) //, Társis.
Deve-se fazer cuidadosa distinção entre esse topônimo, que ocorre 26 vezes no AT, e
duas outras palavras: o antropônimo “Társis” (que é usado para duas pessoas diferentes:
1 Cr 7.10; Et 1.14) e o substantivo comum tarshish I, uma pedra preciosa de identificação
incerta.
Presumivelmente Társis era uma cidade localizada em algum ponto do litoral do mar
Mediterrâneo ou em alguma ilha desse mar. Locais desde Tarso, no oriente (Ásia Menor),
até Tartesso, no ocidente (Espanha), têm sido propostos, sendo que as hipóteses mais
recentes se concentram num local mais ao centro, como Tarro, na Sardenha (cf.
especialmente W. F. ALBRIGHT, Yahweh and the gods of Canaan, p. 219 e nota 30; Y.
AHARONI, The Macmillan Bible atlas, p. 75). Suas associações insulares ou litorâneas são
ressaltadas em passagens como Salmos 72.10 e Isaías 23.6, ao passo que a grande
distância a que ficava da Palestina é enfatizada em Isaías 66.19 e Jonas 1.3; 4.2. Gênesis
10.4 e 1 Crônicas 1.7 deixam transparecer que Társis tinha vínculos pelo menos
comerciais com as ilhas do Mediterrâneo oriental. Caso o Targum de 1 Crônicas 1.7, que
traz “Itália” em vez de “Quitim”, reflita com exatidão um dado histórico, aumenta a
probabilidade da localização de Társis na Sardenha.
É bem possível que mais de um local tivesse o nome de Társis, especialmente se o
vocábulo tivesse originariamente o sentido de “refinaria” ou algo parecido, idéia defendida
por W. F. Albright (veja-se o estudo oportuno de ALBRIGHT, Archaeology and the religion
of Israel, 4a ed., p. 136). Lemos por vezes no AT acerca de “navios de Társis”, que eram
naus grandes e oceânicas (Ez 27.25) e transportavam todo tipo de carga valiosa,
especialmente metais, tais como prata e ouro (1 Rs 10.22; 22.48 [491; 2 Cr 9.21; Is 60.9;
Jr 10.9; Ez 38.13) e também ferro, estanho e chumbo (Ez 27.12). É possível então que
Társis tenha sido ou se tomado uma espécie de designação genérica de locais de
mineração ou fundição de metais. É desnecessário dizer que um “navio de Társis” não
significa necessariamente um navio construído num lugar chamado Társis; também podia
ser simplesmente um navio de transporte de minério, caso esteja correta a etimologia
proposta acima. As ligações desses navios com os fenícios (1 Rs 10.22; 2 Cr 9.21; vejam-se
também os oráculos contra Tiro em Is 23 e Ez 27) mostram que eles trafegavam
regularmente pelo Mediterrâneo, ao passo que 2 Crônicas 20.36 afirma explicitamente que
“navios que fossem a Társis” foram construídos em Eziom-Geber (na margem norte do
golfo de Aqaba), cidade que se ligava comercialmente com o sul e o oriente.
Navios de Társis, tanto ancorados quanto a caminho do mar alto, devem ter
proporcionado uma cena realmente imponente. Mas, devido ao orgulho pecaminoso de
seus proprietários, essas naus magníficas foram destruídas numa das manifestações do
juízo de Deus (1 Rs 22.48 [491; 2 Cr 20.37; Sl 48.7 [81; Is 2.16).
R.F.Y.
2548 KHyHn (tirshãtã ’) governador.
A palavra é atestada cinco vezes no AT (somente em Ed e Ne) e vem sempre
precedida do artigo definido. É um substantivo de origem persa e significa algo como
“(Sua) Excelência”, “(Sua) Honra”. Uma comparação de Neemias 8.9 com 12.26 mostra que
o vocábulo é hierarquicamente o equivalente persa de pehâ, “governador”, um substantivo
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