DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1364 *TD3 (nãkâ)
É Deus quem “fere” o povo com cegueira (2 Rs 6.18) e pragas (Dt 28.22, 27-28, 35). Ele
traz ju ízo sobre o hom em em razão do seu pecado (1 Rs 14.15; Lv 26.24) e, às vezes, até
m esm o a morte (2 Sm 6.7). Sem elhantem ente, a natureza encontra-se debaixo do controle
divino, pois é Deus, e não Baal, que “feriu” (ARA, “devastou”) as videiras e figueiras de
Israel (Sl 105.33).
m a k k â . G o lp e, fe r id a , p r a g a , m a ta n ç a , d e rro ta , Das 48 ocorrências de makkâ no AT,
dois terços são traduzidos na LXX por plêgé, de onde vem a palavra “praga”, por
interm édio do latim plaga.
Em prega-se o vocábulo com quatro nuanças básicas. Prim eiro, é usado literalm ente
para se referir a um “golpe” (ARA, “açoite”) recebido (Dt 25.3; Pv 20.30). De acordo com a
lei do AT, o núm ero de açoites desferidos num castigo formal estava lim itado a 40 (Dt
25.3). A sinagoga, porém, posteriorm ente reduziu esse núm ero para 39 (cf. 2 Co 11.24),
13 no peito e 26 nas costas (cf. TDNT, v. 4, p. 516). Em prega-se figuradam ente a m esma
idéia de açoitam ento em referência ao Senhor dos exércitos, que com um flagelo provoca
a “m atança de M idiã” (Is 10.26).
Segundo, em certos contextos m akkâ é traduzido por “ferir” . Nesse sentido refere-se
à m orte do rei Acabe. Quando o rei foi m ortalm ente atingido por um a flecha, o historiador
hebreu descreve vividam ente que “o sangue corria da ferida para o fundo do carro” (1 Rs
22.35; cf. as feridas resultantes das flechas de Deus em Sl 64.7 [81). Outro rei, Jorão, foi
ferido em com bate pelos sírios (2 Rs 8.29; 9.15; 2 Cr 22.6). M uitas vezes os profetas
utilizam sim bolicam ente a palavra “ferida”, descrevendo aquela condição provocada pelo
golpe desferido por um inim igo, norm alm ente provocada pelo pecado do povo de Deus (Jr
30.14; c f Is 1.5-6). Em bora o ferim ento seja “grave” (Jr 10.19; 14.17; 30.12; c f a Assíria
em N a 3.19), até m esm o sem esperança (Jr 15.18; Mq 1.9), Deus a seu tem po trará a cura
(Is 30.26; Jr 30.17).
m akkâ tam bém pode ser traduzido por “praga” ou “aflição”. Parece que na época do
AT as pragas foram um a espécie de doença epidêm ica, com freqüência enviada com o
castigo pelo pecado. Assim que o povo hebreu deixou o Egito, Deus exigiu deles a
obediência. A advertência divina foi de que, caso desobedecessem , “trarei sobre vós pragas
sete vezes m ais, segundo os vossos pecados” (Lv 26.21). Um a “praga [makkâ] mui grande”
ocorreu no deserto enquanto o povo, com glutonaria, com ia codornizes (Nm 11.33). Essa
praga pode ter sido um sério problem a estom acal. Nas planícies de M oabe, antes da
conquista, o povo de Deus é novam ente am eaçado com sofrim entos “grandes e
duradouros”, caso deixem de observar a lei e reverenciar o nom e de Deus (Dt 28.59, 61).
Os filisteus, algum as gerações depois do êxodo, ainda estavam im pressionados com a
reputação dos “deuses” dos hebreus, que “feriram os egípcios com toda sorte de pragas no
deserto” (1 Sm 4.8).
Finalm ente, em prega-se m akkâ com o sentido de “derrotar”, com o quando um exército
ou um povo é alcançado por um a “m atança” ( 1 Sm 4 .1 0 , A R A , “derrota”; 1 4 .3 0 ) . M uitas
vezes em prega-se o verbo nãkâ, tendo m akkâ com o objeto, num a construção conhecida
com cognato acusativo; com isso tem -se a expressão “m atar com um a grande (ou m uito
grande) m atança” (cf. Js 1 0 .1 0 , 2 0 ; Jz 1 1 . 3 3 ; 1 5 .8 ; 1 Sm 6 .1 9 ; 1 9 .8 ; 2 3 .5 ; 1 Rs 2 0 .2 1 et al.).
B ib lio g r a fia : — IDB, v. 3, p. 821-2. — HARRIS, R. L., M an — God’s etem a l creation,
M oody, 1971, p. 155-6. — TDNT, v. 4, p. 515-9.
M .R.W .
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