DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

794 rníp (tãwâ)
Um uso importante deste termo refere-se à bondade moral. A ordem “aparta-te do
mal e pratica o que é bom” (Sl 34.14(151) claramente faz um contraste entre “o que é bom”
e o mal moral. O “bom caminho” que Deus ensinará a seu povo relutante refere-se à vida
moral (1 Rs 8.36). “Bom” e “reto”, yãshãr, são muitas vezes paralelos para designarem
a bondade moral (2 Cr 14.1; 31.20).
Finalmente, Eclesiastes emprega tôb no sentido filosófico de summum bonum.
Eclesiastes 2 diz ao leitor que não há bem maior do que a vida de prazer hedonístico (v.
24) e, nesse contexto, levanta a questão de qual é o “bem” que o homem deve procurar.
Outras referências podem ser interpretadas da mesma maneira (Ec 3.22; 8.15).
Alguns usos mesclam dois ou mais dos campos semânticos analisados acima. “Terra
boa” era, na antiga aliança, uma expressão que incluía nuanças práticas, econômicas e
estéticas (Dt 1.25; Js 23.13). De igual forma, o conceito de Deus como “bom” é rico em
nuanças de todos os sentidos possíveis do termo “bom ” (1 Cr 16.34; Sl 145.9). À luz do
estudo acima, cada uso em particular deve ser claramente examinado para verificar quais
dos sentidos acima são possíveis.
Várias expressões literárias requerem um tratamento à parte. “Bem e mal” serve de
expressão idiomática para designar universalidade (Km 24.13; 2 Sm 13.22). Alguns têm
sugerido que a árvore do conhecimento do bem e do mal não envolve nada mais do que
essa idéia de universalidade (Gn 2.9), mas o contexto total dos capítulos iniciais de
Gênesis baseia-se num significado moral da frase. Reconhecer como “boa” a palavra dita
por outrem era indicar anuência ou aceitação; o juízo moral não está em jogo (2 Rs 20.19;
c f 1 Sm 20.7). Os “olhos bondosos” (IBB) indicam generosidade (Pv 22.9; cf. ARA). Em
Eclesiastes, “ver o bem” é traduzido por “experimentar as coisas boas ou os prazeres da
vida” (Ec 5.18(171; ARA, “gozar do bem”; Ec 6.6; ARA, “não gozar o bem ”).
tü b. B en s, p r o s p e r id a d e , bon d ade, form osu ra , a fa b ilid a d e. As mesmas categorias
de significado do adjetivo examinado acima aplicam-se ao substantivo, com exceção do uso
técnico no campo de filosofia. Refere-se a coisas materiais nos acertos entre José e sua
família (Gn 45.18, 20, 23) e nos bens levados na procura de uma noiva para Isaque (Gn
24.10), embora este último caso envolva valor tanto qualitativo como econômico. Quanto
a sentidos abstratos, “bondade de coração” refere-se a alegria (Dt 28.47; Is 65.14). A
beleza estética está envolvida em Oséias 10.11 (lit., “formosura do pescoço”, ARA;
possivelmente também Zc 9.17). A “bondade” de Deus, à qual pode-se recorrer em busca
de perdão (Sl 25.7), tem algo a ver com a benignidade ou a atitude de graça. O “bom juízo
e conhecimento” podem ser referência ao acerto naquilo que se pensa (Sl 119.66; lit ,
“justeza de juízo e conhecimento”). Com base no contexto (w . 17-20), a bondade moral de
Deus é o objeto de louvor em Salmos 145.7. Esses exemplos mostram que os significados
desse termo são quase tão amplos quanto os do adjetivo; por isso, toda a gama de sentidos
possíveis para o adjetivo deve ser levada em conta na exegese desses termos.
B ib lio g ra fia : TDNT, v. 1, p. 13-5. — THAT, v. 1, p. 652-63.
A.B.
794 rn » (tãwâ) fia r (Êx 35.25, 26).
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