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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1412 nj?3 (nãqã)<br />

Em outros casos a palavra evoca conotações positivas. Pode ser usada para denotar<br />

o ficar livre de um juram ento. E assim que Abraão diz a Eliezer: “Se a mulher, porém,<br />

não quiser seguir-te, serás livre deste meu juram ento”. (Gn 24.8; cf. Js 2.17, 20, em que<br />

o adjetivo é em pregado com a m esm a idéia).<br />

Das 40 ocorrências desse verbo, a im ensa m aioria possui uma conotação ética, m oral<br />

ou forense. O fato de que no grau piei (onde tem sentido transitivo) o verbo é sinônim o<br />

de tsãdaq (no piei ou no hifil, q.v.), deve dem onstrar a im portância do verbo, nãqâ é<br />

encontrado apenas uma vez no grau qal (um infinitivo absoluto que m odifica uma forma<br />

no nifal), nas demais vezes aparece sem pre no nifal ou no piei. Isso tende a reforçar a<br />

conclusão: “derram ar”, “esvaziar”, dá origem a “ser libertado”, “ser isento”, “ser<br />

purificado”, “ser inocente”.<br />

Um U30 político desta palavra, a saber, liberdade ou isenção dc algum a obrigação,<br />

tal com o o serviço m ilitar (Dt 24.5), serve para acentuar seu significado forense de ficar<br />

livre de castigo. O m arido é declarado isento de iniqüidade caso, ao anunciar que a esposa<br />

é infiel, siga os procedimentos legais perante o sacerdote (Nm 5.31).<br />

Essa passagem é instrutiva pois m ostra que nqh é o oposto de ‘ãwõn, “culpa” (.q.v.).<br />

A passagem diz: “O hom em será livre da iniqüidade (weniqqà ... m ê‘ãwõn), porém a<br />

m ulher levará a sua iniqüidade”. Em outras passagens, contudo, é om itida a palavra<br />

4ãw õn. É assim que Sansão, depois de seu sogro dar a esposa (de Sansão) a outro homem,<br />

diz: “Desta feita sou inocente [niqqêti]” (Jz 15.3).<br />

Assim com o ‘ãwõn pode referir-se ao ato de pecar, ao castigo do pecado ou ao estado<br />

entre o ato e o castigo (u estadu de “culpa”), da m esm a form a nãqã pode referir-se ao<br />

livrar-se do estado entre o erro implícito e o castigo (“estar sem culpa”, “ser inocente”) ou<br />

ao livrar-se do castigo (“ficar sem castigo”). Como exemplo do prim eiro caso, além de<br />

N úm eros 5.31 e Juizes 15.3, podemos citar 2 Samuel 14.9: “Disse a m ulher tecoíta ao rei:<br />

‘A culpa [he‘ãwõri\, ó rei, meu senhor, caia sobre mim e sobre a casa de meu pai; o rei,<br />

porém, e o seu trono seja inocente [inãqi]”. Com o exem plo do segundo caso, observe-se:<br />

“não ficará sem castigo [yinnãqeh] todo aquele que a tocar [i.e., a m ulher de seu próxim o]”<br />

(Pv 6.29; cf. 19.5, 9; 28.20). Semelhantem ente está legislado em Êxodo 21.19 que “se dois<br />

brigarem , ferindo um ao outro (...), e o ferido não morrer, (...) então será absolvido<br />

[weniqqâ] aquele que o feriu”. O adjetivo pode ter essa m esm a força; cf. “o dono do boi será<br />

absolvido [nãqíY’ (Êx 21.28). É claro que às vezes a palavra é usada negativam ente,<br />

dando ensejo a um a forte reprimenda, “o mau (...) não ficará sem castigo” (Pv 11.21), ou<br />

a indagações, “ficareis vós de todo im punes?” (Jr 25.29).<br />

Ser liberado de obrigações ou ficar livre de culpa e/ou castigo (adjetivo ou nifal de<br />

nãqã) é, muitas vezes, apresentado com o algo determinado pelo (m in) SENHOR. Assim,<br />

a liberação das tribos transjordanianas de ter de prestar serviço m ilitar após a conquista<br />

da terra prom etida é descrita com o “estarem livres de obrigação perante o SENHOR<br />

[wih'yítem ncqiyy*im m è YHW H]” (lit., Nm 32.22). Da m esma forma, som ente o Senhor<br />

pode liberar uma pessoa de um juram ento feito em seu nome (Js 2.17-19). A respeito do<br />

sangue de Abner, Davi declara: “Inocente [nãqi] sou eu, e o meu reino, para com o<br />

SEN HOR [mê^im YH W H ]” (2 Sm 3.28; cf. I Sm 26.9). Em muitas passagens a preposição<br />

min é om itida, mas a idéia perm anece a mesma. Em Provérbios 16.5 “ (o arrogante] ‘não<br />

ficará im pune”* é paralelo de “abominável é ao SENHOR” (cf. Pv 11.21; 17.5). Essa idéia<br />

é ressaltada em Jerem ias 2.35, em que Judá alegou inocência (niqqêti), mas, visto que<br />

esse não foi o veredicto divino, ele entrará em juízo contra o seu povo. Em todas essas<br />

passagens o veredicto pertence ao Senhor, e ele controla o curso do juízo no destino<br />

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