DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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referir-se ao monarca de Israel. As afirmações do salmo salientam a administração jus
a função salvadora e o governo universal de Jesus Cristo.
[Esta posição de dupla referência ou de cumprimento típico aplica-se, sem dú ’
alguma, a algumas passagens do AT. Existe, contudo, um certo consenso de que al
salmos e outras passagens proféticas que não podem referir-se ao rei de Israel ou
alguma situação da época, devem estar se referindo diretamente a Cristo.
E assim que um salmo real (45.6 [7]), mediante uma tradução natural e literal, f
do rei como divino, e Salmos 110.1-5 [2-6] refere-se ao filho de Davi como Senhor de Da
— e também diz que esse rei é um sacerdote, algo não permitido em Israel. (É verda
que parece que 2 Sm 8.18 chama os filhos de Davi de sacerdotes, mas provavelmen
ocorre aí um problema textual no hebraico. Parece que o hebraico literalmente cha
Benaia e os quereteus de sacerdotes. Na realidade, tanto a LXX deste versículo quanto
textos hebraico e septuagíntico da passagem paralela de 1 Cr 18.17 não empregam
palavra “sacerdote”). Existe, portanto, fundamento para vermos em Salmos 2 uma
referência messiânica direta. Aliás, o versículo 12, tal como é normalmente interpretado,
deixa implícito que as pessoas são exortadas a confiar nesse filho ungido — que
certamente não é Davi.
Entretanto, é fato que o aguardado Filho de Davi é raramente chamado de Messias
no AT. Muitas outras designações são usadas (Ramo, Renovo, Filho de Davi, e t c . ) . Mesmo
nos MMM é ambíguo o uso da palavra “Messias”. Ali mencionam-se um Messias de Arão
e um Messias de Israel, aparentemente dois personagens distintos, talvez nenhum deles
sendo o verdadeiro Messias. Mas também, ainda nos M M M, encontra-se expressa nos
Testemunhos e no Florilégio a esperança da vinda de uma grande personalidade que não
é identificada com o líder da comunidade de Qumran, o Mestre de Justiça, nem é
denominada Messias (exceto uma única vez, na citação de Sl 2.2), mas é chamada de
Rebento de Davi, e tc . (T. H. G ASTER, T h e D e a d S e a S c r i p t u r e s , ed. revista, Doubleday.
1964, pp. 297, 329, 334-9). O extenso uso do termo Messias (Cristo) como título do grande
Filho de Davi é basicamente um fenômeno do NT. R.L.H ]
Nem todos os que concordam que o m ã s h i a h de Daniel 9.26 é uma referência a
Cristo também interpretam m ã s h i a h à mesma maneira em Daniel 9.25, onde temos a
descrição de um príncipe. Deve-se salientar, entretanto, que o AT realmente empregava
o termo m ã s h i a h para designar o Salvador que havia de vir, Jesus.
A validade da repetida declaração de que no AT m ã s h i a h jamais se refere a uma
figura escatológica, o Messias, depende da interpretação de Daniel 9.26. Conquanto
alguns sustentem que o ungido (m ã s h i a h ) que seria “cortado” (IBB; ARA, “morto”) foi Onias
III (deposto do cargo de sumo sacerdote em 175 a.C.), com base no contexto (v. 24) existem
fortes motivos para considerar o m ã s h i a h como ninguém menos do que Jesus Cristo.
mishhâ. Ó l e o d e u n ç ã o , u n ç ã o . Vocábulo encontrado apenas em Êxodo, Levítico e
Números, m i s h h â refere-se ao óleo utilizado na unção ritual. O óleo, preparado de acordo
com uma fórmula (Êx 30.22 e ss.), era aspergido (n ã z â ) sobre as autoridades e sobre as
suas vestes (Êx 29.21), mas, sobre a cabeça do sumo sacerdote, era derramado { y ã t s a q )
(Êx 29.7; c f . Lv 8.10-12).
Descrito como santo, sua aplicação no tabernáculo e seus apetrechos santificava-os
( q i d d é s h ) . Sacerdotes que foram ungidos tinham restringidas as suas atividades (Lv
21.12; c f. Lv 10.7). Compreende-se e aprecia-se melhor a consagração de homens e coisas
para o serviço de Deus mediante o símbolo tangível usado nesse caso, um óleo perfumado.