DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2053 rrcp (qãtsâ)
qãtseh. Fim , extrem id a d e. Essa é o que GKC (n. 1, p. 269) considera a forma
substantiva hebraica regular de verbos lamed-he. O vocábulo destaca o ponto em que uma
coisa é podada, portanto, a sua extremidade. Os derivados seguintes se distinguem mais
pela sua história ortográfica do que pelos seus significados.
qãtsâ. Fim , extrem id a d e. GKC diz que essa é uma forma aramaizada (loc. cit.). Talvez
fosse melhor considerá-la uma forma dialetal, visto que a aramaização dá, para alguns,
a idéia de algo tardio. Seu significado está em paralelo com o de qãtseh, exceto que este
vocábulo é aplicado ao tempo, o que não acontece com qãtsâ. Observe-se que as duas
palavras são aplicadas ao mesmo objeto (Ex 26.45).
q ê ts e h . Fim . Nesse substantivo o waw original sofre transformação (GKC, §84a,c,e).
Aparece somente precedido de ’ên, “não existência de”, o que faz com que a frase tenha
o sentido de “sem lim ite”.
q ã tsü . Fim , fro n teira . Nesse substantivo o waw original se torna novamente uma
consoante forte (GKC, §24d). A palavra é aplicada apenas a extremidades de terra.
qctsãt. Fim . Esse substantivo ocorre somente no construto. Também denota extremidade.
Compare-se esse grupo de substantivos com qêts, que se aplica a extremidades
im ateriais (e.g., o tempo), sôp, que se aplica ao “final” de uma coisa, ’ahãrit, que denota
a “parte posterior”, e ’epes, que denota “cessação”, “vacuidade”, “lim ite”.
Os substantivos que denotam extremidade podem designar a ponta de uma vara (1
Sm 14.27) ou a extremidade de uma asa (1 Rs 6.24), a borda de uma cortina (Êx 26.45),
a extremidade ou confins de um país (Nm 20.16). Isso ajuda a m elhor com preender 1 Reis
12.30, em que Jeroboão, ao estabelecer sua religião apóstata rival, fez pouco caso da lei
de Deus escolhendo sacerdotes que não eram de linhagem levítica, dessa forma rejeitando
as estipulações acerca do culto público existentes na aliança sinaítica. Em Provérbios
17.24 se diz que os tolos fixam os olhos nos confins (horizonte) da terra — procuram
chegar aos objetivos terrenos jam ais alcançados e rejeitam a sabedoria (o tem or do
Senhor). Não se deve forçar a expressão de modo que passe a ter o sentido da cosmologia
errônea que ensina a existência de uma terra plana com bordas de onde se pode cair. A
frase às vezes se refere somente a fronteiras nacionais, “os confins da terra”. As vezes é
uma forma poética de designar lugares longínquos. A região da terra que vai desde a
índia até a Espanha era bem conhecida na antigüidade e viajava-se por toda essa área.
De especial significação é o tema teológico recorrente: “o fim /os confins da terra/dos
céus”. A expressão denota tanto a origem e o lugar do juízo sobre Israel quanto o alcance
da salvação universal. Essa é a morada do povo que haveria de trazer juízo (destruição)
caso (e quando) Israel lançasse para longe o domínio do Senhor (Dt 28.49). Tais povos
foram convocados por Deus em cumprimento da profecia mosaica (Is 5.26). E de fato, Deus
em pregou diferentes povos para julgar os que julgaram Israel (Is 13.5) e Elão (Jr 49.36).
Essa frase também representa o lugar de juízo e sofrimento aonde Deus espalhará o
Israel rebelde (Dt 28.64) e de onde Deus o ajuntará (Dt 30.4). Davi, ao descrever o seu
sofrimento, coloca-se nos confins da terra (Sl 61.2 (31). Do ponto de vista da nação, Deus
manda Isaías anunciar o livramento do seu povo exilado nos confins da terra (Is 62.11).
Neemias confessa a justiça do exílio (claramente recordando Deuteronômio) e ora para que
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