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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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2146 CÍTI (rãham)<br />

(Is 13.18; Jr 6.23), embora Deus possa dar tal sentimento (de compaixão) aos inimigos de<br />

Israel (1 Rs 8.50; Jr 42.12). De fato, os profetas (Is 13.18) empregam, em conjunto, hüs<br />

(o sentimento que flui de um para outro); hãmal (a força produzida pelo sentimento, a<br />

qual leva a pessoa a agir em favor de outros, i.e., para poupá-los de alguma dificuldade);<br />

e rãham (o profundo sentimento interior baseado em algum vínculo natural), ao descrever<br />

o que a Babilônia (Jr 21.7) e Deus (Jr 13.14) não terão para com Israel.<br />

Muitas vezes essa raiz é aplicada a Deus. Incorpora dois conceitos: primeiro, o forte<br />

vínculo que Deus tem com os que chamou para serem seus filhos (Sl 103.13). Deus cuida<br />

dos seus tal qual um pai cuida de seus filhos; ele tem piedade deles (cf. Mq 7.17). O<br />

segundo conceito é o da escolha livre, não condicionada, feita por Deus (hên, “graça”).<br />

Deus diz a Moisés que é gracioso e misericordioso com os que ele escolher (Êx 33.19).<br />

Existem diversas idéias ligadas ao amor profundo e terno de Deus: primeiro, a eleiçào<br />

incondicional feita por Deus (Êx 3 3 .1 9 ); em seguida, sua misericórdia e perdão para com<br />

os seus apesar do juízo merecido e com base no arrependimento deles (Dt 13.1 7 (18J); e<br />

também a misericórdia e graça ininterruptas de Deus em preservar do juízo o seu povo<br />

impenitente (2 Rs 13.23). Desse modo esse atributo se torna, em parte, a base de uma<br />

esperança escatológica (cf. Is 14.1; 4 9 .1 3 ; 5 4 .7 ; Jr 12.15; 3 3 .2 6 ; Ez 3 4 .2 5 ; Mq 7 .1 9 ; Zc<br />

1.16). Vale ressaltar que Deuteronomio (3 0 .3 ) profetiza o exílio por causa do pecado de<br />

Israel, estipulando que o arrependimento trará a tema compaixão divina. De modo que<br />

se fala entáo da supressão da misericórdia divina, o que resulta num severo julgamento<br />

às mãos dos babilônios (Is 9 .1 7 [161; 2 7 .1 1 ; Os 2.4 [61). Durante o exílio, os líderes de<br />

Israel encorajaram o povo com o amor e a terna misericórdia divina que o escolheram (Lm<br />

3 .3 2 ) e o levaram a, humildemente, se arrepender, clamando a Deus que tornasse a ter<br />

aquela sua compaixão paterna (Zc 1.12). O restabelecimento do relacionamento pai-filho<br />

e a volta do exílio são testemunhas desse cuidado amoroso que acompanhou o povo (Os<br />

2 .2 3 [251). As Escrituras deixam claro que o exílio foi provocado por Deus e encerrado por<br />

Deus (Ez 3 9 .2 5 ) de acordo com a sua providência soberana (Is 3 0 .1 8 ; cf. E. J. YOUNG, The<br />

book o f Isaiah, v. 2, p. 353 e s.). Por fim, a mensagem dos profetas acerca da volta do<br />

exílio abre a vista para um estado permanente em que o relacionamento pai-filho jamais<br />

se romperá (Os 2 .2 3 [25]; Is 5 4 .8 , 10).<br />

re h e m , ra h a m . V en tre, m oça . Esse último sentido ocorre em Juizes 5.30 e é confirmado<br />

no ugarítico (49:11:27), em que btlt ‘nt (Jovem [i.e., Moça] Anate) é chamada de rhm ‘nt<br />

(Jovem Anate) (UT 19: n? 2321).<br />

Deve-se fazer distinção entre rehem/raham e beten, “ventre”, “barriga”. (Cf. Jz 5.30,<br />

num exemplo de sinédoque em que a parte, “ventre”, designa o todo, “mulher”.) Por<br />

conseguinte, beten e rehem/raham são empregados como paralelos apenas ao falar de<br />

concepção e nascimento.<br />

Passagens como Jeremias 20.17, em que o profeta lamúria o seu nascimento, deixam<br />

claro que rehemJraham designa o ventre. Jeremias desejava ter sido morto no ventre, e,<br />

desse modo, o ventre de sua mãe sempre teria estado grande. Jó (10.18) diz que, se não<br />

tivesse sido trazido para fora do ventre, olho algum o teria visto. Ainda mais clara é a<br />

analogia que Deus usa para descrever a ação soberana com a qual ele guardou as águas<br />

do dilúvio, depois de este “irromper do Ventre’ [ARA, ‘madre’]” (Jó 38.8).<br />

Fica claro que o nascimento e a concepção são controlados por Deus, que abre (Gn<br />

29.31) ou fecha (Gn 20.18) o ventre conforme lhe apraz (cf. Nm 8.16, que fala do<br />

primogênito como aquele que abre o “ventre” [ARA, “madre”]). Conseqüentemente o<br />

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