DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

367 ]jj (gãnan)
localizado perto da foz dos rios Tigre e Eufrates no golfo Pérsico. Não é improvável que
o local verdadeiro esteja sob as águas do golfo. Posteriormente este jardim, conhecido
também como o “jardim do SENHOR”, veio a ser usado como símbolo da terra que é coberta
de vegetação luxuriante (Gn 13.10; Is 51.3; Ez 36.35; J1 2.3). Numa passagem, o “jardim
de Deus” representa o mundo criado, e as árvores do jardim, os reis da terra (Ez 31.8-18).
Um jardim primitivo aparece em Ezequiel 28.12-19. Essa passagem é famigeradamente
difícil. Provavelmente o melhor é considerá-la uma alusão irônica a uma versão cananéia
e corrompida da história do Éden.
mãgên. E scu d o, broquel, d efesa , govern ante, hom em arm ado, esca m a s, e agora
também sugere-se suserano. O substantivo mãgên refere-se a um objeto que
proporciona cobertura e proteção ao corpo durante um combate. Dentre as seis palavras
traduzidas pela KJV por “escudo” ou “broqueP, apenas mãgên, tsinnâ e possivelmente
shelet referem-se àquilo que pode ser apropriadamente chamado de escudo. É óbvio que
mãgên e. tsinnâ referem-se a tipos diferentes de escudo, mas as traduções em português
não têm sido coerentes em manter a distinção, traduzindo as duas palavras
indiscriminadamente por “escudo" ou “broquel”. mãgên indica o tipo menor e mais
comum de escudo redondo usado pela infantaria ligeira e por oficiais, tsinnâ é o escudo
retangular que cobria toda a parte da frente do corpo.
Tendo em vista o fato de que Deus é aquele que sempre protege {gãnan) o seu povo,
não é de surpreender que seja com tanta freqüência chamado de escudo (mãgên) de
Israel. Ele é o escudo em volta de seus servos (Gn 15.1), da casa de Arão (Sl 115.10), da
nação de Israel (Dt 33.29) e de todos aqueles que agem corretamente e nele colocam a
confiança (Pv 2.7; 30.5). Usa-se também a palavra mãgên figuradamente quanto a
príncipes como protetores de seu domínio (Sl 89.18 [19]; 47.9 110]; Os 4.18).
Embora a palavra não esteja especificamente relacionada no vocabulário de Gordon
(t/r, 19) ou de Aisleitner (AisWUS), mãgên também pode ter o significado de “suserano”.
Dahood defendeu convincentemente a idéia em seu comentário sobre Salmos na série AD
(p. 17 et. ai, veja. índices). Com base no sentido de mãgan, “outorgar uma dádiva”,
amplamente confirmado em púnico e no ugarítico (UTe AisWUS, in loc.), ele sustenta que
o substantivo refere-se a quem outorga as dádivas, o suserano, o benfeitor (do ponto de
vista do suserano!). Ele assinala que os generais cartagineses eram chamados de mãgõn,
traduzido para o latim por imperator. Existem, de fato, nos Salmos, lugares onde a
tradução “suserano” encaixa-se muito bem, embora seja difícil ter certeza a seu respeito,
pois um suserano afirma ser tanto seu benfeitor quanto protetor. Dessa maneira, numa
passagem como Salmos 89.18 “escudo” poderia ser usada figuradamente para indicar
príncipe ou poderia ser traduzida diretamente por “suserano".
m^ginnâ. T risteza. Ocorre apenas uma vez. na expressão “tristeza de coração”, figura
que indica teimosia ou “cegueira de coração” (ARA. Lm 3.65; a IBB traz “dureza de
coração”; a PIB, “obtusão da mente”).
mãgan. E n treg a r, render-se. (RSV, “outorgar”, “entregar”; ASV, “lançar fora”.) Verbo
deno mi nativo derivado de mãgên e usado apenas três vezes, todas no piei, ou, segundo
Dahood, verbo separado. A idéia é de que alguém está tão cercado que não existe
perspectiva alguma de escapar do perigo iminente. Esse verbo é sinônimo do piei de
sãgar.
J.E.S.
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