DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1650 riZV (‘ãnâ)
a chuva. Ele fala a Jó (38.32) acerca de seu controle sobre as estrelas. O salmista (104.27)
destaca que Deus sustenta os mares e tudo o que neles existe de acordo com o tempo
próprio deles. Assim como toda a criação se adapta ao plano divino, da mesma maneira
ele requer do homem que organize sua vida de acordo com os tempos da criação (i.e., de
acordo com as leis divinas, Jr 8.7). Quando o homem deixa de fazê-lo, Deus promete juízo.
Destarte, o salmista lembra a Deus que é hora de este agir (119.126). Em terceiro lugar,
a palavra tem a conotação de um momento ou um período fixo e determinado (1 Cr 9.25).
Os astrólogos se dizem capazes de discernir esse sentido de tempo (Et 1.13), mas somente
Deus conhece tais coisas ocultas, porque ele as controla. Por isso, nos profetas Deus fala
de seu juízo que está marcado (Jr 8.12), de um momento quando tudo será consumado (Dn
12.9) e que resultará num período amplo de glória e bênção para o seu povo (Jr 3.17;
50.20).
‘attâ. Agora, desta vez, daqui p o r diante, im ediatam ente, conquanto. Relacionado
com o substantivo hebraico ‘êt, “tempo” (q.v.), o advérbio ‘attâ deriva de uma raiz ‘ãnâ
(com assimilação do nun). O advérbio ocorre em ugarítico como ‘nt, palavra que deve ser
distinguida da deusa ‘nt (“Anate”, veja-se UT 19 n“ 1 888, 1 889). Em árabe o cognato é
al-ãna, “à época”, “agora” (com artigo definido).
O advérbio de tempo ‘attâ, encontrado freqüentemente no AT (425 vezes), tem em
geral o sentido de “agora”. Conforme analisado por KB, esse vocábulo pode incluir as
seguintes conotações: “agora” (i.e., “neste momento”), como em Juizes 11.8, “por isso agora
nos voltamos para vós” (lit.); “agora” (i.e., “nesta situação”), como em Gênesis 19.9, “agora
te trataremos pior do que a eles” (lit.); e “agora” (i.e., “depois do que aconteceu”), como em
Gênesis 22.12, “agora sei que temes a Deus”. Com bastante freqüência ‘attâ, precedido de
waw conjuntivo, “e agora”, introduz uma idéia consecutiva, como em Isaías 5.3, “e agora,
moradores de Jerusalém e homens de Judá, peço-vos que julguem entre mim e a minha
vinha” (lit.). Caso a mesma conjunção tenha valor adversativo (o que é determinado pelo
contexto), então a tradução é “mas agora”, como em Isaías 1.21, “nela habitava a retidão,
mas agora homicidas”, ‘attâ pode contrapor-se a ‘ãz, “então”, “outrora”, como em Josué
14.11, “qual era então a minha força, tal ainda é agora” (lit.). O advérbio pode também
ser contrastado com o tempo futuro, como nas palavras saudosas de Balaão, “vê-lo-ei, mas
não agora” (em paralelo com “contemplá-lo-ei, mas não de perto”, Nm 24.17).
O advérbio ‘attâ é encontrado em contextos proféticos que tratam das atividades
iminentes de lavé — atividades de bênção, “eis que estou fazendo algo novo, agora está
surgindo” (lit.; Is 43.19), e de juízo, “agora me levantarei, diz o SENHOR; levantar-me-ei
a mim mesmo, agora serei exaltado” (Is 33.10). Em alguns contextos proféticos, “agora”
pode ser empregado do ponto de vista profético em referência a acontecimentos ou
situações ainda futuros, por exemplo, “agora Jacó não será envergonhado e agora seu
rosto não empalidecerá” (lit.; Is 29.22).
y a ‘a n . D evido a, porque, em razão de. Esse vocábulo é empregado como preposição ou
como conjunção. Indica propósito, tendo talvez o sentido de “em reação a”. Quando
combinado com ki ou ’ãsher, constitui a mais comum conjunção causai. Isoladamente
ya ‘an pode ter a mesma função (GKC §1586). Em uma oportunidade ocorre seguido de mâ,
“por quê?”, i.e., “por que causa?” (Ag 1.9) e diversas vezes é repetido por razão de ênfase
(e.g., Lv 26.43; veja-se Donald Gowan, The use o fya ‘an in Bibíical hebrew).
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