DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2452 *njJÇ (shãqâ)
A idéia de vigilância, que é fundamental a raiz, fornece a chave para entender o
nome hebraico da amendoeira. Essa árvore, que em Israel floresce numa época tão cedo
quanto janeiro e fevereiro e que as pessoas carinhosamente vêem como o arauto da
primavera, é muito apropriadamente chamado de shãqêd, “o despertador”.
Esse nome para a amendoeira constitui a base da vivida lição ilustrada apresentada
por Deus na ocasião do chamado de Jeremias (Jr 1.11-12). Para Jeremias a vara de
amendoeira, shãqêd, é um lembrete de que Deus estará atento e será pontual, shõqêd,
na execução daquilo que prometeu. Essa idéia é posteriormente reforçada em Jeremias
31.28, em que Deus faz referência àquela primeira passagem (cf. também 1.12; 44.27) que
constitui a base do ministério de Jeremias. Daniel 9.14 dá a entender que esse simbolismo
deixou as suas marcas no próprio Daniel.
A qualidade da atenção necessária a uma sentinela é ressaltada em Salmos 127.1,
mas até mesmo essa atenção é inútil a menos que o Senhor guarde a cidade. Essa atitude
de estar alerta assume uma característica sinistra em Jeremias 5.6, em que a catástrofe
que há de se abater sobre Jerusalém é comparada a um leopardo que está à espreita de
sua presa e aguarda o momento oportuno para saltar sobre ela.
H.J.A.
2452 *Hp0 (shãqâ) dar de beber, irrigar.
Termos Derivados
2452a 'ipE? (shiqqüy) bebida, refrigério.
2452b njyti (shõqet) cocho de água.
2452c tnpüÇ (mashqeh) copeiro; irrigação, bebida.
shãqâ é usado 60 vezes no hifil e uma no pual. É empregado no lugar do causativo
de shãtá.
Utiliza-se o verbo shãqâ no sentido usual de dar de beber a homens (água em Gn
21.19; vinho em Gn 19.32) ou animais (camelos em Gn 24.14; rebanhos em Gn 29.2 e Êx
2.16). Também é empregado no sentido de “regar” ou “irrigar” a terra (Éden em Gn 2.6,
10; um jardim em Dt 11.10; uma floresta em Ec 2.6). Conquanto mãtar seja, no hifil, a
palavra costumeira para “fazer chover”, parece que shãqâ descreve a chuva em Salmos
104.13 como uma atividade mais pessoal de Deus. Usos incomuns aparecem nos seguintes
exemplos: água que sai da rocha (Nm 20.8); restos do bezerro de ouro são moídos e
espalhados na água de beber (Êx 32.20); água de amargura (que devia ser bebida por uma
mulher suspeita de adultério; Nm 5.24-27); vinagre (Sl 69.21 [22]).
Em Jeremias 8.14; 9.14; e 23.15, se afirma que Deus deu água envenenada ao seu
povo. Isso se refere ao castigo duro que Israel está sendo chamado a suportar e do qual
não existe saída. Salmos 80.5 [6] fala das lágrimas que Israel é forçado a beber. Mas em
Salmos 36.8 [9] Davi fala dos deleites abundantes da comunhão com Deus: “na torrente
das tuas delícias lhes dás de beber”.
mashqeh. Copeiro, bebida, boa irrigação. Esse é o particípio do hifil de shãqâ. E
usado para descrever: 1) o copeiro-chefe de um rei, um cargo de confiança e
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