DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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Aitofel é esclarecedor. Em 2 Samuel 15.31 Davi ora para que o Senhor “transtorne em
loucura o conselho de Aitofel”. Com isso ele reconhece que Deus soberanamente descarta
o que o homem propõe. Além do mais, em 2 Samuel 17.14, depois de Absalão escolher o
conselho de Husai em detrimento do de Aitofel, o autor inspirado faz o seguinte
comentário teológico: “Pois ordenara o SENHOR que fosse dissipado o bom conselho de
Aitofel, para que o mal sobreviesse contra Absalão.” Cf Neemias 4.15 (91.
O conselho do Senhor é eterno; ele “dura para sempre” (Sl 33.11). O caráter
duradouro do conselho e plano do Senhor está alicerçado na imutabilidade do próprio
Deus. Os “desígnios do seu coração” podem ser identificados com as “coisas ocultas” (Is
48.6; Jr 33.3) que pertencem ao Senhor nosso Deus. E Deus quem assegura o
cumprimento de seus decretos eternos. Isaías integra essas idéias cx>m muita propriedade:
“Lembrai-vos das coisas passadas da antigüidade; que eu sou Deus e não há outro, eu sou
Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de
acontecer, e desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: ‘O meu
conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade’; que chamo... de uma terra
longínqua o homem do meu conselho [lit., o homem que executa o meu propósito, i.e .,
CiroJ. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei”
(46.9-1 l j . Vale recordar que ‘êtsâ é traduzido na LXX por boulê, uma palavra repleta de
significado teológico no NT (veja At 2.23; 4.28; 5.38-39; 20.27; Ef 1.11, onde “o conselho da
sua vontade” expressa a preordenação imutável da vontade divina; cf Hebreus 6.17, “a
imutabilidade do seu propósito”)
A partir da interpretação teológica conceituai surgem conclusões antropológicas e
éticas. Moisés prevê que Israel será um povo inconstante, caracterizando-o como uma
“gente falta de conselhos”, i.e ., que não segue os planos e propósitos de Deus (Dt 32.28).
Jó reconhece que, por falta de conhecimento, ele obscureceu (ARA, “encobriu”) o conselho
(42.3; cf 38.2). Em Provérbios, quem rejeita e despreza o conselho o faz para seu próprio
prejuízo (L25, 30), mas “o sábio dá ouvido aos conselhos” (12.15). Com base em Provérbios
19.20-21 entendemos que o conselho que os piedosos são instados a ouvir é o “conselho”
do Senhor (v. 20), o qual permanecerá, em contraste com os “muitos propósitos ... [do]
coração do homem” (v. 21). O homem bem-aventurado de Salmos 1.1 é aquele que “não
anda nn mnselho dos ímpios”. Ademais, em Salmos 32.8, o salmista é encorajado tanto
pela instrução e ensino do Senhor quanto pela palavra de que, “sob as minhas vistas, te
darei conselho (yã‘ats)n(cf. 73.24).
E preciso analisar duas passagens cristológicas relacionadas a isto. Isaías afirma que
a única esperança de Judá poderá ser encontrada na pessoa do Messias, que é
caracterizado por quatro nomes compostos, sendo que o primeiro é “Conselheiro
Maravilhoso” (BLH, 9.6). A criança que há de nascer e sobre cujos ombros repousará o
governo do mundo é alguém cujos planos, propósitos, desígnios e decretos para o seu povo
são maravilhosos. Em 11.2 ficamos sabendo também que “conselho” é uma dádiva do
próprio Espírito Santo de Deus. Conseqüentemente, Jesus Cristo é apresentado como o
conselheiro por excelência.
Bibliografia: THAT, v. 1, pp. 748-52.
P.R.G.
888 HJT (y*r). I. A ceita com o raiz de:
8 8 8 a ( y a ‘a r ) floresta, bosque, mata cerrada. A LXX t r a d u z c o m o drumos.
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