DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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de genealogias bíblicas. Os ancestrais imortalizados recebem com freqüência o crédito de
dar à luz os filhos de gerações subseqüentes. (Observe-se a linguagem de Gn 46.15, 18,
25.) Havia 8 600 descendentes de quatro irmãos ou primos, dos quais 2 750 tinham idades
entre 30 e 50 anos (Nm 3.17-20, 27-28; 4.35-37). O registro obviamente deixa implícito
que há mais de quatro gerações ligando Levi a Moisés; esse Anrão não era o pai real de
Moisés, cujo nome permanece desconhecido (Êx 2.1).
Axão torna-se o sumo sacerdote dentro da linhagem dos levitas que demonstraram
sua fidelidade em Êxodo 32.26-29. Arão, por sua vez, passa seu cargo para Eleazar (Dt
10.6), que o passa para Finéias (Jz 20.27, 28). Então o sumo sacerdócio é transferido da
linhagem de Eleazar para a linhagem araônica de Itamar, na pessoa de Eli (1 Cr 24.3; 1
Sm 2.22, 28). Os filhos de Eli são demasiadamente perversos para merecerem posição de
tanta eminência (1 Sm 2.27-36), de sorte que nos dias de Salomão, Abiatar é deposto e
Zadoque, também da linhagem de Arão, assume como sumo sacerdote, conforme predito
pelo “homem de Deus” (1 Sm 2.27-28, 35; 1 Rs 2.26-27, 35.)
lê w i. L ev ita . Apesar de afirmações em contrário, é evidente que a tribo dos levitas
descendia do antigo Levi. Levi foi o terceiro filho de Jacó com sua esposa Lia (Gn 29.34).
U m a vez que Lia estava disputando a atenção e o carinho de Jacó com sua irmã Raquel,
que era mais bonita, ela deu a seu filho o nome de Levi, fazendo um jogo de palavras:
“Agora, desta vez, se unirá mais a mim meu marido.”
O Senhor fez referência a este comentário quando ordenou que Arão e seus filhos
fossem responsáveis pelo santuário e pelo sacerdócio, enquanto a tribo de Levi se
ajuntasse a ele para auxiliá-lo no desempenho desses deveres (Nm 18.1-2). Observe-se
como a tradução destes versículos na NEB distorce as distinções existentes no texto
hebraico de modo a favorecer uma interpretação crítica!
A teoria de Wellhausen insiste que a divisão do sacerdócio em sacerdotes e levitas
tem origem na reforma de Josias (621 a.C.) ou depois. Wellhausen afirmava que a função
de sumo sacerdote ainda era desconhecida mesmo para Ezequiel, pois a primeira
referência real a tal divisão encontra-se em Ezequiel 44.6 e ss., onde os serviços do templo
e do altar são designados para os filhos de Zadoque.
Por que então o sumo sacerdote é expressamente mencionado em 2 Reis 12.10; 22.4,
8; 23.4 e possivelmente em 2 Samuel 15.27? Por que Deuteronomio 18.1-8 faz uma
distinção tão óbvia entre o “sacerdote” que ministra no santuário (w . 3-5) e o “levita”, que
se ocupava de outras coisas (w . 6-8)? Mesmo a expressão “levitas sacerdotes” (Dt 17.9,
18; 18.1; 24.8; 27.9; Js 3.3; 8.33; Jr 33.18, 21 [observe-se a ordem inversa no v. 21]; Ez
43.19; 44.15; 2 Cr 23.18; 30.27) só deixa implícito que todos os sacerdotes são levitas, mas
não o inverso. Em hebraico a palavra explicativa sempre vem depois da palavra explicada
lit., “os sacerdotes, os levitas,” ou seja, “os sacerdotes, os quais são levitas,”), pelo que a
expressão significa “levitas sacerdotes”. (Note-se que a TB erroneamente insere um “a
saber” entre as frases “levitas sacerdotes” e “toda a tribo de Levi”, Dt 18.1). Não se deve
identificar os levitas com os sacerdotes só porque os termos usados para descrever os
deveres dos levitas em Deuteronomio 18.7 são os mesmos usados com referência aos
ieveres sacerdotais, ou seja, “ministrar em o nome do SENHOR” (cf 18.5 com referência
ao sacerdote, 17.12; 21.5), “assistir perante o SENHOR” (cf 1 Rs 10.8, etc.). Tais termos são
empregados com referência aos deveres dos sacerdotes, mas também são usados para
'.esignar as responsabilidades de subordinados, como é o caso do jovem Samuel (1 Sm
2.11, 18; 3.1).
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