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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1879 p"TC (tsãdêq)<br />

castigo, é seguida de m isericórdia em face de arrependimento. 6) A obra de justificação<br />

é vista quando Davi suplica perdão (Sl 51.14 [16]), clamando a Deus que, sem levar em<br />

conta o mérito do suplicante, conceda livram ento e cumpra sua obrigação de acordo com<br />

seus próprios padrões. Nessa justificação está implícito o sacrifício substitutivo pelo<br />

pecado se oferecido sinceramente, conforme observado em Salmos 51.16-19 [18-21]. Esses<br />

versículos não são um acréscimo tardio ao salmo. Eles representam no AT o paralelo de<br />

Rom anos 3.26. 7) A palavra descreve a posição justa dos herdeiros da salvação de Deus,<br />

sem que haja acusação alguma contra eles (Is 54.17); esta retidão, de fato possuída pelo<br />

M essias (Jr 23.6), é concedida por ele, apontando assim para a doutrina neotestam entária<br />

de Cristo com o a nossa justiça. A retidão dos herdeiros divinos da salvação é a retidão do<br />

M essias atribuída a eles por Deus, mediante a fé na obra redentora do Messias, pela qual<br />

Deus os declara justos apenas por causa da graça proporcionada por intermédio daquela<br />

obra redentora. 8) Finalmente, em épocas do pós-exílio o sentido da raiz passa por um<br />

desenvolvim ento e significa então, benevolência, esmolas, etc., como atos de um homem<br />

piedoso (cf. Sl 112.9).<br />

Existem diferentes conceitos acerca do significado desta raiz. G. Schrenk cita que<br />

Diestel e Kautzsch desenvolvem “totalmente a idéia da ação consistente e normativa de<br />

Deus (o próprio Deus sendo a norma, em vez de estar acima dela)” (TDNT, v. 2, p. 195).<br />

O próprio Schrenk, no entanto, declara que ats'dãqã implica relacionamento. Alguém é<br />

justo quando atende a certas exigências que outrem faz a ele em virtude do<br />

relacionam ento” (ibid.). Ele não tenta com provar esse conceito de relacionam ento, mas<br />

baseia-se bastante na idéia de que o “segundo Isaías” sempre em prega a im agem de uma<br />

disputa legal mediante a qual Deus defende o povo que está numa aliança com ele, de<br />

form a muito parecida com o um suserano no oriente antigo prom etia fazê-lo num tratado<br />

de suserania. Esse conceito de aliança é tão destacado em Schrenk que ele chega a dizer<br />

o seguinte: “Esse vínculo entre justiça e salvação está arraigado de forma mais profunda<br />

no conceito de aliança. tsedãqã é a execução da fidelidade da aliança e das promessas da<br />

aliança. Como expressão do reinado judicial de Deus, a sua retidão significa que, devido<br />

à fidelidade pactuai a seu povo, ele os vindica e os salva” (ibid.). Devido a essa ênfase na<br />

aliança, a retidão divina se torna fidelidade às promessas e não há nenhuma justiça<br />

eterna de Deus a ser satisfeita por um substituto. Na verdade, a ação de resgatar de<br />

dificuldades o povo da aliança é igualmente retidão, salvação e vitória da parte de Deus.<br />

Snaith escreve de um ponto de vista semelhante. Ele sustenta que “os profetas do<br />

século oitavo empregam a expressão tsedeq-tsedãqâ (retidão) num sentido ético.(...) O<br />

‘segundo Isaías’ pensava em tsedeq mais do ponto de vista daquilo que é realm ente<br />

estabelecido neste mundo. E isso que triunfa e prospera" (op.cit., p. 87). Num a nota (p.<br />

89) ele alega que apenas nas passagens bem tardias de Isaías 26.19 (“terceiro Isaías”,<br />

século terceiro) e de Daniel 12.2 (que ele sustenta que é do período dos macabeus) existe<br />

algum ensino sobre uma “vida ressurreta além -túm ulo”. Por isso (visto que se retraduzem<br />

os dem ais versículos sobre a ressurreição e se nega o ensino de tais versículos) ele diz que,<br />

para o israelita, a retidão, i.e., a salvação, “tem de envolver as bênçãos de honra<br />

provindas do homem e as de prosperidade geral”. Dessa forma, devido à teoria crítica,<br />

evapora-se a afirmação bíblica da retidão pessoal do Deus vivo.<br />

B ib lio g r a fia : — BOLLTER, John A. The righteousness o f God. Interp 8:404-13. —<br />

G i r d l e s t o n e , R. B . sot. p. 158-69. — S n a i t h , N. The distinctive ideas o f the Old<br />

Testarnent. Philadelphia, 1946. — PAYN E, J. B . The theology o f the Older Testarnent.<br />

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