DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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de pergunta retórica (Ez 31.2. 18; cf. v. 8, com relação ao Faraó egípcio). Uma pergunta
semelhantemente estruturada encontra-se em Isaías 46.5, onde Deus expressa sua própria
incomparabil idade. O verbo também é ideal para o autor de Cantares, onde os amantes
procuram, cada um, figuras de linguagem apropriadas para descrever a profundidade do
amor que têm um pelo outro: 2.9. 17; 7.8; 8.14; 1.9 (piei).
No grau piei o verbo assume o significado de “comparar, imaginar, pensar,
pretender”. São aqui de especial interesse aquelas referências nos capítulos finais de
Isaías, onde o Senhor diz a seu próprio respeito que não existe nada nem ninguém a quem
ele possa ser comparado (Is 40.18,25; 46.5; cf Sl 50.21, onde Deus repreende o povo por
tentar fazê-lo à imagem do homem). O c-orolário deste tema em Isaías seria algo mais ou
menos assim: “ Eu, eu sou o SENHOR, e fora de mim não há salvador” (Is 43,11). A questão
básica desses versículos não é que Deus está dizendo que ninguém se compara a ele em
aparência ou ser, mas que ninguéin se Lhe compara em ministério e função.
d rm üt. Sem elhança. Embora este substantivo seja usado apenas 26 vezes no AT, é uma
palavra bastante importante. Ela aparece na seção teofânica de Ezequiel (1.5, 10, 13. 16,
‘22, 26, 28; 10.1, 10, 21, 22), e com bastante freqüência justaposta a kemarê, “como a
aparência de”. Ezequiel toma todo cuidado para jamais dizer que viu a Deus, 'êlõhim
(ao contrário do que fez Isaías em sua profecia (6.1), onde o objeto ou conteúdo da visão
é 'âdõnãy), mas apenas que ele viu a semelhança de Deus ou a semelhança do séquito
que está em volta de Deus. Em tal prática ele se compara a Daniel (Dn 10.16) e a João
no livro de Apocalipse (Ap 1.13), e talvez a Hebreus 7.3 (a apresentação de
Melquisedeque). Todas essas passagens em Ezequiel referem-se a semelhanças visuais,
mas Isaías 13.4 mostra que demüt também pode ser empregado para designar
semelhanças sonoras e semelhanças estruturais, no sentido de ser um padrão ou modelo
(2 Rs 16.10, onde a palavra é paralela a tabnit).
Assinalamos, por fim, duas passagens importantes em que se afirma que o homem
foi criado “à [imagem e] semelhança de Deus” (Gn 1.26; 5.1) e uma passagem onde se diz
que Adão gerou um filho, Sete, “à sua semelhança” (Gn 5.3).
O nosso objetivo aqui nào é examinar a doutrina da imago Dei em si. É enorme o
número de estudos a respeito. Procuraremos verificar especificamente a relação, em
Gênesis, entre tselem. (“imagem”, q.u.) e dcmüt (“semelhança”). Em nenhuma outra
passagem do AT esses dois substantivos são paralelos ou relacionados um com o outro. As
seguintes sugestões foram feitas: 1) A teologia católica romana tem sustentado que
“imagem” refere-se à semelhança estrutural do homem com Deus, uma imagem natural,
que sobreviveu à queda, e “semelhança” indica a imagem moral do homem, com a qual
ele é sobrenaturalmente dotado, e é essa semelhança que foi destruída na queda. 2) Das
duas palavras, a mais importante é “imagem”, mas para evitar a implicação de que o
homem é unia cópia precisa de Deus, ainda que em miniatura, o termo menos específico
e mais abstrato d*rnâf. foi acrescentado. Dessa maneira dcmüt define e limita o significado
de tselem íHumbert, Barr). 3) Não se deve procurar estabelecer nenhuma distinção entre
essas duas palavras. Elas são totalmente intercambiáveis. Em Gênesis 1.26, que descrevc*
a resolução divina de criar, ambas as palavras são usadas. Mas no versículo 27, o ato real
de criação, apenas stelem aparece, e não demút. As duas palavras estão tão mescladas
entre si que nada se perde no significado com a omissão de detnüt. Mencione-se também
que a LXX traduz dfmút. em Gênesis 5.1, não com a usual homoiosis, mas com eikon, o
equivalente grego cio hebraico tselem (Schmidt). 4) Não é tselem que é definida e limitada
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