DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

14XHÇK ( 'ãsar)
fossos ligados ao palácio real ou à casa de oficiais da corte serviam para tal finalidade.
Há diversos casos em que a liberdade de determinados indivíduos foi restringida: os
irmãos de José foram mantidos sob guarda durante três dias (Gn 42.19); Simei foi
impedido de sair de Jerusalém (1 Rs 2.36); o homem que apanhou lenha no sábado foi
preso (Nm 15.34); Miíaías foi preso por Acabe (1 Rs 22,27); Hananí foi presa por Asa (2
Cr 16 10); Oséias. após sua tentativa infrutífera de fazer aliança com o Egito, acabou
preso por LSalmaneser (2 Rs 17,4); Jeoaquím e Zedequias foram aprisionados por
Nabucudonosor na Babilônia (2 Rs 25.27; Jr 52.11).
O livro de Jeremias tem muito a dizer a respeito da prática do aprisionamento em
Israel durante os últimos anos da dinastia davídica. O profeta foi preso por correntes, no
portão superior de Benjamim (Jr 20,2)Tpor ter avisado o povo de antemão a respeito da
queda de Judá. Quando a capital foi tomada, Jeremias foi preso na corte da guarda, na
residência do rei (32.2), aparentemente nos quartos da sentinela que guardava o palácio.
Finalmente, o profeta foi acusado de traição e preso na casa de Jonatâ, o escriba.
Acredita-se que o local nâo era uma residência privativa, mas sim um edifício com esse
nome, que tinha sido designado para servir de prisão, isso torna-se ainda mais evidente
quando se lê que a casa tinha um calabouço e algumas celas.
Durante pouco tempo o profeta ficou no calabouço ou cisterna ibôr) de Malquias (Jr
33.6).
Os prisioneiros eram tratados de acordo com a gravidade de seus delitos, Sansãü foi
obrigado a trabalhar arduamente (Jz 16.21), sendo também fisicamente mutilado quando
lhe cegaram os filhos. Adoní-Eezeque foi deixado aleijado; seus polegares da mão c do pé
foram cortados (Jz 1.6), Dieta e trajes específico^ eram designados para os prisioneiros (1
Rs 22.27: 2 Rs 25,29). A prisão como punição era aparentemente desconhecida no antigo
Oriente Médio, na Grécia e em Roma. No Códice Justiniano, o aspecto de custódia do
aprisionamento foi instituído devido à perspectiva de que tra prisão existe como confinaçáo
e náo ccmo punição”.
ãsír. Prisioneiro, cativo. Termos paralelos são encontrados no ugarítico, no árabe e
no aramaico. Catorze referências aparecem com o termo no at, dentre as quais duas sáo
leituras marginais (Gn 39,20, 22 ). Ao contrário dos conceitos ocidentais de
aprisionamento, a lei antiga não delimitava o encarceramento como punição. As prisões
serviam de iugarde confmaçãn temporária até posterior reviafio e decisão da questão em
jogo. As prisóes diferiam entre si; algumas eram casas particulares (Jr 37.15), calabouços
subterrâneos (Jr 37.16), a corte da guarda (Jr 32.2) ou talvez até mesmo uma cisterna (Jr
3ÍJ 6). Em Gênesis 39.20, 22 José, erroneamente acusado, foi preso com dois oficiais de
Faraó. Por meio da soberana orientação divina José é tirado desta situação e elevado a
uma posição inferior somente a Faraé. O juiz Sansâo foi aprisionado por Seus inimigos,
OH filisteus, porque estes queriam vingar-se dele por suas vitórias contra eles (Jz 16.21,
25). Isaías emprega o conceito de modo figurado quando descreve a atividade do rei da
Babiiônia prendendo multidões de toda a terra (Is 14.17), A profecia pés-exílica de
Zacarias compara os exilados com presos já livres na esperança (Zc 9.12), Os termos
paralelos desta palavra süo interessantes: solitário (Sl 68.6[71); pobre ou necessitado (Sl
69.33Í34]); os condenados à morte {Sl 102.20[21J); os habitantes das trevas e das sombras
da morte (Sl 107.10).
103