DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2 0 9 5 H t n (rã'â)
T T
do sentido de entender com fé: Isaías 52.10, 15; 2 Crônicas 26.5; Salmos 63.2 [3]; 69.23
[24], et al. 2) r ã ’â possui o sentido do ato de aceitação, especialm ente por parte de Deus.
Deus diz a Noé: “tenho visto que és justo” (IBB, Gn 7 .1 ). Outro exemplo é Núm eros 23.21.
3) Outro sentido é 0 de “prover”, em geral com referência à provisão divina: 1 Samuel
16.1; Gênesis 22.8, 14 (em português existe um sentido relativamente próxim o na frase
“olhar por [alguém]”). 4) “Ter respeito por” é outro sentido, especialm ente referindo-se a
Deus com o alguém que age com m isericórdia (Is 38.5; Sl 138.6). Veja-se um sentido
parecido também em Salm os 66.18.
5) De especial im portância é o fato de que rã ’â, bem mais do que qualquer outra
palavra, é usado para descrever o ato em que um profeta autêntico recebe oráculos da
parte de Deus. Isso se encontra sugerido no texto básico a respeito, Números 12.6. A parte
de Deus na revelação é denominada m a r’â, “visão”, um substantivo derivado de rã'd,
com o tam bém ocorre em dez outros textos (Gn 46.2; 1 Sm 3.15; Ez 1.1; 8.3; 40.2; 43.3; Dn
10.7-8, 16). Veja-se também m ar'eh. De muita im portância é o fato de que r ã ’â é
em pregado muitas vezes nos profetas maiores e menores com este exato sentido: Isaías
6.1; Jerem ias 1.11, 12, 13; Ezequiel 1.1, 4, 15, 27, 28; 2.9; 8.2, 6, 7, 10, 15; 10.1, 9; 11.1.
O sinônim o hãzâ (q.v.) é usado no m esmo sentido.
Um nome para o n ã b i’, “profeta”, é rõ'eh, “vidente”, o que sugere que o ato de ver
a m ensagem de Deus (mediante sonhos ou visões) era tão importante que o porta-voz
(n ã b i0 podia ser chamado de “aquele que vê coisas divinas”, i.e., “vidente” (1 Sm 9 .9 , 11,
1 8 , 19; e pelo m enos mais sete outras vezes no AT). Esse aspecto impunha certos limites
à com unicação profética acerca do futuro e à interpretação profética, conform e Deus teve
o cuidado de salientar (Nm 1 2 .4 -8 ) e os profetas pesarosamente admitiam (Dn 8 .2 7 ; 1 2 .8 ).
Com freqüência a visão requeria mais interpretação.
rõ’eh. V id en te. Sinônim o de nãbi, “profeta”, m orfologicamente um particípio do grau
qal do verbo ra ’â : “vidente”, “aquele que vê”. É empregado muitas vezes com esse sentido
genérico. É, no entanto, usado 12 vezes no AT como um a alternativa para nãbi, “profeta”.
É sem pre traduzido por “vidente”. Sempre que o n ã b i’, o “porta-voz de Deus”, recebia
sua m ensagem m ediante visões, esse nome era apropriadamente empregado. É sempre
usado com o artigo (hãrõ eh), exceto uma vez em 2 Samuel 15.27, em que o sentido
requer a form a sem o artigo. Às vezes tem o holem pleno (rô 'eh), às vezes tem a forma
defectiva (rõ'eh). Muitas vezes esse substantivo designa um profeta cujo nome também
é apresentado: Samuel, Zadoque, Hanani. O substantivo alterna-se com hõzeh, que é
usado 16 vezes, uma palavra com praticamente o m esmo sentido. Aparentem ente rô 'eh
é o título mais antigo: “porque ao profeta [nãbi 1 de hoje antigam ente se cham ava
vidente [rõ ’eh]” (1 Sm 9.9). Gade foi tanto n ã b i’ quanto hõzeh (2 Sm 24.11). Esses três
term os são usados numa m esma passagem em referência ao profeta do AT: “Os atos, pois,
do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que estão escritos nas crônicas,
registados por Samuel, o vidente [rõ'eh\, nas crônicas do profeta [nãbi’] Natã e nas
crônicas de Gade, o vidente [hõzehY (1 Cr 29.29).
“Uma vez que, evidentem ente o mesmo indivíduo é designado por esses três termos,
qual é a diferença (se é que há) entre eles?... O vocábulo n ã b i’ ... ressaltava a função
objetiva ou ativa do mensageiro do Senhor ao proclam ar a Palavra de Deus. Os termos
r õ ’eh e hõzeh, traduzidos por Vidente’, enfatizavam, de outro lado, o elem ento subjetivo,
a saber a recepção da revelação divina pelo vidente. Em Isaías 30.10 os israelitas rebeldes
dizem aos videntes: *Não tenhais visões’. O termo profeta destacava os pronunciam entos
1384