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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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307 (gãbal)<br />

g*bül. F ron teira , lim ite, território. Usado com muita freqüência nos livros do Antigo<br />

Testamento nos quais se dedica muita atenção e detalhe às divisões geográficas, como é<br />

o caso da última parte de Josué.<br />

Este substantivo aparece 216 vezes no AT. É encontrado com maior freqüência em<br />

Josué (66 vezes); Ezequiel (39 vezes, de modo preponderante nos capítulos de 40 a 48) e<br />

em Números (25 vezes). O substantivo é usado para designar ou um limite geográfico ou<br />

o território como um todo. Em poucas ocasiões o termo é usado no sentido figurado.<br />

Há três usos principais de g^bid:<br />

1) g^bül indica um limite dado por um dos quatro pontos cardeais: “sul” (Nm 34.3; Js<br />

15.2,4); “noite” (Nm 34.7; Js 15.5); “leste” (Nm 34.10; Ez; 45.7); “oeste" (Nm 34.6; Js<br />

15.4, 12).<br />

2) Uma fronteira demarcada por uma corrente de águas: Números 22.36; o Arnon;<br />

Josué 15.5, o mar.<br />

3) Os limites de uma terra que pertencem a uma nação ou a uma subdivisão dentro de<br />

tal nação. Aqui pode ter o sentido de “termo”, como no caso do Egito (1 Rs 4.21 [5.1]);<br />

dc Edom (Js 15.1); de Moabe (Nm 21.13); de Amom (Nm 21.24).<br />

O substantivo pode também ser traduzido por “território”, como em Gênesis 47.21<br />

(Egito); Juizes 11.18 (Moabe); Juizes 1.36 (amorreu). Podemos também observar as<br />

referências à expressão “em (todo) o gfbül de Israel (Jz 19.29; 1 Sm 11.3,7; 27.1. inter<br />

alia), que deve sempre ser traduzida por “em (todo) o território de Israel”, com<br />

exceção de 2 Reis 14.25. Por isso a expressão é um sinônimo de “a terra Cerets) de<br />

Israel”.<br />

4) A palavra pode designar os termos ou a extensão mais distante das posses de<br />

indivíduos ou grupos de indivíduos: “termos de sua terra” (Dt 19.3); “os termos de<br />

sua herança” (Js 16.5), “o território da sua sorte” (Js 18.11), “os termos da sua cidade<br />

de refúgio” (Nm 35.26).<br />

5) Sempre que gebúl é usado com um nome de cidade, deve ser traduzido por<br />

“território”: Asdode, 1 Samuel 5.6; Tifsa, 2 Reis 15.16; Gaza, 2 Reis 1S.8; inter alia.<br />

6) Figuradamente a palavra é usada para descrever “os limites das trevas” (Jó 38.20);<br />

“a terra da perversidade” (Ml 1.4); “terra da santidade de Deus” (Sl 78.54).<br />

No antigo Oriente Próximo havia, pelo menos no papel, grande respeito pelos limites<br />

do outro, quer sc tratasse de fronteiras nacionais, quer individuais. Violar tais limites era<br />

violar algo que Deus tinha ordenado. Ele tinha estabelecido os limites de todos os povos<br />

(Dt 32.8). Ele fixou os termos de todas as terras (Sl 74.17; 1.04.9). Colocou as praias como<br />

limite para o mar (Jr 5.22).<br />

Não é estranho, portanto, que a Bíblia proíba mudar os limites de uma propriedade<br />

antiga do próximo (g'bül) (Dt 19.14). Quem assim fizer deverá ser “amaldiçoado” (Dt<br />

27.17). A transgressão, naturalmente, não era a violação da tradição, mas o roubo da<br />

propriedade — uma propriedade real inalienável. Nada menos do que uma imprecação<br />

bíblica levantada contra o violador era suficiente.(C/l também Os 5.10; Jó 24.2-4; Pv<br />

22.28; 23.10). Em tais crimes, quem os comete são os fortes e ricos, e as vítimas, os fracos,<br />

os órfãos e as viúvas. Com base nos vários manuscritos encontrados no mar Morto,<br />

descobrimos que aqueles que abandonavam a seita de Qumran eram conhecidos por<br />

“removedores do marco da terra”.<br />

À luz da raiz ugarítica gbl e do cognato árabe, várias ocorrências do hebraico g :búl<br />

podem ser mais precisamente traduzidas por “montanha”: 1 Samuel 13.18, “a montanha<br />

que aparece por sobre Zeboim”, e o Sl 78.54, “E conduziu-os até o limite do seu santuário,<br />

até este monte que a sua destra adquiriu” (ARC).<br />

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