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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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1395 *©SJ (n ã p a s h )<br />

alegria e bem -aventurança. O salm ista sugere que há um a relação entre essas idéias<br />

quando ele ora: “alegra a ‘alm a’ do teu servo, pois a ti, SENHOR, elevo a m inha alm a<br />

[napshi ’essã Y (lit., Sl 86.4). A alm a pode estar ju bilosa não som ente porque seus desejos<br />

foram satisfeitos, m as tam bém por reconhecer o valor intrínseco de algo que lhe dá<br />

prazer: “Palavras agradáveis são (...) doces para a alm a” (Pv 16.23). Q uando estiver cheio<br />

com os ditos dos sábios, o filho descobrirá que “o conhecim ento será agradável à [sua]<br />

alm a” (Pv 2.10). O filho disciplinado “dará delícias à tua alm a” (Pv 29.17). C om pletam ente<br />

satisfeita no Senhor, a alm a o louva (Sl 103.1, 2, 22; 104.1, 35; etc.). M as os ím pios, por<br />

dependerem de si m esm os, louvam a si próprios (Sl 49.19).<br />

Disso tam bém decorre que a alm a pode estar am argurada. Q uinze vezes ocorre com<br />

a raiz m ãrar. Com a saúde e o bem -estar arrebentados, Jó se queixou: “o Todo-Poderoso<br />

(...) am argurou a m inha alm a” (Jó 27.2). Provocada pela sua rival devido à sua<br />

esterilidade, A na era alguém que experim entava “am argura de alm a” (m ãrat nepesh; 1<br />

Sm 1.10; cf. Jz 18.25; etc.). Relacionadas com m ãrar, existem m uitas e diferentes<br />

expressões que indicam tristeza da alm a. Jerem ias diz ao seu povo: “M as, se isto [a<br />

palavra de Deus] não ouvirdes, a m inha alm a chorará em segredo” (Jr 13.17; c f passim ).<br />

Em Isaías 10.18 usa-se nepesh ju n to com bãsãr, “carne”, form ando um m erism a que<br />

descreve a pessoa em sua totalidade. A palavra tam bém é usada em paralelo com bãsãr,<br />

no sentido da pessoa total (Sl 63.1 [2]).<br />

U m a vez que, pela própria natureza, a existência pessoal envolve im pulsos, apetites,<br />

desejos e vontade, nepesh denota a “vida” do indivíduo. Com o objeto do verbo sh ü b.<br />

“restituir”, “restaurar”, nepesh oscila entre as noções de “alm a” e “vida”. Jerusalém<br />

lam enta: “porque se afastou o consolador que devia restaurar a m inha vida/alm a” (Lm<br />

1.16; ARA, “forças”). A s m ulheres de Belém oram em favor de N oem i: “ [Obede] será<br />

restaurador da tua vida [nepesh], e consolador da tua velhice” (Rt 4.15; Sl 23.3; Lm 1.11;<br />

Sl 18.8; Pv 25.13). Essas passagens tratam da vida, que consiste de em oções, paixões,<br />

im pulsos, apetites.<br />

A o lado de hãyâ, “viver”, nephesh tam bém oscila entre essas duas idéias. Abraão<br />

m anda Sara dizer que é sua irm ã “para que, por am or de ti, tudo vá bem com igo, e, por<br />

tua causa, a m inha alm a continue a viver” (Gn 12.13; cf. Gn 19.20; 20.32; Is 55.3; etc.).<br />

M as aqui o vocábulo tam bém eqüivale ao “eu” da pessoa, à sua individualidade pessoal.<br />

nepesh, com a noção de vida, refere-se ao “eu” que experim enta desejos e tem tais anseios<br />

satisfeitos, que am a e odeia, alegra-se e entristece-se, etc. Isso acrescenta um elem ento<br />

fortem ente pessoal à noção do “eu ”. Aliás, nessas passagens seria possível substituir<br />

nepesh pelo pronom e pessoal, m as perder-se-ia a intensidade dos sentim entos.<br />

N esse sentido, em certas passagens a m elhor tradução de nepesh é “vida”, m as aqui<br />

“vid a” denota o ser vivo com todos os seus im pulsos, não a noção abstrata de “vida”<br />

existente na palavra Jiayyim nem o outro sentido de hayyim , que se refere tanto a um a<br />

qualidade de existência quanto à noção tem poral do ser ( c f o uso de hayyim em Dt e Pv).<br />

W esterm ann assinalou que, quando nepesh ocorre com o sujeito do verbo, em geral é<br />

traduzido por “alm a” (ou seja, desejos, tendências, etc.)\ com o objeto do verbo é, com<br />

freqüência, traduzido por “vida” (isto é, o estado de existência pessoal em contraste com<br />

a m orte).<br />

M uitas passagens referem -se à “salvação” da nepesh, “vid a”, de alguém . De fato,<br />

quase todos os verbos dentro desse cam po sem ântico têm nepesh com o objeto: com nâtsal,<br />

“e livrareis as nossas vidas [nephesh] da m orte” (Js 2.13; Is 44.20; passim ); com m âlat,<br />

“se não salvares a tua vida [nephesh]” (1 Sm 19.11; cf. 2 Sm 19.6; passim ); com hãlats,<br />

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