DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2191 V in (rã‘a0
A variedade de atividades associada com rã‘a ‘ começa com a rejeição de Deus (Is 1.4;
9.17; Jr 7.26; 16.12), especialmente a prática de idolatria (1 Rs 14.9; 16.25; 2 Rs 21.11;
Jr 25,6), referindo-se uma vez à destruição do seu santo lugar (Sl 74.3). Os maus-tratos
infligidos às pessoas e o roubo de seus bens é comum. Isso abrange provocar dor física
(Nm 16.15; Sl 22.16 [17]), a escravidão inclemente no Egito (Êx 5.22-23; Nm 20.15; Dt
26.6), desonestidade (Gn 31.7; 44.5; Dt 15.9), o querer ter relações imorais (Gn 19.7; Jz
19.23), ofensas verbais (Sl 27.2) e tentativas de assassinato (1 Sm 25.34; 26.21; «Jr 38.9).
Em um caso o que está envolvido é um juramento apressado (Lv 5.4), e em outro, a ação
do rei Davi em fazer um recenseamento do povo (1 Cr 21.17). [Mas veja-se pãqad quanto
à possibilidade de na verdade ter ocorrido uma convocação das tropas — o que ainda era
pecado. R.L.H.]
Os escritores bíblicos procuram entender o rã*a* como estando presente nas
%
motivações íntimas das ações. As pessoas que assim procedem falta entendimento (Jr
4.22) acerca da verdadeira natureza de seus atos. No entanto, vão adiante e
deliberadamente planejam machucar outros (Pv 24.8). Na verdade isso se toma um hábito
(Jr 13.23). O que é ainda mais sério, toma-se uma compulsão (Gn 19.9; Pv 4.16; 17.4).
Parte dessa falta de entendimento se deve a nâo perceberem, mesmo que tardiamente, o
dano que causam a si mesmas (1 Sm 12.25; Sl 44.2 [3]; Jr 13.23).
Deus é o sujeito do verbo rã(a ( em Salmos 44.2 [3]; Jeremias 25.29; 31.28; Miquéias
4.6; Zacarias 8.14. Mas o fato de infligir dor às pessoas não se deve a maldade; é o juízo
justo para pecadores que não se mostram sensíveis ao seu chamado ao arrependimento.
No AT, Deus, ao se dizer que faz rã‘a‘ aos perversos, não é descrito como alguém a
cometer um ato imoral.
Diversas vezes o salmista pediu a Deus que castigasse aqueles que o maltratavam
(64.2 [3]; 94.16; 119.115), mas houve esforços de conclamar e desafiar os israelitas a
tomar consciência da maneira como maltratavam os outros (Lv 5.4; Js 24.15) e de mudar
as suas vidas. Conselhos eram dados sobre como evitar fazer o rã‘a ‘ (1 Sm 25.34; Sl 15.4;
37.1, 8; Pv 24.19). Isaías apontou para o futuro, acerca do qual Deus prometeu que não
se praticaria o rã‘a‘ em seu santo monte (11.9; 65.25).
ra*. M al, m aldade. O substantivo masculino ra‘ aparece freqüentemente em contraste
com tôb, “bem”, como pólos opostos do espectro moral. Às vezes shãlôm , “paz”, é
apresentado como o oposto de ra‘. Ademais, o substantivo é definido como aquela condição
ou ação que é inaceitável aos olhos de Deus (Jr 52.2; Ml 2.17; cf. Ne 9.28).
Principiando pelo sentido exclusivamente secular do substantivo, descobre-se que ra‘
denota ferimentos físicos (Jr 39.12) ou épocas de aflição (Am 6.3; e o versículo famoso de
Is 45.7, “faço a paz, e crio o mal”), mas na maioria das vezes denota atividade antiética
ou imoral contra outras pessoas, seja por palavras (Sl 41.3 [6]; 73.8; 109.20), seja por
ações (Mq 2.1; 7.3), seja ainda pelo oferecimento de sacrifícios inadequados (Ml 1.8).
Duas vezes ra designa abstratamente uma condição interior de “perversidade” (Sl
7.9 [10J; Pv 12.21; ARA, “mal”), mas num maior número de vezes descreve atitudes íntimas
para com Deus ou o homem. Uma pessoa pode planejar, desejar, amar e regozijar-se no
ra‘ (Sl 52.3; Pv 2.14; 6.14; 12.20) ou então ser apática (Sl 36.4 [5]; cf. Pv 28.4). O ra ’ pode
ser uma recusa em reagir favoravelmente ao chamado divino (Ne 9.35), o que resulta
numa entrega de corpo e alma a isso (2 Rs 21.9; 2 Cr 33.9; Pv 1.16; Is 59.7).
Aquele cujo estilo de vida se caracteriza por ra‘ tem um futuro sombrio, caso prossiga
nisso. Deus está contra ele (Is 31.2) e pronunciou sentença contra ele (Mq 1.12). A própria
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