DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2303 bw n (shã al)
pediram -nos, nossos captores, palavras de cântico”, lit.). Infelizm ente a KJV traduziu esse
verbo por “pedir em prestado” em Êxodo 3.22; 11.2; e 12.35. M as o vocábulo geralm ente
não envolve uma dívida a pagar, e muito m enos neste contexto.
Repetidas vezes no AT usa-se shã al em referência a homens e m ulheres que pedem
ou deixam de pedir a orientação divina, i.e., consultam ou deixam de consultar o Senhor.
Davi, um hom em segundo o coração de Deus, “consultou ao SENHOR” (e.g., 1 Sm 23.2;
30.8; 2 Sm 2.1; 5.19, 23; 1 Cr 14.10, 14). Mas em Josué 9.14 os líderes de Israel “não
pediram conselho ao SENHOR” (lit., “não consultaram a boca de la vé”), e lê-se em Isaías
30.1-2, “ai dos filhos rebeldes, diz o SENHOR, (...) que descem ao Egito sem me consultar!”.
Com o m esmo sentido utiliza-se shã'al para designar a consulta pecam inosa a
divindades pagãs, com o em Ezequiel 21.21 1261, “porque o rei de Babilônia (...) ‘interroga’
os ídolos do lar, exam ina o fígado”.
Tam bém se usa shã'al para designar o pedido de algo e, freqüentem ente, esse
pedido tam bém é dirigido a Deus. Desse m odo Salm os 122.6 admoesta: “orai pela paz de
Jerusalém !”. E Isaías 7.11 mostra o profeta desafiando o perverso Acaz: “Pede ao SENHOR
teu Deus um sinal”. Dentre as coisas que o AT m enciona que foram pedidas a Deus se
encontram: entendim ento, vida, um rei, um filho para a estéril, chuva e, em Isaías 58.2,
‘le is ju stas” (BJ). Dessa maneira, no AT os homens e as mulheres não apenas “pedem “
(shã ’al) orientação a Deus (veja-se acim a), mas suplicam -lhe, por m eio de oração ou de
um profeta, que atenda as necessidades que experim entam na vida.
sh e*élâ. P ed id o , p e tiç ã o , e x ig ê n c ia , em p réstim o . Esse substantivo fem inino aparece
15 vezes no AT, inclusive a única ocorrência na form a she 'êla \ em Daniel 4.17 1141, no
trecho em aram aico de Daniel. Designa sem pre um “pedido” ou “petição”, quer feito a uma
pessoa (Jz 8.24, o pedido de ouro que Gideão faz aos homens de Israel), a um rei (Et 5.6
e ss., o pedido feito por Ester ao rei Assuero para que este participe de um banquete) ou
ao próprio Deus (1 Sm 1.27, a oração em que Ana pede um filho a Deus).
m is h ’ãlâ. P e tiç ã o , d esejo . Esse substantivo fem inino ocorre apenas duas vezes no AT:
em Salm os 20.5 [6], “satisfaça o Senhor todas as tuas petições” (EBB), e em Salm os 37.4,
“ele (o SENHORl satisfará aos desejos do teu coração”. E m uito interessante que essas duas
ocorrências falam da abundância com que Deus atende aos pedidos que, em m eio aos
m alfeitores e em tempos difíceis, aqueles que amam o seu nome lhe fazem em oração.
G.G.C.
sh °’ôl. S ep u ltu ra , in fern o , sh eo l, cova . As traduções oscilam entre “sepultura”,
“inferno”, “cova”, “sheol”, e palavras correlatas. A etim ologia é incerta. O vocábulo não
ocorre fora do AT, à exceção de uma única vez nos papiros judaicos de Elefantina, em que
é usado com o sentido de “sepultura” (A. COWLEY, Aram aic papyri o f the fifth century B.C.,
Oxford, 1923, n? 71:15). A palavra obviam ente se refere de algum a m aneira ao lugar dos
mortos.
Há grande divergência de opinião acerca do significado do termo, o que é em parte
causado por diferentes maneiras de entender o ensino do AT sobre a vida futura. Snaith,
por exem plo, sustenta que o AT nada ensina a respeito, à exceção do período
i n tertestam en tá ri o de Daniel 12.2 e no “terceiro Isaías” (Is 26.19; N. H. SNAITH. The
distinctive ideas o f the OT, Schocken, 1964, p. 89). Dahood, numa posição bem oposta,
encontra ensinos sobre a vida futura ao longo de Salm os e em outros livros do AT (veja-se
1502