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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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877 “O ' (yãsar)<br />

o horaem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR” (8.3). Dessa forma eles deviam<br />

conhecer em scu3 corações que Yahweh estava disciplinando-os (8.5). Essa disciplina pode,<br />

então, ser considerada como educação teocêntrica e que realmente parte de Deus. É<br />

evidente que a expressão “como um homem disciplina a seu filho” tem significado teológico<br />

e relacionado com a aliança. Os tratados antigos freqüentemente referem-se ao rei<br />

suserano como o pai e ao vassalo como seu filho (cf. McCARTHY, CBQ 27:144-7). No cântico<br />

da aliança de Moisés, Yahweh é chamado de Pai (Dt 32.6; cf 1.31; Is 1.2) do povo da<br />

aliança (embora Êx 4.22; Dt 1.31 ensinem o mesmo conceito). Por essa razão, está na<br />

aliança a base teológica para um pai terrestre disciplinar o filho. Ele tem em si a imagem<br />

do seu Senhor, o Senhor da aliança, e como tal tem uma relação análoga com seus filhos<br />

— repreendendo, corrigindo, instruindo, atendendo às necessidades — coisas que são<br />

expressões de um relacionamento interpessoal de amor. Esse também é o sentido dos 30<br />

usos em Provérbios e outras passagens, por exemplo, Provérbios 3.11-12, onde se diz que<br />

müsãr e tõkahat, “repreensão, correção”, procedem de Yahweh, “porque o SENHOR<br />

repreende (yãkah) a quem ama Cãhab), assim como o pai ao filho a quem quer bem”. Por<br />

esse motivo, a disciplina transmite certeza de que realmente se é filho daquele que<br />

disciplina, pois müsãr aponta para um estilo de vida teocêntrico e, só num segundo plano,<br />

ra o comportamento ético. Provérbios 1.7 estabelece um paralelo de tal disciplina com<br />

“temor do SENHOR”; e 1.8, com tôrâ, “instrução, ensino”. Isso também explica o valor<br />

calculável do müsãr (8.10) e o motivo pelo qual os insensatos o desprezam (15.5, 32).<br />

ovérbios e outros textos de literatura sapiencial falam da disciplina com ênfase na<br />

nstrução. É tentador ver que apenas na aliança as noções aparentemente díspares de<br />

correção e instrução confluem harmonicamente.<br />

Como se ministrava a disciplina? Provérbios 22.15 fala da “vara da disciplina”. Mas,<br />

um maior número de vezes, o müsãr é instrução oral, daí a íntima associação com a tôrã.<br />

Em Jó 5.17 ss., ao conclamar Jó a não “desprezar a disciplina do Todo-Poderoso”, Elifaz<br />

revela possuir uma percepção das maneiras que Deus pode usar para disciplinar seus<br />

filhos: dor e ferimentos, fome e guerra. Amós acrescentaria seca, pragas na lavoura,<br />

gafanhotos, epidemias e terremotos (4.6-11).<br />

Os profetas desenvolvem o tema de müsãr tal como visto em Deuteronomio 11.2,<br />

revelando a disciplina divina através de seus atos poderosos na história do povo de Israel<br />

e Judá em particular e das nações em geral. Deus lida com seu povo tendo como ponto de<br />

partida a advertência e a correção. É assim que se deve entender a severidade do exílio<br />

(cf. Os 5.2; 7.12; Is 8.11). Mas todos esses atos de disciplina tornam-se inúteis com a<br />

^resistência e obstinação daqueles que a recebem (cf Jr 2.30; 5.3; 7.28; 17.23; 32.33). Isaías<br />

r>3.5 acrescenta que “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele”. Este é claramente um<br />

contexto de expiação substitutiva. Aqui apresenta-se o Servo do Senhor como alguém que<br />

assume vicariamente o terrível “castigo”, revelando de modo mais claro os métodos<br />

rmisericordiosos de Deus tratar o seu povo rebelde (pesha\ ARA, “transgressões”) através<br />

de julgamento e sofrimento redentivos.<br />

Bibliografia,: THAT, v. 1, pp. 738-41.<br />

P.R.G.<br />

IT (yã‘). Veja o n! 879a.<br />

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