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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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2546 zrtínn (tarshish)<br />

27:61-8). Em todas as passagens, à exceção de um contexto um tanto quanto ambíguo (1<br />

Sm 19.11-17), está claro que os terafins do Israel antigo eram ídolos pagãos do lar (cf. Gn<br />

31.19 com 31.30, 32; Jz 18.17 com 18.24), correspondendo em muitos aspectos aos ilánu,<br />

“deuses”, existentes à mesma época em Nuzi (cf. A. E. DRAFFKOM, JBL 76:216-24), e<br />

também aos Penãtês romanos, de um período bem posterior. Parece que, no segmento<br />

apóstata da população de Israel, os terafins tinham a função básica de adivinhação (1 Sm<br />

15.23; 2 Rs 23.24; Ez 21.21 [261; Zc 10.2), num papel em que, com freqüência, são<br />

encontrados no mesmo contexto da estola sacerdotal (veja-se Jz 17.5; 18.14, 17, 18, 20; Os<br />

3.4). Provavelmente eram de origem mesopotâmica (Gn 31.19-21; Ez 21.21 [26]) e<br />

aparecem ao longo de toda a história israelita, desde o período patriarcal (Gn 31) até o<br />

pós-Exílio (Zc 10.2).<br />

A partir de 1926, com a descoberta e a decifração de certos documentos cuneiformes<br />

(especialmente aquele que é identificado como Gadd 51) na antiga Nuzi, tornou-se lugar<br />

comum afirmar, com base nesses textos, que Raquel roubou os terafins de Labão (Gn<br />

31.17-50) a fim de assegurar o direito de Jacó à herança de Labão depois que este<br />

morresse ou, pelo menos, garantir que o clã de Jacó tivesse liderança e poder espiritual<br />

(veja-se o estudo oportuno de C. H. GOR<strong>DO</strong>N, The world of the Old Testament, p. 129 e s.,<br />

e BA 3:5-7). Conquanto essa abordagem seja curiosa, a legislação de Nuzi deixa implícito<br />

que receber o legado dos deuses domésticos (e não apenas ter a sua posse) determinava<br />

a liderança da família. Em razão disso e de outras dificuldades com a teoria de Nuzi, temse<br />

sugerido que Raquel, ainda não totalmente separada de sua herança politeísta (vejamse<br />

Gn 35.2; Js 24.2), roubou os deuses com objetivo religioso ou divinatório. Uma prova<br />

em favor dessa interpretação pode ser aduzida de Josefo (Antigüidades, 18.9.5), o qual<br />

declara que, mesmo em épocas bem posteriores, era costume entre os habitantes da<br />

Mesopotámia levar os deuses do lar consigo para todo lugar que viajassem (cf. M.<br />

GREENBERG, JBL 81:239-48 — embora esse testemunho tardio possa ser uma mera<br />

dedução de Gn).<br />

Ainda sem solução está o problema da natureza dos terafins em 1 Samuel 19.11-17.<br />

É bem pouco provável que a palavra (usada como singular; cf. RSV, “imagem”) se refira<br />

aí a deuses do lar, visto que os arqueólogos não encontraram imagens cujo tamanho<br />

chegue perto do de um homem adulto (cf. W. F. ALBRIGHT, Archaeology and the religion<br />

of Israel, p. 114; cf. também Gn 31.34, em que pelo menos dois terafins puderam ser<br />

escondidos numa sela). Tem-se, portanto, levantado a possibilidade de que, às vezes, a<br />

palavra tfrãpim se refira a uma imagem na forma de uma cabeça, um busto ou uma<br />

máscara cúltica (cf. A. R. JOHNSON, The cultic prophet in ancient Israel, p. 31, nota 3) ou<br />

então de que os terafins de Mical eram “trapos velhos” (W. F. ALBRIGHT, op. cit., p. 207,<br />

nota 63). O tamanho e até mesmo o significado e o uso de terafins pode ter variado<br />

bastante ao longo dos séculos.<br />

Não é preciso dizer que no AT os terafins jamais foram tolerados como um acessório<br />

legítimo da adoração ao Senhor; na verdade eram, com freqüência, objeto da condenação<br />

profética (1 Sm 15.23; 2 Rs 23.24; Zc 10.2).<br />

R.F.Y.<br />

2546 CTinri (tarshish) I, uma pedra preciosa, talvez jaspe amarelo (e.g., Êx 28.20;<br />

39.13; Ez 1.6).<br />

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