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DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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602 jT} (hãgag)<br />

O uso deste substantivo é limitado principalmente às três festas principais<br />

mencionadas acima. Em quatro ocorrências é usado para cada uma das três num mesmo<br />

contexto (Êx 23.15, 16; 34.18-22; Dt 16.16; 2 Cr 8.13). Além disso, o substantivo aplica-se<br />

com maior freqüência (20 vezes) à Festa dos Tabernáculos ou da Colheita, depois (11<br />

vezes) à Festa dos Pães Asmos (ou Páscoa) e uma vez à Festa das Semanas (Dt 16.10).<br />

hag é usado para descrever a festa instituída por Jeroboão I para substituir a Festa<br />

dos Tabernáculos (1 Rs 12.32, 33). O termo é usado em duas ocasiões para festas<br />

específicas que não são identificadas (Jz 21.19; Sl 81.3(41). Há nove referências genéricas<br />

a festas.<br />

Em Êxodo 2 3 .1 8 a frase “gordura da minha festa" é paralela de “sangue do meu<br />

sacrifício”. Esta mesma associação encontra-se em Salmos 1 1 8 .2 7 , onde a ARC traduz hag<br />

por “vítima da festa”, pois o altar é mencionado e há referência a amarrar com cordas.<br />

Algumas das versões recentes consideram que esse ato de amarrar seja figurado ou<br />

decorativo, sugerindo a idéia de procissão (BLH e BJ). O termo foi usado por Moisés para<br />

referir-se à festa para cuja celebração ele pedira a Faraó que os israelitas se ausentassem<br />

(Êx 10.9). Também é usado para descrever a festa idólatra realizada em honra ao bezerro<br />

feito por Arão (Êx 32.5).<br />

O termo mô'êd, “ocasião designada”, também é usado para “festa”, mas tem sentido<br />

mais amplo, que inclui sábados, luas novas, etc.<br />

[Os estudiosos de abordagem mais crítica debatem o desenvolvimento dessas festas.<br />

Eissfeldt afirma: “Assim, por exemplo, em J e E (Êx 34.18a, 22; 23.15a, 16), as conexões<br />

das três festas agrícolas com a natureza é bem clara. Estas conexões também<br />

permanecem reconhecíveis em D (Dt 16.3a, 9-11, 13-15), sem importar se as afirmações<br />

ali contidas são originais ou não, e o mesmo ocorre em H (Lv 23.9-12, 15-21, 39-43) (Old<br />

Testament introduction, trad. P. R. Ackroyd, Harper, 1965, p. 207). O assunto mereceu<br />

tratamento extenso, de uma perspectiva semelhante, por parte do estudioso francês De<br />

Vaux (A/, p. 484-501).<br />

Sem dúvida é verdade que essas festas têm aspecto agrícola. Isto é enfatizado, como<br />

disse Eissfeldt, em Êxodo, em Levítico e em Deuteronômio. De Vaux argumenta que uma<br />

festa como a Páscoa não era agrícola, mas acabou fixando-se junto à festa agrícola dos<br />

pães asmos em data bem posterior. Tudo isso não passa de suposição. É bem natural que<br />

a instituição da Páscoa em Êxodo 12 não enfatizasse o aspecto agrícola. As provisões<br />

posteriores, feitas em vista da entrada próxima na terra prometida, enfatizavam tal<br />

aspecto.<br />

Aparentemente a época da Páscoa, com a apresentação do molho das primícias (Lv<br />

23.10), sinalizava o começo da colheita de cevada. A Festa das Semanas, no fim de maio<br />

•u começo de junho, assinalava o fim da colheita do trigo. A Festa dos Tabernáculos ou<br />

d a Colheita celebrava o fim da colheita das frutas e frutos (uvas, azeitonas, tâmaras, etc.).<br />

E ssa s festas eram festivais de peregrinação, i.e., todos os homens tinham de comparecer<br />

ao santuário e trazer suas ofertas, que eram feitas em espécie (Ê x 2 3 .1 5 ). R L H.l<br />

Bibliografia: HARAN, Menahem zebah hayyamim, VT, 19:11-22. — LEWY, Ilildegard<br />

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Roy A., The Jewish festivais, EQ, 43:149-61.<br />

C.P.W.<br />

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