DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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encanto ou beleza.
Conforme ressaltado por Neubauer, muitas das passagens em que se encontra esta
frase dizem respeito à relação de um superior para com um inferior, por exemplo, de um
rei para com seu súdito. Mas é ir longe demais sustentar que a expressão é um terminus
technicus em que, em Gênesis 32.5, Jacó estaria, de fato, reconhecendo-se como vassalo
de Esaú.
A frase é encontrada na passagem crucial sobre a justificação para divórcio, em
Deuteronomio 24.1, a qual era o fundamento para o debate entre Hillel e Shammai. O
rabi Akiba sustentava que um homem poderia se divorciar de sua esposa “caso
encontrasse outra mais formosa do que ela, porquanto está escrito: 'se ela não for
agradável aos seus olhos’”.
No uso teológico, o texto bíblico declara que Noé e Moisés acharam graça diante do
Senhor (Gn 6.8; Ex 33.12). Foi o Senhor que fez com que José achasse favor perante o
carcereiro-chefe (Gn 39.21) e os israelitas encontrassem favor perante os egípcios (Êx 3.21;
11.3; 12.36). Em Números 11.15, Moisés está pura e simplesmente dizendo ao Senhor:
“Faze-me um favor e mata-me”.
Em Zacarias 12.10 é dito que será derramado sobre a casa de Davi e os moradores
de Jerusalém “o espírito de hén e t a h d n ü n i m O Targum traz “um espírito de
misericórdia e compaixão”; Unger interpreta isso como o Espírito Santo.
Os gritos de aclamação, quando do término do templo de Zorobabel em Zacarias 4.7,
literalmente, “hén, hén', são interpretados por Unger como “Que coisa graciosa (bela)!”.
Sellin sugeriu: “Bravo, bravo!”.
Em diversas passagens, hén significa “encanto” ou uma personalidade atraente que
cria uma impressão favorável. Nos Provérbios Aramaicos de Ahiqar, encontramos a frase
hn gbr hymnwth, “pois o encanto de um homem é a sua veracidade” (ANET, n.° 132, p.
429). É dar atenção à sabedoria que produz esse favor: Provérbios 3.4; 13.15; Eclesiastes
9.11; 10.12. A mulher com essa graça ou encanto, e não apenas com beleza física (Pv
11.16; cf. 11.22), é digna de honra.
A m ulher que teme ao Senhor é louvada, em contraste com aquela que simplesm ente
possui encanto enganoso e beleza vã (Pv 31.30). Naum 3.4 compara Nínive a uma
prostituta que é tàbat hén, expressão que a LXX traduz por kalé kai epicharis e a Vulgata
com o speciosae et gratae, isto é, “bela e agradável”. C f ARA, “bela e encantadora”; NTEB,
“bela de aparência”.
h in n ã m . D e g r a ç a , p o r n a d a , in ju sta m en te, sem c a u sa , em vão. Cf. latim gratis,
português gratuitamente. Este advérbio ocorre 32 vezes. Não possui nenhum significado
religioso intrínseco.
Pode significar “de graça”, como em Gênesis 29.15. Em Êxodo 21.2, 11, designa o
escravo hebreu libertado; em Números 11.5, o alimento que era comido de graça no Egito;
em Isaías 52.3, os judeus que se venderam para a escravidão “por nada”.
Em Provérbios 23.29 o alcóolatra tem feridas “sem causa” (ARA) ou, melhor ainda,
“por um nada” (PIB). A NEB parafraseia: “Quem ganha um machucado sem saber por
quê?”.
O salmista queixa-se de que seus inimigos planejam “sem causa" o mal para ele (Sl
35.7; NEB, “sem serem provocados”). C f Salmos 109.3; 119.161.
Emprega-se a palavra hinnãm com diferentes sentidos em Jó. Satanás indaga (Jó
1.9) se Jó teme a Deus “debalde”, isto é, sem outras intenções. Deus responde (Jó 2.3) a
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