DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1421 KÇJ (nãsãr)
A segunda categoria sem ântica, de “suportar” ou “carregar”, é especialm ente
em pregada para designar o carregar a culpa ou castigo do pecado. É assim que Caim diz
em Gênesis 4.13: “É tam anho o meu castigo, que já nào posso suportá-lo”. A expressão “ele
levará a sua iniqüidade” ocorre com freqüência (Lv 5.1, 17; 7.18; Nm 5.31; 14.34, etc.).
Isso facilm ente leva à idéia de carregar a culpa de outrem por m eio de representação ou
substituição (Lv 10.17) ou do bode expiatório (Lv 16.22). A raiz sã b a l, “carregar um
fardo”, em Isaías 53.11, encontra, no versículo seguinte, um paralelo na palavra nãsã\
“ [o Servol levou sobre si o pecado de m uitos”, com o tam bém em Isaías 53.4. Estas dívidas
tam bém podiam ser passadas de pai para filho, temporariamente, afetando a existência
terrena do indivíduo (Nm 14.31, 33). Mas Israel errou ao aplicar fatalisticam ente a idéia,
considerando que isso ocorreria de forma contínua e irrevogável eternidade adentro (Ez
18.19-20), pois o contrário está claram ente dito em Deuteronom io 24.16.
A terceira categoria ressaltava o levar em bora, o perdoar o pecado, a iniqüidade e a
transgressão. Essa ação de levar em bora o pecado é tão característica que é relacionada
com o um dos atributos divinos (Êx 34.7; Nm 14.18; Mq 7.18). Com freqüência essa forma
de nãsã’ é usada em orações de intercessão, como, por exemplo, pelo m ensageiro dos
irm ãos de José (Gn 50.17), por Faraó (Êx 10.17), por Moisés em favor de Israel (Êx 32.32;
Nm 14.19), por Abigail em favor de Nabal (1 Sm 25.28), e na súplica de Saul a Sam uel
(1 Sm 15.25). Josué em prega o verbo em seu discurso de despedida (Js 24.19). Sem dúvida
algum a, a expressão clássica desse significado encontra-se em Salm os 32.1, 5. O pecado
pode ser perdoado e esquecido, pois ele é erguido e levado em bora.
As idéias passivas, intensivas, reflexivas e causatívas das três categorias básicas são,
freqüentem ente, vistas nos outros graus, mas sem ser aplicadas à doutrina do pecado, com
a possível exceção de casos pouco com uns, com o o hifil em Levítico 22.16, “fazer alguém
levar sobre si a culpa da iniqüidade”.
n ã s i’. I. P r ín c ip e , c h e fe , líd er>c o m a n d a n te , g o v e r n a n te , s o b era n o . Vocábulo usado
128 vezes, 60 delas para referir-se a vários líderes de Israel (Nm 1.16, 44; 2; 7; 34).
A m esm a palavra denota os chefes ismaelitas (Gn 17.20; 25.16), os líderes m idianitas
(Nm 25.18; Js 13.21), o príncipe cananeu de Siquém (Gn 34.2), o príncipe do Egito (Ez
30.13), M eseque e Tubal (Ez 38.2-3; 3 y .l) e os príncipes da terra (Ez 39.18).
Alguns estudiosos, inclusive Ephraim Speiser (G en esis, AB, p. 170), sustentam que
nãsV designa um oficial que foi “elevado” ou “erguido” na, ou pela, assem bléia local. Por
conseguinte, significa “ascendido” e, portanto, “eleito”. Em geral cita-se a frase “estes
foram os cham ados (ou escolhidosl” (Nm 1.16) em apoio a essa sugestão etim ológica.
O term o aplica-se a qualquer governante do povo de Deus (Êx 22.28 [27]), aos líderes
da congregação (Êx 16.22; Js 9.15, 18; 22.30; etc.) e a Salom ão (1 Rs 11.34).
Contudo, o uso mais significativo do termo se encontra nos escritos do profeta
Ezequiel. Dos 36 usos em Ezequiel, nada menos do que 20 se referem ao futuro príncipe
davídico, o M essias. Conquanto Ezequiel 34.24 e 37.25 sejam claros, as dem ais referências
ao príncipe escatologico em Ezequiel 44, 45, 46, 48 são objeto de debate porque ele é
apresentado com o alguém sem direitos sacerdotais, que faz em favor de si m esm o uma
oferta pelo pecado (45.22) e tem filhos (46.16). Charles Feinberg acredita que ele seja um
“futuro renovo da dinastia davídica, o qual, na condição de soberano, representará o
M essias nos negócios da terra”.
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