DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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a ênfase na vida depois da morte. E, no entanto, essa preocupação com a morte não era
mórbida. Textos fúnebres são inevitavelmente alegres e otimistas. O conceito egípcio da
vida após a morte é também fortemente materialista. A próxima vida é simplesmente uma
seqüência desta aqui. É por isso que, por exemplo, mumificava-se o corpo, porquanto a
existência corpórea era a única existência aceitável para os egípcios.
No AT os patriarcas são as personagens bíblicas que, pela primeira vez, têm algum
relacionamento com o Egito (Abraão, Gn 12). Isso teria ocorrido aproximadamente à época
da décima segunda dinastia do Reino Médio. A história de José tem obviamente um pano
de fundo egípcio, a ponto de o próprio ciclo estar na forma de um conto em simples prosa
(uma criação egípcia). Entretanto, a partir da época de Moisés, a Bíblia em geral coloca
a terra do Egito numa posição bastante negativa. É ela que oprime o povo de Deus,
recusando-se a dar liberdade a Israel. São os profetas de Israel que em particular atacam
a aproximação de seu país junto ao Egito. “Deixai-na a sós; o Egito está debaixo de juízo
e tropeçará” é o conselho que eles dão.
E assim mesmo, apesar de todas essas denúncias contra o Egito, duas passagens do
AT acerca desse país são extremamente interessantes. Numa delas Josias, o piedoso rei
de Judá, morreu porque não deu ouvidos à palavra de Deus por boca do faraó Neco (2 Cr
35.20 e ss.). Na segunda, Isaías 19.16 e ss. antevê a conversão do Egito (e da Assíria) ao
Senhor, “Bendito seja o Egito, meu povo” (v. 25). Inimigos tradicionais serão reconciliados
sob as bênçãos divinas.
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