DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1990 2Hj? (qãdash)
Deus ser santo por natureza e ser separado da imperfeição moral, pode-se confiar que ele
será fiel às suas promessas (Sl 33.21).
Inerente à obra redentora de Deus é a promessa da derradeira manifestação da
santidade de Deus na glorificação de seu povo e no livramento em que a criação se verá
livre das imperfeições resultantes da maldição edênica (Rm 8.18-23).
q ã d ô s h . S a g ra d o , sa n to, o Santo. O adjetivo q ã d ô s h , “santo”, qualifica aquilo que é
intrinsecamente sagrado ou que foi admitido no âmbito do sagrado por meio de rito divino
ou de ato público de culto. Tem a conotação daquilo que é distinto do que é comum ou
profano.
Deus é intrinsecamente santo e chama o seu povo para ser santo, dando-lhe o padrão
de obediência pelo qual pode manter a santidade (Lv 19.2 e ss.). Por ser santo, Deus é
isento de imperfeições e fraquezas morais comuns aos homens (Os 11.9) e pode-se contar
que ele será fiel às suas promessas (Sl 22.3-5). Esse aspecto do caráter divino constitui
a base da esperança que Habacuque tem de que seu povo não perecerá (Hc 1.12).
O título “o Santo de Israel” é inúmeras vezes aplicado a Israel no AT, mas
especialmente freqüente na profecia de Isaías (em todas as partes). Serve para pôr os
pecados da sociedade da época de Isaías em marcante contraste com a perfeição moral de
Deus (Is 30.11) e exprime a absoluta separação entre Deus e o mal (Is 17.7).
A inviolabilidade das esferas do sagrado e do profano constitui a base para os
aspectos éticos do conceito de santidade. Pelo fato de Deus ser santo, os israelitas não
podiam servi-lo enquanto persistissem em suas práticas idólatras (Js 24.19 e ss.). Eles
deviam estar separados de tudo aquilo que não era santo (Lv 11.44 45; Dt 14.21). Foramlhes
impostas obrigações para que não se envolvessem em práticas comuns a outros povos
(Lv 19.2; 20.7; Nm 15.40). O chamado deles à santidade se baseava no fato de que
tinham-se tornado possessão de Deus em virtude de Deus tê-los separado das nações (Lv
20.26; Dt 7.6; 14.2; 26.19).
E impensável que um Deus santo tolerasse o pecado; tal idéia envolveria uma
mistura entre o sagrado e o profano, assim destruindo a natureza da santidade. O
chamado à santidade era acompanhado pela imposição de certas restrições que serviam
para assegurar a ininterrupta santidade daqueles que criam (Lv 11.44 45; 19.2 e ss.; Dt
14.2, 21; Nm 15.40).
Vários aspectos do culto público eram denominados santos por serem vistos como
pertencentes ao domínio do sagrado e não deviam ser tratados como coisas comuns. Isso
incluía porções dos sacrifícios (Lv 6.16; 7.6), o templo e seus detalhes (Sl 65.4 [5]; Lv 6.16;
etc.) e os sacerdotes (Lv 21.6, 8) e levitas (2 Cr 35.3).
A presença de Deus dentro do mundo delineava uma esfera que era santa, pois a
santidade de Deus não pode ser misturada com o que é comum ou profano (Dt 23.14).
Aquilo que é “santo” não apenas se distingue do profano, mas também se opõe a isso.
Por isso Deus odeia e castiga o pecado (Js 24.19; Is 5.16, 24). A luz da santidade de Deus,
Isaías viu-se a si mesmo e a seu povo como pecadores (Is 6.3; cf. v. 5).
q ã d ê s h . P r o s titu ta c u ltu a i, p r o s titu to c u ltu a i. O substantivo q ã d ê s h , à semelhança
do nome próprio “Cades”, significa “santo”, “consagrado”, mas consagrado a quê? A s
mulheres que serviam nos santuários pagãos eram denominadas q ed ê s h â , “prostitutas
cultuais”, porque é isso o que eram. O título é um triste comentário acerca da
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