DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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se a Deus e com um significado positivo. O livramento do Egito é duas vezes descrito em
termos de Deus levando o povo sobre asas de águia (Êx 19.4; Dt 32.11). Mas num maior
número de vezes ele é visto como abrigando os seus debaixo de suas asas tal como uma
galinha faz por seus pintinhos (Sl 17.8; Rt 2.12). Em geral alguma afirmação sobre a
realidade da fidedignidade de Deus segue junto da afirmação de que a pessoa deseja
buscar abrigo debaixo das suas asas (Sl 36.7 [8], “Como é preciosa, ó Deus, a tua
benignidade! por isso os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas”).
Malaquias 4.2 [3.20] fala do sol da justiça que nasce, trazendo salvação nas suas asas.
Parece que o profeta está se apropriando da figura do disco solar alado, que era usado em
todo o antigo Oriente Médio como símbolo da proteção pela divindade. É muito
significativa a apropriação deste antigo tema numa predição acerca de Cristo. Só ele é a
verdadeira manifestação da benevolência divina e vem para curar (e não apenas proteger)
aqueles que, por temor a Deus, lançam fora o seu orgulho.
No entanto, aquelas asas que oferecem livramento e segurança àqueles que o temem,
podem trazer pavor àqueles que o desafiam. Jeremias 48.40; 49.22 conta que Deus
estenderá suas asas de águia sobre Moabe e destruirá aquele povo, da mesma forma como
uma águia pode cair de mergulho sobre um pobre coelho. Em Isaías 8.8 a Assíria é a
águia cujas asas fazem sombra sobre Judá (cf. também Ez 17.3, 7).
Os usos figurados restantes falam da velocidade de asas. Sobre o vento diz-se que ele
tem asas (2 Sm 22.11, e t c .). Três das seis ocorrências falam de Deus cavalgando sobre o
vento. Diz-se que o dinheiro tem asas (Pv 23.5), o que também ocorre com a maledicência
(Ec 10.20). O belo texto de Salmos 139.9 fala que as asas da alvorada são incapazes de
ir além do cuidado divino.
É difícil precisar a origem de determinada série especial de usos figurados. Aqui a
palavra significa as fraldas esvoaçantes de um manto ou os confins da terra. Talvez a
semelhança de um manto com asas e, então, a semelhança do “fim” do manto com os
confins da terra descreva com exatidão a transferência de idéia.
O restante das referências a k ã n ã p tem a ver ou com os querubins sobre a arca ou
com as visões de Ezequiel. É tentador ver nessas numerosas ocorrências algumas
afirmações teológicas a respeito de Yahweh, especialmente à luz do serafim alado de
Isaías 6.2. Pode ser que as asas dos mensageiros de Deus indiquem a capacidade divina
de transcender a sua criação e, ao mesmo tempo, ser a qualquer momento imanente nela.
O fato de que em outro texto se afirma que Deus cavalga sobre as nuvens oferece talvez
apoio a tais conjecturas. No entanto, sem declarações bíblicas mais explícitas, isso deve
permanecer no domínio hipotético.
B ib lio g ra fia : THAT. v. 1, pp. 833-5.
J.N.O.
1004 “ IjD (k n r ). A c e ita c o m o r a iz d e:
1004a 1 ITDZ) ( k i n n ô r ) harpa.
1004b tn iip (k in n e r e t ), ÍTniD (k in ã r ô t ) Q uinerete.
k in n ô r. H a rp a . Um instrumento musical com cordas e feito de madeira. Comumente
associado ao júbilo e à alegria. Ao que parece a palavra é de origem indiana, pois na índia
existe um instrumento de cordas denominado k in n ã r a . É possível que a palavra, se não
o próprio instrumento, tenha vindo para o vocabulário hebraico através do hitita (cf. KB,
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