DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

1924 Vbx (te/O
O homem foi criado à imagem (tselem ) e semelhança (dem ut) de Deus, o que é então
explicado como o ter domínio sobre a criação divina na qualidade de vice-regente de Deus.
Salmos 8.5-8 [6-9] focaliza a questão de modo parecido ao citar a glória, a honra e o
domínio que o homem recebeu da parte de Deus. A imagem divina não se encontra no
corpo do homem, que foi feito a partir de matéria terrena, mas em sua semelhança
espiritual, intelectual, moral, com Deus, de quem veio o sopro que lhe deu vida. A ênfase
na proibição de ídolos é que todos estes são coisas materiais criadas. Deus é imaterial; ele
é o criador (Dt 4.15-19). Esse aspecto espiritual do homem foi prejudicado pela queda e
é diariamente manchado pelo pecado. Mas a imagem foi vista de forma perfeita em Cristo
e se tomará perfeita em nós quando a salvação estiver completa (Hb 2.6-15).
B ibliografia: — G lR D LEST O N E, SOT, p. 303-8.
Acerca da imagem de Deus no homem: — B U S W E L L , J. O. System atic theology o f the
Christian religion. Zondervan, 1962. v. 1, p. 232-8. — M lL L E R , J. M . In the ‘image’ and
‘likeness’ of God. JBL 91:289-304. — THAT. v. 2, p. 556-62.
(tsalm ãw et). Veja o n? 1921b.
1924 V b x (fe/0. I. A ceita com o raiz de:
1924a (tsêlã0 lado, costela.
tsélã‘ é empregado uma vez em referência ao lado de um homem (Gn 2.21 e s.) e
uma vez ao falar do lado de um monte, talvez uma crista ou uma chapada (2 Sm 16.13;
BDB); nas demais passagens é um termo arquitetônico que se refere aos lados de um
objeto, por exemplo, os lados da arca da aliança (Êx 25.12,14). Usa-se o vocábulo também
para descrever um local dentro de um recinto (cf. Êx 26.35). Além disso, significa uma
câmara lateral. Havia três andares dessas câmaras ao redor do templo propriamente dito
(1 Rs 6.5; Ez 41.6). O vocábulo também designa uma tábua de madeira usada como
parede ou piso (1 Rs 6.15). Indica ainda as folhas de uma porta dobrável (1 Rs 6.34).
Quanto a 1 Reis 7.3, KB traz ‘Viga” ou “estrutura”, mas outros (como J. Gray) entendem
que nesta passagem a palavra continua a ter o sentido de “câmaras laterais”.
A passagem mais crucial em que tsêlã* aparece é, obviamente, a que explica a
origem da mulher (Gn 2.21 e s.). Deus criou a mulher ao tomar uma “costela” de Adão
enquanto ele dormia profundamente (cf. tardêmâ), Açredita-se que isso signifique que
Deus tomou uma boa parte do lado de Adão, porquanto o homem considera a mulher como
osso dos seus ossos e carne da sua carne (Gn 2.21 e ss.). Essa cena descreve a profunda
proximidade entre homem e mulher ao estarem em pé de igualdade diante de Deus. Visto
que Deus fez a mulher, ela é responsável por adorá-lo. Ela não é uma mera extensão do
homem, mas possui em si mesma uma individualidade única. Não há nenhuma indicação
de que a mulher seja inferior. De outro lado, visto que o seu corpo foi feito a partir do
homem, existe uma continuidade entre os dois de forma que só encontrarão realização
profunda no relacionamento um com o outro. Tal realização jamais terá a mesma
intensidade em nenhuma outra parte da criação. Portanto, a origem da mulher toma
possível que um homem e uma mulher estabeleçam um relacionamento dinâmico em que
os dois se tomam “uma só carne” (cf. Gn 2.24).
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