DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2103 nZH (rãbâ)
'a r b e h . G a fa n h o to . O vocábulo provavelm ente deriva da raiz rãbâ, “tornar-se
num eroso”. Ocorre em acadiano com o erebu, arbü, etc. Em ugarítico, no texto KRT (103,
192), o exército do rei é descrito com o cobrindo o cam po tal com o gafanhotos (irby).
Dentre as muitas palavras que designam o gafanhoto, 'arbeh é o vocábulo genérico
e é usado com m aior freqüência, 24 vezes.
A praga de 'arbeh (Dt 28.38) é relacionada com o um a das m aldições divinas que
viriam sobre os israelitas, caso desobedecessem aos m andam entos de Deus. O ’arbeh é
um a das pragas que M oisés invocou sobre o Egito (Êx 10.4 e ss.; Sl 78.46; 105.34).
Gafanhotos são em pregados em sím iles que designam um núm ero grande em Juizes
6.5; 7.12; Jerem ias 46.23; Naum 3.15.
Os gafanhotos pertencem à ordem dos ortópteros (Orthoptera 1= asas retas]) e à
subfam ília dos saltadores (Saltatoria), que eram considerados com estíveis (Lv 11.21-22).
Os gafanhotos pertencem à fam ília dos acridídeos (Acrididae [= chifres curtos]).
Dentre as 91 espécies encontradas na Palestina, som ente o gafanhoto do deserto
(Schistocerca gregaria ou Acridium peregrinum ) tem sido praga no Oriente M édio desde
tem pos im em oriais.
A o se tornarem m aduros, esses gafanhotos têm seis centím etros de com prim ento.
Têm dois pares de asas e um par de pernas aum entadas para saltar. N a aparência são
com parados com cavalos (J1 2.4; Jó 39.20; Ap 9.7; cf. o alem ão H eupferd e o italiano
cavallette).
Os gafanhotos do deserto im pressionam com o viajantes. Conseguem voar até 17
horas ininterruptas e há registros de terem viajado 2 400 quilôm etros. O som de suas
asas é com parado com o de carros (J1 2.5; A p 9.9). A rota que tom am para viajar é
determ inada pelos ventos dom inantes (Êx 10.13, 19). Na praga de 1915, os gafanhotos
chegaram até Jerusalém vindos do nordeste (cf. J1 2.20).
A Bíblia não exagera quando fala de enxam es de gafanhotos cobrindo o chão (Êx
10.5). Sabe-se de um enxame que chegou a cobrir 230 quilôm etros quadrados e era tão
espesso a ponto de não deixar enxergar o sol. Um enxam e realm ente grande pode ter dez
bilhões de gafanhotos.
As quatro palavras usadas por Joel (1.4; 2.25) na vivida descrição que faz da praga
de gafanhotos parecem representar etapas no desenvolvim ento desse anim al (ARA, EBB; cf.
BJ m arg.), em vez de diferentes espécies de insetos (ARA, PIB). Em Joel 2.25 aparece
prim eiram ente o *arbeh, o gafanhoto m aduro que põe ovos. O yeleq pode ser a larva,
quando em erge do ovo. O Jiãsil pode ser o saltão (etapa entre as m udas de pele). O
gãzãm pode ser a ninfa voraz que arranca a casca das árvores.
Ao contrário dos babilônios, que apelavam para fórm ulas mágicas de encantam ento
para evitar pragas de gafanhotos, os israelitas, com jejum , arrependim ento e oração,
suplicavam a Deus que retirasse as pragas de gafanhotos (1 Rs 8.37; 2 Cr 6.28).
Em Levítico 11.22 o 'arbeh e outros três tipos de gafanhotos (soVãm, hargõl,
hãgãb) estão relacionados entre os insetos com estíveis. Baixos relevos encontrados em
Nínive m ostram servos que trazem até a mesa de Senaqueribe gafanhotos servidos no
espeto. João Batista vivia à base de mel e gafanhoto (M t 3.4; Mc 1.6). M uitos africanos
e árabes, depois de tirar as asas, pernas e cabeças, com em os gafanhotos cozidos ou
m oídos com o farinha.
Existem nove palavras hebraicas que designam gafanhotos: 'arbeh, gãzãm , gébâ
(som ente na form a plural gêbim ), gõba yy hãgãb, hasil, yeleq , soVãm, ts*lãtsal. Em
acadiano havia 18 diferentes palavras para gafanhoto, e no Talm ude, 20.
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