DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

2417 DCtf (sh m sh )
considerada algo feito deliberadamente; por exemplo, aquele que matasse um ladrão que
invadisse a casa durante o dia era considerado responsável pela morte de tal pessoa (Êx
22.3 H 2; cf. 2 Sm 12.11 e s.). (Outra interpretação dessa interessante passagem é que a
lei permite m atar um ladrão em defesa própria enquanto o ladrão estiver invadindo a
casa de noite, mas proíbe m atar por retaliação um ladrão apanhado mais tarde durante
o dia — exigia-se que tal ladrão fizesse restituição. O roubo não era um crime passível de
pena de morte. R.L.H.J O livro de Eclesiastes repete com freqüência a expressão “debaixo
do sol” (Ec 1.3; passim) para enfatizar que se vive essa vida terrena num trabalho servil,
monótono e quase sem significado, quando encarada de uma perspectiva que não leva
Deus em conta.
Acreditava-se que o sol tivesse poder. Podia atingir um homem e fazê-lo desm aiar (Jn
4.8). O filho da sunam ita provavelmente morreu de insolação (2 Rs 4.19-20). Mas o
Senhor protegeu os peregrimos, impedindo que fossem atingidos pelo sol (Sl 121.5 [61).
Num número m aior de vezes, considerava-se o sol uma bênção. O sol ajuda os campos a
produzir colheitas abundantes (Dt 33.14). Um governante justo é “como a luz da manhã,
quando sai o sol, com o manhã sem nuvens” (2 Sm 23.4). O próprio Senhor é comparado
ao sol porque traz calor e prosperidade para a vida do crente: “o S e n h o r é sol e escudo;
o SENHOR dá graça e glória” (Sl 84.11 [121). Visto que o sol sobrevive às gerações, serve
de símbolo para a longevidade, por exemplo, o trono duradouro de Davi (Sl 89.36 (37J).
No mundo antigo adorava-se o sol. No Egito, chamado de Rá, era o Deus supremo.
A nona praga foi uma disputa direta entre lavé e Rá; ao elim inar a luz do sol por meio
de densas trevas, lavé demonstrou o seu poder superior. Pela mesma razão Jerem ias
pronunciou o juízo que viria sobre o Egito, “quebrará as colunas de Bete-Sem es” (“Bete-
Sem es” ou “Casa do Sol” designa a cidade de Heliópolis; 43.13; cf. Ez 32.7). Na
M esopotám ia o sol desempenhava um papel crucial, na condição de deus da justiça. Mas
em Israel a adoração do sol era estritamente proibida (Dt 4.19). A adoração de Israel
ressaltava que o sol devia sua existência unicamente a Deus (Gn 1.14-19). O sol, como
um a criatura de Deus, rende-lhe louvor (Sl 148.3). O sol também obedece às ordens
divinas; por exemplo, permaneceu imóvel durante meio dia a fim de que Josué pudesse
continuar a derrotar os seus inimigos, e, para servir de sinal da cura que Ezequias
haveria de experimentar, voltou dez graus de acordo com o relógio de sol (ou dez degraus
nos prédios do palácio, caso ainda não se usassem relógios de sol). Infelizm ente a adoração
do sol invadiu Israel em diversas ocasiões, particularmente na época de M anassés. Nessa
ocasião até m esmo os carros do sol foram colocados junto à entrada do tem plo (2 Rs
23.11). Ezequiel também descreve a adoração do sol praticada no templo. Houve 25
hom ens adorando o sol, olhando para o oriente e tendo as costas voltadas para o templo
(Ez 8.16). Ao procurar o sol, arrogantemente se desviaram de lavé, provocando-o à ira (Ez
8.17).
A ira do Senhor terá a sua mais forte m anifestação no Dia do Senhor. Enquanto
Deus julgar as nações, acontecimentos catastróficos terão lugar no céu: “naquele dia (...)
farei com que o sol se ponha ao m eio-dia” (Am 8.9; cf. J1 2.31 [3.41; Ap 6.12). Então, na
era vindoura, já não haverá necessidade do sol com o fonte de luz; em vez disso lavé será
a luz e a glória eternas (Is 60.19 e s.; Ap 21.23; 22.5). De acordo com Malaquias, o sol da
justiça nascerá trazendo cura em suas asas (Ml 4.2 [3.201).
B ib lio g r a fia : — THAT. v. 2, p. 987-98.
J.E.H.
1590