DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

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Em várias passagens nkr transm ite a idéia de “discernir” ou “entender”. Quando o
povo viu serem lançados os alicerces do tem plo pós-exílico, foi im possível “discernir” entre
os gritos de alegria e as vozes de choro (Ed 3.13). A Elifaz surgiu um espírito num a visão,
mas ele não pôde “discernir” a sua aparência (Jó 4.16).
É significativo que no AT não se use nkr com o eufem ism o para o ato sexual, com o
acontece com freqüência com a raiz yã d a 1(q.v.). Entretanto, em ugarítico, nkr é usado
com o sentido de “conhecer sexualm ente”. Um texto traz: “O recém -casado ardia de
vontade de deitar-se novam ente com sua m ulher, de conhecer (sua) am ada” (K eret IV. 28;
I ii 49; c f G. R. DRIVER, Canaanite m yths and legends, p. 31, 33, 156).
n ê k ã r . Estrangeiro. Em geral este term o derivado é traduzido por “estranho” ou
“estrangeiro”. Designa “deus estranho” (Dt 32.12; Sl 81.9 [101; M l 2.11; et al.), “altares
estranhos” (lit., 2 Cr 14.3 [2]; ARA, “altares dos deuses estranhos”), “terra [i.e., ‘país’]
estranha” (Sl 137.4) e “toda estrangeirice” (Ne 13.30). Ocorrem com freqüência as locuções
substantivas ben (han-) nêkãr, “estrangeiro” (lit. “filho de/do estrangeiro”; Gn 17.12, 27;
Êx 12.43 et a l.), e b*nê (han ) nêkãr, “estrangeiros” (lit. “filhos de/do estrangeiro”; 2 Sm
22.45-46; Is 56.6; 60.10).
n o k r i. Estrangeiro, estranho. V ocábulo usado tanto com o adjetivo quanto com o
substantivo. Ocorre mais de 40 vezes e tem uma grande variedade de usos. A LXX em
geral em prega allotrios para traduzir nokri. A sem elhança de nêkãr (acim a),
norm alm ente nokri é traduzido por “estrangeiro” e “estranho”. Um a cidade não-israelita
é um a “cidade estranha” (Jz 19.12; 1 Rs 8.41; et al.). nokri aplica-se a “terra estranha” (Êx
2.22; 18.3) e a “m ulheres estrangeiras” (i.e., não-israelitas; 1 Rs 11.1, 8; et al.). N o livro
de Provérbios, a “estrangeira” (ou “estranha”; nokriyã) torna-se um term o técnico para
designar a prostituta ou adúltera (Pv 2.16; 5.20; 6.24; et al.). Às vezes nokri transm ite a
idéia de “estrangeiro” ou “desconhecido” (Jó 19.15; Sl 69.8 [9]) ou m esm o “esquisita” ou
“surpreendente” (Is 28.21; ARA, “estranho”). Em hebraico m oderno, nokrt pode designar
“gentio”.
nãkar. A gir ou tratar com o estranho ou estrangeiro ou novo; interpretar mat,
disfarçar-se, to m a r irreconhecível. Em bora BDB (p. 648-9) considere este vocábulo um
verbo denom inativo sob a raiz nkr II, provavelm ente não se deve fazer distinção entre
esta raiz e nkr I, “reconhecer”, “conhecer” . É provável, conform e sugerido em KB (p. 617),
que o significado original de “ser estrangeiro”, “ser novo”, “ser visível”, resultou em “ser
notado”, “ser conhecido”.
Em algum as passagens nkr transm ite a idéia de ocultar de outrem a verdadeira
identidade. N o Egito José “agiu com o um estranho” com seus irm ãos, fingindo não
conhecê-los (Gn 42.7; ARA, “não se deu a conhecer”). A esposa de Jeroboão disfarçou-se,
ocultando sua identidade do profeta Aías, “fingindo ser outra” (1 Rs 14.5-6). Provérbios
26.24 diz: “A quele que aborrece dissim ula-o com os lábios” (cf. SCOTT, Proverbs, in AB, p.
158). Esse é um tipo diferente de disfarce. Ele vem dos lábios de alguém que fala coisas
“estranhas” à sua mente.
A raiz nkr tam bém pode ser traduzida por “interpretar m al”, “deturpar”, “ju lgar
erroneam ente”, com o em Deuteronom io 32.27: “temi a jactância do inim igo, a
‘interpretação’ dos seus adversários” (BJ).
Este verbo tam bém pode transm itir a idéia de “desfigurar”, “tornar irreconhecível”,
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