DICIONARIO INTERNACIONAL DO ANTIGO TESTAMENTO

602 33H (hãgag)
602b KXí (hãgâ') esp a n to (BJ, “vergonha”; cambaleio[?!). Usado apenas em
Isaías 19.17. A derivação de hãgag não é certa.
A idéia básica desta raiz é “observar uma festa” ou “celebrar um dia santificado”, mas
a palavra geralmente se refere às três principais festas-peregrinação de Israel. O verbo
é usado 16 vezes, ao passo que o termo derivado hag (abaixo) é usado 61 vezes.
Na maioria das vezes o verbo (às vezes com o acusativo cognato) é usado
especificamente para a celebração de uma das três festas principais (Êx 23.14), a Páscoa
com a Festa dos Pães Asmos, a Festa das Semanas ou das Primícias e a Festa dos
Tabernáculos ou Festa da Colheita.
A Páscoa, instituída no Êxodo (Êx 12), celebrava o fato de Deus ter poupado os
israelitas quando os primogênitos do Egito foram mortos. Acontecia no décimo quarto dia
do primeiro mês (abibe ou nisã, entre a metade de março e a metade de abril). Era
seguida, no décimo quinto dia, pela Festa dos Pães Asmos, que durava uma semana, com
uma celebração especial no último dia (Êx 13.3-10; Lv 23.4-8; Dt 16.1-8). Essas duas são
normalmente consideradas uma só festa. Com esta celebração Israel não apenas
expressava sua alegria interior pela libertação oferecida pelo Senhor, mas recordava
também a devoção que devia à Lei (Êx 13.9).
A Festa das Semanas ou das Primícias, mais tarde conhecida como Pentecostes, por
ser observada 50 dias depois do primeiro dia da Festa dos Pães Asmos (15 de nisã),
embora mais exatamente 50 dias depois do primeiro feixe de cereais ser movido perante
o altar (o que ocorria no sábado, de modo que Pentecostes sempre caía num domingo, Lv
23.9-21), e que marcava o começo da colheita (Dt 16.9-11). A festa, portanto, celebrava os
primeiros 50 dias da colheita.
A Festa da Colheita ou da Sega durava uma semana, começando com o décimo quinto
dia do sétimo mês (Ethanim ou Tishri, meio de setembro a meio de outubro), e celebrava
o fim da colheita (Êx 23.16). Ocorria em conjunção com a Festa dos Tabernáculos (heb.,
sukkoth), que comemorava o tempo em que os israelitas viveram em tendas. Durante toda
uma semana os israelitas de nascença deviam habitar em cabanas feitas de ramos de
árvores, para recordarem outra época (Lv 23.33-43; Dt 16.13). As duas festas eram
consideradas uma só, e com a adição do Dia da Expiação e do Ano Novo, o sétimo mês era
especialmente festivo. Iloje ele é chamado o tempo dos grandes dias santos.
O verbo é usado mais genericamente em Salmos 42.4[5] e Na 2.1, mas a referência
é provavelmente a uma ou a todas as festas mencionadas acima. É usado também por
Moisés para solicitar a Faraó que permita aos filhos de Israel saírem para celebrar uma
festa.
Davi encontrou seus inimigos, os amalequitas, “espalhados sobre toda a região,
comendo, bebendo e fazendo festa” (1 Sm 30.16), ou seja, agindo como se estivessem numa
celebração. Salmos 107.27 é mais difícil de traduzir. O contexto retrata marinheiros num
navio açoitado pela tempestade, cambaleando como bêbados. Um paralelo de cambaleio
neste contexto dificilmente seria festejo, mas as ações de alguém festejando ou dançando
numa festa poderiam simbolizar os movimentos dos marinheiros, e daí a tradução
“cambalearam como ébrios”.
h ag. festa (solene), festa religiosa. O substantivo significa uma “festa de peregrinos”
ou simplesmente “dia santificado”, um dia ou período de alegria ligada à religião. O
cognato árabe, haggun, é usado para descrever a peregrinação a Meca.
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